
Márcio Lins (esquerda) foi recebido pelo presidente do Grupo Pançardes, Luciano Pançardes. (Foto: Paulo Dimas)
Volta Redonda – Novo diretor executivo afirma que a CSN já cumpriu 92% do TAC, está reduzindo a pilha de escória no Volta Grande e que, até o fim de 2025, entregará os três filtros da sinterização
Em entrevista exclusiva ao jornal DIÁRIO DO VALE, nesta quinta-feira (27), o novo diretor executivo da Usina Presidente Vargas (UPV), engenheiro Márcio Lins, disse que a CSN pretende entregar, até o final de 2025, os três filtros das sinterizações. Além disso, afirmou que a empresa já concluiu 92% do TAC firmado com o INEA e que, em três anos, o depósito de escória no Volta Grande sofrerá uma redução significativa.
O diretor visitou a sede do Grupo Pançardes de Comunicação e foi recebido pelo presidente do grupo, jornalista Luciano Pançardes. Lins detalhou os motivos que o levaram a aceitar o convite do presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, para assumir o comando da UPV em um momento em que a empresa busca uma reaproximação com a cidade de Volta Redonda e concretiza investimentos milionários na área ambiental.
Entrevista com o novo diretor executivo da Usina Presidente Vargas (UPV), engenheiro Márcio Lins
1 – Como avalia seu retorno à empresa oito anos após sua saída? Qual foi o motivo que o fez aceitar o convite do presidente do Grupo CSN, Benjamin Steinbruch, para assumir a UPV?
Márcio Lins: Saí da empresa no momento certo, tanto para ela quanto para mim, em 2017. Era hora de dar uma pausa. Saí de bem com a empresa e fui para outras atividades. Adorei ter sido chamado de volta para ajudar a CSN nessa nova fase, que busca recuperar a eficiência que já teve no passado.
2 – A estratégia da CSN é repatriar executivos e gerentes mais experientes para retomar processos que, no passado, ajudaram a consolidar a empresa como referência no mercado?
Márcio Lins: A empresa perdeu parte de seus especialistas ao longo dos últimos anos por vários motivos. A alta direção reconhece isso e me pediu para ajudar no processo de repatriar colegas que possam contribuir, sejam ex-funcionários da CSN ou profissionais de outras empresas. Atualmente, há muita gente inexperiente e houve alta rotatividade. Precisamos trazer de volta conhecimento e experiência. Estamos trabalhando nisso, tanto na região quanto no mercado em geral. A CSN é uma grande usina, de primeira linha, mas precisa ser mais bem operada, e vamos buscar os talentos necessários para esse desafio.
3 – O que mudou na relação entre a empresa e a cidade desde sua saída? Você acredita que a CSN precisa melhorar seu relacionamento com a comunidade?
Márcio Lins: A relação entre a CSN e Volta Redonda tem dois aspectos. O primeiro é econômico: a CSN é a base da economia regional, pois seu ICMS tem um impacto significativo no orçamento municipal e estadual. A empresa responde por 60% da arrecadação de Volta Redonda. Além disso, há os projetos sociais financiados pela Fundação CSN.
O segundo aspecto é a geração de empregos, tanto diretos quanto indiretos. A região tem uma vocação natural para a metalurgia e a indústria de base, por estar situada entre São Paulo e Rio de Janeiro, os dois maiores centros econômicos do país. Nosso objetivo é aprimorar ainda mais essa relação e mostrar ao volta-redondense que a CSN é uma empresa amiga, integrada ao contexto econômico e social da cidade.
4 – Em relação às questões ambientais, o problema do ‘Pó Preto’ foi solucionado? A empresa continua investindo para reduzir a emissão de micropartículas? Qual o valor desse investimento e quais equipamentos estão sendo instalados?
Márcio Lins: Quando entrei na CSN, há mais de 30 anos, a aciaria antiga ainda funcionava sem filtros, e a usina tinha apenas as sinterizações 1, 2 e 3. Cheguei na época em que entrou a sinterização 3, junto com o Alto-Forno 3, quando a usina triplicou de tamanho – de 1,5 milhão para 4,5 milhões de toneladas de aço.
No passado, a emissão de poluentes era maior. Antes da privatização, uma empresa francesa aferiu as emissões das sinterizações, e o limite na época era de 700 miligramas. Hoje, no Brasil, o limite é de 70 miligramas, padrão que a CSN cumpre conforme exigência do INEA. Com a evolução da legislação, é provável que esse limite reduza ainda mais, para 50 miligramas, como já ocorre em países desenvolvidos.
A CSN está se preparando para esse avanço. Estamos investindo em filtros cada vez mais sofisticados e pretendemos entregar, até o fim de 2025, os três novos filtros das sinterizações. Já cumprimos 92% do TAC, e os 8% restantes referem-se à instalação desses filtros.
5 – Na sua gestão, a CSN vai intensificar os investimentos na área ambiental? Como está a situação das pilhas de escória no Volta Grande? Há planos para a remoção desse material?
Márcio Lins: Os investimentos já estão em andamento e a CSN vem dando respostas positivas à cidade. O crescimento do depósito de escória no Volta Grande ocorreu devido à crise econômica entre 2013 e 2016, que impactou a indústria siderúrgica no Brasil. Hoje, retiramos mais escória do que depositamos, e acreditamos que, em três anos, a pilha será reduzida abaixo dos padrões.
As pessoas precisam entender que a escória é um subproduto do processo siderúrgico. Atualmente, temos estudos avançados com a FOA e a UFF de Volta Redonda para o reaproveitamento desse material em diversas aplicações, como construção de estradas, fabricação de cimento, subleitos ferroviários e até na agricultura. O mais importante é que a pilha de escória já está em declínio, o que demonstra nosso compromisso com a sustentabilidade.
6 comments
É a CSN, mais uma vez cumprindo seu papel, de maior benemérita da comunidade, não apenas de Volta Redonda, mas de toda região.
Hoje temos uma região metropolitana do entorno da Usina sadia, moradores satisfeitos e, o melhor ainda, empregados respeitados pela empresa. CSN, um exemplo!
Foi isso mesmo que eu li? A CSN preocupada com a cidade. Tá de brincadeira. CSN É UMA VERGONHA!! Falar que a CSN investe eu vários programas, pela fundação, o que ela fez foi acabar com os que tinha. Escola técnica está jogada as traças, eles conseguiram acabar com o clube. CSN VOCÊ É UMA M…….
Parte da perda de posição deveu-se ao desmantelamento do Centro de Pesquisas. Sempre há o que desenvolver numa empresa como essa.
Quero saber se a poluição dessa empresa sucata vai melhorar, são muitos que ficaram doentes com esse pó do inferno
CSN é uma Senhora completamente Idosa e obsoleta, o Sr Benjamin não investiu, não investe, e ainda suga o restinho que sobrou. Na empresa não há mais relações trabalhistas com os funcionários só tramam o mal para os colaboradores, ninguém quer mais trabalhar nesta empresa ou se quer tem orgulho de ter trabalhado nela, ela mesma plantou isto tudo, caiu na mão errada quando foi privatizada.
Se esses filtros forem finalmente instalados, será com uns vinte anos de atraso.
Imagina quantas doenças e crises respiratórias poderiam ter sido evitadas.
Espero realmente que a CSN cumpra todos as exigências do TAC e finalmente consiga o seu licenciamento ambiental.