Volta Redonda – O PSOL definiu que terá candidatura própria à prefeitura de Volta Redonda. A pré-candidata é Juliana Pereira, professora e mestre em História. Ela apresentou, em entrevista ao DIÁRIO DO VALE, suas credenciais e as ideias que seu partido pretende defender na campanha.
DIÁRIO DO VALE – Como a senhora avalia o cenário político atual em Volta Redonda e como sua candidatura se insere nele?
Juliana Pereira – Nós entendemos que a solução para os inúmeros problemas vividos pela população de Volta Redonda é uma gestão democrática. Podemos e devemos resgatar a cultura política dos cidadãos e cidadãs de nossa cidade que historicamente demonstraram o poder de organização para a conquista de uma cidade melhor. Estando a frente do poder executivo, nós trabalharemos no sentido de garantir a participação de todas e todos. E nesse sentido defendemos uma candidatura feminina e negra. É muito importante que o executivo se pinte de povo, a presença de mulheres na política é um importante termômetro para a medição do nível de democracia de uma sociedade. Mulheres negras são na prática as principais lideranças comunitárias dessa cidade, ou seja, já fazem política no dia a dia, são as que apontam os principais problemas que envolvem os direitos à saúde, à educação, ao transporte público por exemplo, pois estas vivem na pele os impactos diretos dessas políticas quando realizadas a partir do lugar homem-branco-hetero que não compreende a nossa realidade a realidade de quem vem da periferia.
O PSOL vê a cidade como muitos problemas que foram criados e acumulados pelos governos anteriores: uma cidade onde a população não participa das decisões. Uma cidade em que todos os prefeitos e grupos políticos passados governaram para os interesses dos seus patrocinadores de campanha, sejam eles os comerciantes, as empresas de ônibus ou a própria CSN. Isso fez com que as decisões tomadas acabassem fazendo gastos desnecessários e uma prestação de serviços para a população que sempre deixou a desejar. Nunca bastou ter slogans de campanha que falassem em honestidade, em gestão ou outras palavras que enganam o povo. Isso nunca bastou. É e sempre foi apenas propaganda. Nós queremos ter esperança de fazer com essa cidade, que é nossa, com o nosso povo, uma nova forma de governar, com participação popular e com conhecimento técnico. Desta forma não se erra, como se errou tanto nos governos passados. Não queremos uma cidade que gaste tanto com uma plataforma para aulas pela internet, sem consulta prévia aos profissionais que trabalharão com ela, ou aos técnicos que podiam dizer que existem plataformas gratuitas que poderiam ser usadas. Também não queremos uma cidade em que a cultura seja usada como propaganda política realizando grandes shows que não consideram os artistas daqui.
Durante todos esses anos, estamos fazendo oposição a essa política que está ai. Apontamos sempre a necessidade da participação popular nas tomadas de decisões. Apontamos sempre que não é com alianças com empresários que a cidade vai gerar empregos. Apontamos sempre para a necessidade de uma cidade em que os serviços públicos sejam de qualidade, pensados com e para a população.
DV – Em que proporção sua candidatura representa um projeto para a cidade ou uma peça da estratégia do PSOL para ganhar espaço no cenário político nacional?
JP– O PSOL sempre pensou a política como forma de promover a vida, o bem estar e a igualdade social e sempre fizemos isso participando da vida da cidade através de movimentos sociais dos quais nossos militantes fazem parte ativa. Nós não aparecemos apenas nos momentos de campanha eleitoral. Estamos em sindicatos, em associações de bairros, em grupos que discutem e fazem cultura. Estamos nas escolas, nas igrejas, junto com catadores de recicláveis, junto com o movimento de mulheres, de lgbt’s de negros e negras. Estamos nos movimentos de moradia, nas manifestações. Estamos nas universidades e na elaboração de politicas onde é possível estar. Sempre foi assim porque temos esperança de melhorar essa cidade que é nossa, através da participação cidadã.
O PSOL representa um projeto político para a cidade, seja através da minha pré-candidatura, seja através da militância do dia a dia, o partido nunca está parado.
O espaço que o PSOL ganha no cenário político nacional é proporcional a qualidade da política cotidiana do partido, que busca dar espaço as mais variadas e necessárias pautas que são desprestigiadas por quem está no poder, opressões, soluções para a juventude, educação pública universal, moradia digna, meio ambiente e tantas outras pautas que carecem de atenção.. A partir do quadro apontado nós entendemos as eleições como um espaço privilegiado para nossas pautas, mas ao mesmo tempo entendemos o período eleitoral como o “meio” e não o “fim”. Nosso objetivo final é a construção de um mundo onde a dignidade humana exista.
DV – Como um governo do PSOL pretende agir no cenário de janeiro de 2021, com a Covid-19 ainda presente e, provavelmente, ainda sem vacina?
