Barra Mansa – O Grupo de Trabalho implantado para elaborar o projeto de implantação do “Centro de Referência Permanente do Direito à Memória”, que deverá funcionar no Parque da Cidade, no Centro, passou a manhã de sábado (10) reunido na última Audiência Pública. A equipe apresentou documentos, contendo relatos sobre presos que foram torturados durante a ditadura militar, além de fotos da ocasião, que deverão fazer parte do acervo desse projeto.
A data para a implantação do Centro de Memória ainda não foi definida, mas o endereço foi cuidadosamente pensado: será na antiga sede do 1°Batalhão de Infantaria Blindada do Exército (1° BIB), que funcionou entre 1959 a 1969. Neste local ocorreram as prisões e torturas de pessoas contrárias à ditatura militar. O espaço abriga, atualmente, o Parque de Exposição da cidade. Representantes da Comissão da Verdade de Volta Redonda também participaram da Audiência Pública e se comprometeram ceder documentos com relatos de pessoas e familiares de torturados pelo regime militar.
Um dos representantes da entidade, Cerezo Honorato, disse que vai ceder, ao Centro de Memórias, todo o acervo reunido sobre as torturas e prisões ocorridas na ditadura militar. Cerezo lembrou ter fotos, depoimentos de presos e seus familiares sobre as torturas ocorridas no 1º BIB. Entre a documentação seguirá o depoimento de Cerezo, que, segundo ele, teria seu nome incluído em uma lista de execuções a serem feitas pelos militares. “Não morri, porque um dos comandantes da época se recusou a cumprir esta ordem e nos avisou, foi quando fugimos e conseguimos sobreviver a este caos”, relatou o sindicalista e metalúrgico demitido por três vezes da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional).
Cerezo que, também faz parte da Comissão de Anistia, considerou o Projeto Centro de Memória de grande importância. Isto porque, na opinião dele, a exposição possibilitará relembrar a história da ditatura militar, pouco conhecida entre os mais jovens.
– No momento politico que nosso país atravessa é muito importante relembrarmos o que foi o período da ditatura militar e como eram as nossas vidas – concluiu o sindicalista.
Documentado
O Centro de Memórias é fruto de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), determinado pelo MPF (Ministério Público Federal), em conjunto com a prefeitura, no ano passado. O órgão federal determinou que em seis meses, pesquisadores e voluntários devem reunir documentos sobre os fatos ocorridos no 1º BIB , durante o regime militar.
O TAC chama atenção também para a importância de “assegurar reparações simbólicas em favor da preservação da memória e do patrimônio histórico nacional na área correspondente ao quartel onde funcionou o 1° Batalhão de Infantaria Blindada (1° BIB) e o parque ao redor”. O grupo de trabalho tem ainda a obrigação de encaminhar o pedido de tombamento do local ao Conselho Municipal de Cultura de Barra Mansa e ao Instituto do Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional (IPHAN).
Na última audiência pública houve a apresentação do plano museológico elaborado pelos integrantes do grupo de trabalho. O evento contou com a participação do ex-preso político Vicente Mello, perseguido pelas forças militares por sua atuação no âmbito da diocese de Volta Redonda, sob a liderança do bispo Dom Waldyr Calheiros, que também foi detido por diversas vezes neste local, por ser considerado na época subversivo.
7 comments
Falta do que fazer…Temos coisas muito mais importantes para realizarmos.
Barra Mansa,recebe tudo de as outras cidades não querem,se fosse coisa boa,estavam se digladiando para recebe,vai entender!
Um atraso para Barra Mansa ser obrigada a lembrar seu passado militar sujo e cheio de mortes e assassinatos. No que isso beneficia a população, não sabemos. Mas uma coisa é certa, ou seja, em nada!!
Como assinalaram aí, como disse o filósofo Edmund Burke, um povo que não conhece a sua história está fadado a repeti-la.
Não deixe de visitar o Museu do Holocausto em Berlim.
Mais um comunista na defesa de se fazer esquecer a história. Mais um querendo APAGAR O PASSADO para ninguém descobrir a sacanagem que os comunistas fizeram com o Brasil desde 1922, e mais notório de 1961 a 1964.
Um povo que não conhece seu passado está condenado a repeti-lo.
E fica a Pergunta,” Que benefício isso trará para Barra Mansa?
Comments are closed.