
Uma das grandes inovações da parceria é a possibilidade de interação entre a área de pesquisa laboratorial e clínica (Foto: Divulgação)
O Governo do Estado vai investir cerca de R$ 10 milhões em pesquisas médicas. Ontem (12), seis pesquisadores receberam termos de outorga do Programa de Apoio à Realização de Pesquisas Clínicas e Translacionais no Estado do Rio de Janeiro, da Faperj (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa), vinculada à Secretaria de Ciência e Tecnologia, e do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor).
– Cumprimos a lei e investimos os 2% que são exigidos pela Constituição. Hoje, o Rio de Janeiro conta com 18 centros de estudos. Pesquisa e inovação são a cara do estado. Peço à nossa área de Ciência e Tecnologia que aplique os recursos nos sonhos dos pesquisadores. E espero que esses projetos tenham impacto na vida da população fluminense – disse o governador Luiz Fernando Pezão.
Lançado em 2014, em uma parceria inédita da Faperj com o Instituto D’Or, o programa selecionou seis projetos, dos quais três são da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); dois, do Instituto D’Or; e um, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Uma das grandes inovações da parceria é a possibilidade de interação entre a área de pesquisa laboratorial e clínica. O objetivo da iniciativa é desenvolver inovações tecnológicas e serviços na área biomédica. O edital visa também à formação de recursos humanos qualificados.
– Essa parceira com o Instituto D’Or potencializa os recursos da Faperj para investimento em pesquisa, ciência e inovação no estado – afirmou o secretário de Ciência e Tecnologia, Gustavo Tutuca.
O programa financia propostas originais e inovadoras, inseridas nas seguintes linhas temáticas: custo-efetividade; qualidade em medicina; neurociências e neuropsiquiatria; e doenças inflamatórias, autoimunes, cardiovasculares, respiratórias, metabólicas, gastrointestinais, renais, hepáticas, neoplásicas, degenerativas, vasculares, medicina intensiva, mecanismos moleculares e metabólicos em sepse e síndromes infecciosas, biomarcadores metabólicos, genéticos e de imagem em envelhecimento, demência, marcadores de gravidade e prognóstico.
– Com o Instituto D’Or, estaremos alinhados com as necessidades e demandas reais da sociedade e com a política industrial do estado, já que as áreas de pesquisa contempladas são de extrema importância para a sociedade e o impacto social é muito positivo – explicou o presidente da Faperj, Augusto Cunha Raupp.
Para a análise dos projetos, foram avaliados vários critérios, entre os quais o caráter inovador, a relevância no fortalecimento de redes de pesquisa que envolvam equipes do Idor e de outras instituições; a existência de ensaios pré-clínicos concluídos; a capacidade de promover iniciativas pioneiras em tecnologias, serviços e produtos na área biomédica, com alto potencial de aplicação ou de mudança de paradigmas conceituais no setor da saúde; o potencial de impacto, o benefício na qualidade de vida e na saúde da população; e a relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, econômico, ambiental e social fluminense.
– Com o objetivo de oferecer mais sinergia aos projetos para que fossem maiores e mais inovadores, incentivamos os pesquisadores a se unirem em áreas correlatas para lançarem os projetos. Além disso, a combinação entre pesquisadores das áreas laboratorial e clínica em uma mesma pesquisa, tendo o apoio da Rede D’Or, possibilita a criação de novas tecnologias e soluções científicas para questões reais – destacou o diretor-presidente do Instituto D’Or, Jorge Moll Neto.
Segundo o secretário de Saúde, Felipe Peixoto, a população será a maior beneficiada.
– Com essas pesquisas, podem surgir novos procedimentos, medicamentos e tratamentos. No fim, quem ganha é o paciente – ressaltou o secretário.
Inovação científica
Contemplada com uma das outorgas, a pesquisadora da UFRJ Renata de Mello Perez, de 50 anos, se dedica às doenças hepáticas há 24 anos. Com seu grupo de pesquisa, apresentou o projeto inovador de identificação, desenvolvimento e aplicação de novos biomarcadores no diagnóstico e acompanhamento de doenças hepáticas, com previsão de duração de três anos.
– Tentaremos identificar algumas doenças hepáticas que têm relevância pela prevalência entre a população ou porque são doenças que impactam na evolução ou na qualidade de vida do paciente. Os biomarcadores podem nos ajudar a identificar mais precocemente complicações que os pacientes possam ter ou formas mais graves da doença – explicou a pesquisadora.