JP – O comprometimento do partido será de seguir as orientações das autoridades de saúde. É inadmissível a postura de governantes que, ao descumprirem as medidas sanitárias necessárias, sentenciaram milhares de pessoas à morte e fizeram do país um dos mais afetados pela pandemia. Isso é um absurdo.
Colocado isso, será preciso analisar quais políticas públicas para que as medidas de seguranças sejam efetivadas. Se for o isolamento social, por exemplo, deverão ser criados mecanismos para que as pessoas possam enfrentar com dignidade as restrições de circulação. O PSOL já apresentou propostas concretas, como programa de renda mínima baseado em um fundo mantido através da taxação das emissões de gases poluentes pelas empresas na cidade, dentre elas a CSN.
Não há saída fácil para pandemia e, se esse for o cenário, a prioridade do governo municipal será o mais radical possível para priorizar a vida e a dignidade das pessoas. A saúde e seus profissionais foram imediatamente impactados e por isso nós entendemos que as atenções do governo municipal se voltarão para a área. Nós compreendemos que a pandemia colocou em evidência mazelas e omissões do governo municipal, não somente na saúde, mas em vários setores. A condição de mulher negra e oriunda da periferia acarretará em um olhar, da chefe do executivo, a partir do território e das comunidades, o que será essencial. Em se tratando de isolamento social, não podemos desconsiderar os casos de pessoas que não tem casa, de pessoas que dividem um único cômodo com outros numerosos moradores e de pessoas, de cujas casas são muito próximas umas das outras.
Tão importante quanto os testes em massa, para o retorno ao novo normal, será necessário um cuidado especial em relação às medidas sanitárias no transporte público e na Educação. Nós projetamos que a Educação será o próximo grande desafio colocado pela covid 19. Uma vez eleita, nossa prioridade será implementar o PCCS dos profissionais de educação, questão histórica dessa categoria. Nós vamos ter de reestruturar todo o funcionamento das escolas o que irá demanda com certeza investimentos em estruturas. A realidade que se apresenta hoje em salas de aulas lotadas não será mais possível, nem tão pouco janelas semelhantes a presídios. Teremos de proporcionar valorização e formação a todos os profissionais de educação. Essencial será o cuidado das profissionais da limpeza, das cozinheiras, das disciplinarias, das agentes de apoio, das mediadoras, enfim em todos os níveis de ensino com atenção especial à educação infantil. Está colocado o desafio e a revolução que deverá ser enfrentada por essas profissionais que são em grande maioria mulheres e que se colocam nas linhas de frente dessa batalha.
DV – O PSOL não elegeu nenhum vereador em 2016. Qual sua perspectiva em termos de eleições proporcionais, e qual sua estratégia caso seja eleita e precise governar com minoria na Câmara?
JP – O PSOL tem certeza que vai eleger vereadoras e vereadores. O crescimento do partido na cidade é notável. O partido foi muito bem votado nas últimas eleições, o que mostra que a população da cidade tem concordado com o que o partido apresenta.
Nosso papel na câmara de vereadores, além de propor políticas, vai ser também de constranger os que se perpetuam na casa há tantos anos e são tão pouco produtivos. Se for o caso de sermos minoria em números, seremos relevantes em propostas, debates e transparência.
Nossa minoria no congresso nacional conseguiu, por exemplo, aumentar o auxílio emergencial para 600 reais, chegando a 1.200 reais em alguns casos, contra os míseros 200 reais propostos por Bolsonaro e Paulo Guedes.
Se você está em minoria na Câmara, mas atende às necessidades da população, ai você deixa de estar em minoria. Você passa a ser a maioria que tem esperança de fazer a nossa cidade uma cidade melhor.
22 Comentários
O dia que a sra aí resolver dar aulas não é? Porque de atestado ela entende!!! Certo Márcia Lobão???
O mesmo discurso mimimi de sempre: negros, pobres, bandidos, mulheres.
Diz que devemos ter uma mulher negra no comando e com essa cor que tem se candidata? Cida é mais negra que ela.
Pergunte a um aluno dela quantas vezes comparece em sala ou no colégio. Mais uma representante da esquerdopatia que o pais tem que devolver aos esgotos.
Não saem desse discurso. O pior, peeeeeessima professora, só milita
Essa candidata não sabe nada de administração uma coisa é discurso , outra coisa é fazer o municipio andar . Não gerencia nem a sala de aula , vai gerencia uma cidade . A grande maioria desses professores filiados ao psol só tem discurso vazio. Desastre certo .
