Brasília e Angra dos Reis – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras ouviu ontem, às 9h30, o depoimento do ex-gerente de Segurança Empresarial da Petrobras Pedro Aramis de Lima Arruda. O depoimento de Arruda foi pedido pelo relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ):
— (Arruda) foi membro da comissão interna da Petrobras que investigou as denúncias de improbidade e pagamento de propina relacionadas à empresa SBM Offshore. Portanto, a oitiva do referido servidor será fundamental para esclarecimento de superfaturamento e gestão temerária na construção e afretamento de navios transporte, navios-plataforma e navios-sonda — justificou o deputado.
Pedro Arruda integrou comissões internas de investigação na Petrobras relativas a suspeitas de pagamento de propina a funcionários da estatal pela empresa holandesa SBM Offshore, bem como à compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e suspeita de prática de sobrepreço na construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Em depoimento à Justiça Federal do Paraná, em que correm os inquéritos da Operação Lava Jato, Arruda disse que havia indícios de direcionamento e sobrepreço nos contratos do Comperj, obra orçada em mais de 13 bilhões de dólares.
Ele não apresentou provas de irregularidades, mas elencou o que chamou de indícios. Segundo o ex-gerente, as propostas das empresas eram muito altas em relação ao custo estimado pela Petrobras e a estatal fazia ajustes e, em alguns casos, cancelava as licitações até que as propostas pudessem ser aceitas.
A Petrobras aceitava propostas que estivessem dentro da margem de 15% a menos a 20% a mais que a estimativa de custos feita pela própria estatal.
Arruda também afirmou que a área de engenharia da Petrobras foi pressionada pelos ex-diretores Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Serviços) para apressar a construção, prevista inicialmente para terminar em 2014. “Isso deu margens a uma série de quebras dos procedimentos habituais da Petrobras”, disse.
SBM
O ex-gerente de Segurança Empresarial também integrou comissão interna que investigou a suspeita de pagamento de propina pela SBM a diretores da Petrobras. Em depoimento em agosto do ano passado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, ele declarou que a comissão interna da estatal não encontrou provas do pagamento de propina.
A SBM alugava navios-plataforma para a Petrobras e é suspeita de ter feito pagamento de propina de 92 milhões de dólares. A acusação foi reforçada pelo depoimento do advogado Jonathan Taylor à CPI. Ele estimou os valores com base no percentual de comissão que a SBM pagava, no período, ao representante da empresa no Brasil, Júlio Faerman.
Faerman também foi acusado pelo ex-gerente da área de Serviços da Petrobras Pedro Barusco de ter pagado propina em troca de contratos da SBM com a Petrobras.
1 comment
se foi por iniciativa do “sr madruga”, algo tem por trás. deve ser para blindar um “cumpanhero” ou tentar melar a investigação! ele é tido no próprio partido em pouca conta, haja vista ter sido demitido 2 vezes de cargos de ministro. deve estar tentando mostrar serviço ao partido dos corruPTos!!!
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