TJ declara constitucional lei que inclui Dia das Mães e Dia dos Pais no calendário escolar

Por Paulo Moreira

Conrado afirma que mães se queixam de que data dedicada a elas ‘passou em branco’
(Foto: Arquivo)

Volta Redonda – O Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJ-RJ) julgou constitucional a lei de autoria do vereador Paulo Conrado que inclui no calendário da secretaria Municipal de Educação as comemorações dos dias das Mães e dos Pais nas escolas da rede pública de ensino. O vereador afirma que fez o projeto depois de receber queixas de mães de que seu dia teria “passado em branco” em algumas escolas da rede municipal.
A lei agora entrará em vigor. O projeto causou polêmica porque, segundo fontes próximas ao gabinete de Conrado, houve resistência por parte de grupos que pregam a luta pela discussão das questões de gênero nas escolas.
Ainda de acordo com a fonte, esses movimentos argumentam que as comemorações dos dias dos Pais e das Mães podem ser constrangedoras para algumas crianças.
Os grupos afirmam que, atualmente, há muitas famílias sem a figura do pai – caso de lares chefiados por mães solteiras ou separadas.
Existem também as crianças que moram em lares formados por casais homoafetivos, o que pode levar a situações embaraçosas.
Um trabalho apresentado por Cláudia Denis Alves da Paz, doutoranda em Educação pela UnB, afirma que as comemorações tradicionais reforçam os papéis de gênero masculino e feminino:
“Percebemos, a partir da análise das festas realizadas em homenagem às mães e aos pais das crianças da escola de educação infantil que as questões de gênero estão presentes no trabalho pedagógico desde a concepção da festa até sua realização. Essas questões, constituintes das identidades de gênero das crianças, aparecem nas rotinas e nas festas, em especial, nos objetos escolhidos, gestos, tipos de apresentação, lugares dos pais e das mães nas festas, rituais de acolhimento; posturas durante a festa, horários escolhidos, peça, música, linguagens, escolha e confecção dos presentes.
Por meio desse trabalho pedagógico, são instituídas as identidades de gênero, embora quem contribu a para essa instituição estruturante pouco compreenda sobre o quê e como isso se processa.
Talvez, a falta de reflexão crítica, por parte das profissionais de educação envolvidas, sobre as questões de gênero, seja fruto da formação inicial e continuada deficiente nesta área, pois estão reproduzindo as identidades de gênero fixas nas atitudes, ações e comportamentos, por meio de diferentes atividades, além da organização das comemorações que são realizadas na escola, sem que sobre isso desenvolvam reflexões”, afirma Cláudia.

 

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2 Comentários

VAI VENDO 15 de novembro de 2019, 08:33h - 08:33

Parabéns ao vereador por enfrentar essa causa! Se deixar correr frouxo, pessoas desestruturadas ditarão as regras. A família é o porto seguro de qualquer indivíduo. Sem a família nós ficamos a deriva nesse mar de gente a cada dia mais individualista.

Nossos jovens estão se isolando da convivência fraterna, apoiado muitas vezes até pelos pais. Entrem em qualquer quarto de uma casa hoje que sempre encontrará um jovem com um joystick nas mãos atrás de uma tela. Jovens incapazes de assumir uma relação afetiva e incapazes de produzir algo benéfico para a sociedade. Se eles te encontrarem agonizando pelo caminho não se surpreendem. Eles passarão batido.

Gabriel 14 de novembro de 2019, 23:27h - 23:27

Ótimo projeto. Parabéns, vereador!

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