É impressionante como os coxinhas reaparecem aqui , como baratas saindo do esgoto, quando o assento envolve a Oposição. Estavam todos sumidos, constrangidos, depois da dissidência dos ‘”comunistas” , a ratazana Moro, o ladrão Wintzel e o gestor de merda Dória, ex-heróis dessa legião de trouxas. Gostaria de ver essa tropa de alienados comentar sobre as rachadinhas do flavinho chocolate e a prisão de seu capataz o laranja Queirós. Comentar sobre a aliança do Bozo com o Centrão, com farta distribuição de cargos e grana para Roberto Jeffersom, Waldemar da Costa Neto e outros comprovadamente corruptos. Gostaria que comentassem o vídeo do guru de presidente, Olavo de Carvalho ,com o véio da Havan e os “elogios” trocados entre eles. Comentassem sobre o vazamento da prisão do Queiróz e a demissão de sua mulher e filha pela familícia, dias antes do 2º turno das eleições , para não não prejudicar o “mito”.
Comentassem sobre o pedido do Bozo para o Temer bandido o assessorar na relações com o Congresso. E falassem também dos fascistas propagadores de fake news. E , por último, dissessem onde está a mulher do Queiróz ? Cadê a mulher do Queiróz , diz aí ????
Esse partido devia se chamar PDU (Partido dos Drogados Unidos)
Estamos juntas na luta por uma educação pública e de qualidade e pelo respeito e salário justo aos profissionais da educação de Volta Redonda.
Se queremos uma cidade melhor e igualitária temos que investir na educação pública.
Nosso voto deve ser em pessoas comprometidas com a defesa dos direitos sociais.
Sou professor e vejo que os professores que mais faltam ao trabalho e estão pouco preocupados com o aprendizado dos alunos são justamente aqueles professores com carteirinha do PT e do PsoL!
Pensei que essa gente não existia mais.
Manda essa gente pra Coreia do Norte, Cuba, Venezuela. Sei lá, mas tira essa gente de perto de mim.
Primeira coisa que esse povo vai fazer, será a liberação da maconha, cambadá de maconheiros…
Em resposta ao amigo Fred, estudei leia o Capital de Marx, páginas 18, 40 e 72 do primeiro Tomo, o socialismo é caminho para o comunismo portanto o primeiro é contido pelo segundo. Outro fato simples é entrar no site do partido na área de formação vera somente autores comunistas, além disso o partido é divido em duas colunas, uma das quais defende a revolução, qual será a coluna da candidata
Essa ladainha de boboca eu conheço de outros carnavais … Trabalho com o senhor Professor … o senhor não tem vergonha de ficar igual um retardado repetindo seu guru Olavo de Carvalho, um sujeito que nem curso superior tem influenciando um “professor”? Porque o senhor não coloca seu nome aqui? Vergonha de ser você? O senhor só impressiona com sua retórica pífia quem é ainda mais fraquinho de argumentos e ideias que o senhor. Não sejas covarde… identifique-se !
O que aconteceu em Itaocara? Governada pelo PSOL, em resumo o prefeito foi condenado por abuso de poder e ficou inteligível por 8 anos, gestão atual em uma pequena cidade do RN o PSOL fechou o gabinete da vice-prefeita de outro partido, a qual teve que ir na justiça para requerer a chave para trabalhar
PSOL sendo PSOL, colocam essa jovem que não tem nenhuma experiência pra ser candidata, vai ser massacrada nos debates, uma pena perderem tempo e dinheiro com essa candidatura. A disputa será pela direção do SEPE, aliás como fez os ultimos candidatos do partido. Aposto que a proxima a anunciar a candidatura vai ser a Isabel do PSTU.
Candidato do PSOL, estou fora ! Só tem ideias malucas, Deus nos livre e guarde
Nome de respeito para o pleito. Conheci a Ju na época da faculdade, apesar de termos cursado licenciaturas diferentes era comum ve-la envolvida com atividades do Diretório e do Centro Acadêmico ao qual ela participava. Se destacava nos debates e atividades, sempre educada e bem articulada. Depois a encontrei, anos mais tarde, na direção do CIEP do Açude ll, onde ela tinha um relacionamento muito bom com a juventude local e com os profissionais do colégio. Terá o meu apoio.
Terá o meu apoio também!
Fora comunista! O povo é maluco de votar na extrema-esquerda, mas pesquisem onde fazem uma boa gestão?
Não quer votar , não vote seu imbecil
Simplesmente ignore
Dê de ombros e sai andando
Está ganhando o que falando mal de quem nem conhece ?
Evolua
PSOL = socialista, PCdoB = comunista vamos estudar né Professor!!!
10% da população do estado do Rio votou no Tarcisio (PSOL) em uma eleição fragmentada da para ir ao segundo turno.
Vamos torcer pelo desempenho dela nos debates!
Maluco é esse pessoal da Arminha o Witzel já vai cair… Em breve o miliciano vai cair tb…
Em resposta ao amigo Felippe, não estou falando mal da pessoa, jamais o faria não conheço a pretensa candidata e não da minha índole, mas sim do movimento político defendido pelo partido representado, não deu certo em lugar nenhum do mundo, e responsável pelo maior genocídio da história humana.
A omissão e ficar calado é uma opção por mim não defendida.
Isso mesmo, Professor ! Candidata comunista, ficam doutrinando a juventude. Vai ganhar nem experiência
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