Rio
Em 26 de outubro, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), 59 anos, foi reeleito com 55,78% dos votos contra 44,22% do senador Marcelo Crivella. O resultado foi divulgado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por volta das 19 horas do mesmo dia da votação. Pezão teve cerca de quatro milhões e trezentos mil votos em todo o Estado do Rio.
Na região, o candidato venceu o adversário Crivella com uma vantagem grande. Em Volta Redonda, por exemplo, Pezão teve 68,63% dos votos e Crivella ficou com 31,37%. Em sua cidade natal, Piraí, Pezão abocanhou 86% dos votos e Crivela 13%.
Pezão deu uma entrevista por volta das 19h40min para agradecer os votos e destacar a importância do vice-governador Francisco Dornelles que, segundo ele, foi fundamental para a sua vitória. Falou ainda que independente do resultado para a presidência da República, ele tinha certeza que o Rio será tratado com carinho.
– Tanto o senador Aécio quanto a Dilma vão ser aliados do Rio – disse, acrescentando que respeita o seu adversário Marcelo Crivella.
Campanha
Enquanto Pezão era quase um anônimo, Crivella contava com um recall fortíssimo. Desde 2002, o nome dele esteve na urna eletrônica por seis eleições. Venceu e foi reeleito apenas para o Senado. No Executivo, Crivella colecionava fracassos: duas vezes na prefeitura do Rio e outra na disputa pelo governo estadual.
Pezão foi apresentado na TV como um homem simples e interiorano, o prefeito de Piraí, com 28 mil habitantes, e o vice-governador que “pôs o pé na lama” quando chuvas provocaram uma catástrofe natural na Região Serrana do Rio, em 2011.
Com o programa sem praticamente qualquer depoimento de aliado político, dona Ercy de Souza, 84, sua mãe, se tornou sua principal cabo eleitoral. No seu depoimento, orientava o filho a “ter sempre o pé no chão”. Pezão costumava finalizar seus programas de TV dizendo “ser desse jeito”.
– Eu não mudo – afirmava.
A disputa no segundo turno contra Crivella surpreendeu até sua campanha, que esperava enfrentar o deputado Anthony Garotinho (PR). Com o novo adversário, o PMDB mudou sua estratégia.
O homem interiorano passou a atacar o adversário, criticando seu vínculo com a cúpula da Igreja Universal, em especial o bispo Edir Macedo, seu tio. Passou a afirmar que Crivella era uma ameaça de mistura de política e religião. A estratégia ampliou a rejeição do adversário e impôs um teto que o senador não conseguiu ultrapassar.