Barra Mansa – Em meio à pandemia e seu impacto no mercado de trabalho, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia traçou um diagnóstico das principais barreiras para a recuperação do emprego e detectou que jovens até 29 anos têm probabilidade menor de conseguir emprego com carteira assinada. No primeiro semestre deste ano esse foi um grande desafio de jovens da região que, sem oportunidades, tiveram que encarar a informalidade para conseguir garantir uma renda própria.
O autônomo Gabriel Coutinho Juventino da Silva, de 20 anos, nunca trabalhou de carteira assinada, embora já tenha prestado serviços em restaurantes, lanchonetes e pizzarias da cidade. Ele, que também já foi vendedor autônomo, hoje está trabalhando vendendo doces, em um carrinho, na Rua Duque de Caxias, no Centro, também na informalidade.
– Acho que o desejo de todo jovem, na minha idade, é trabalhar de carteira assinada. Mas, se antes da pandemia já estava difícil, agora está ainda pior. Eu já distribuí muito currículo por e-mail e também já entreguei direto nas empresas e não consegui nada fixo. Para não ficar sem ter uma renda estou aqui vendendo doces pra moça que tem esse carrinho. Ela é minha amiga e me deu essa oportunidade – ressaltou Silva.
Também na Duque de Caxias, que é uma travessa com grande fluxo de pedestres, a jovem Rebeca de Oliveira, de 22 anos, passa o dia vendendo balas, no entanto, seu maior desejo era estar no mercado de marketing digital. Formada nessa área, em um curso feito pelo Sebrae, ela lamenta a falta de oportunidades e diz que precisa encarar a informalidade para pagar suas contas e manter o sustento do filho, de seis anos.
– Eu trabalhei com carteira assinada quando tinha 16 anos, depois não consegui mais. Na minha área, de marketing digital, está muito difícil conseguir algum emprego fixo porque a pandemia deixou todos endividados. Acaba que as empresas precisam do marketing digital, já que estamos na era da tecnologia, do celular e da internet, mas muitos priorizam outras coisas e acabam não contratando um profissional para fazer esse trabalho. Eu já distribuí muito currículo e, enquanto não surge nada, eu continuo vendendo a minha bala por aqui –
Fazendo bicos
Embora tenha concluído um curso técnico de mecânica, pelo Senai, o jovem Pedro Henrique Oliveira, de 22 anos, ainda não conseguiu uma vaga de trabalho em uma multinacional, como sempre almejou. Ele, que nunca teve a carteira assinada, já vem adquirindo experiência na área profissional escolhida fazendo bicos, em algumas oficinas, mas segue enviando currículos e torcendo para que apareça alguma oportunidade.
– Quero muito trabalhar de carteira assinada, com direito a férias, décimo terceiro e gratificações, assim como muitos profissionais da minha área. Acredito que se não fosse a pandemia eu já teria tido uma oportunidade, mas, infelizmente, muitos jovens da minha idade estão na mesa situação que eu estou.. Enquanto o emprego não aparece eu faço bicos em algumas oficinas, vou adquirindo experiência e me preparando para quando as coisas melhorarem – disse.
Mercado formal reduzido
Segundo a economista Paloma de Lavor Lopes, com a pandemia o mercado de trabalho formal foi muito reduzido e, com isso, diversos trabalhadores foram desligados e até hoje permanecem desempregados. Com os jovens, conforme ela observa, o mercado formal acaba disponibilizando vagas que exigem experiência, o que implica em uma situação ainda pior. A recomendação da economista, para esse público, é que para que utilizem a internet para fazer cursos de qualificação, inclusive os que são gratuitos e que farão com que o currículo seja selecionado prioritariamente.
– Os jovens estão “obtendo experiência” na informalidade. Evitando os custos trabalhistas, que são elevados e para o pequeno empreendedor podem ser até fator inviabilizante, as organizações têm contratado jovens por menores salários e temporalidade reduzida. Como esses jovens seguem sem experiência formal, dificilmente no pós pandemia irão conseguir os empregos tão desejados como carteira assinada. A recolocação vai ser extremamente desafiadora para todos dos trabalhadores, mas, para os jovens, sinto dizer que não será nada fácil. É muito importante que estejam mais preparados, o possível, para uma oportunidade – afirma a economista.
7 comments
A tendência mundial é que se acabe o trabalho com carteira assinada. Não haverá mais carreira, mas sim prestação de serviços, sem vínculo empregatício… Valerá mais o conhecimento e o talento individual do que o cargo e a função…
E os pobres de direita tomando banho frio no inverno e cozinhando na lenha ficam como ??????
Devido a pandemia uma ova
Isso já vinha acontecendo desde muito antes do vírus
É obra da direita brasileira
Estão felizes?
Com a palavra os eleitores do genocida, co responsáveis pelo desmonte da Petrobrás, da falência das grandes indústrias nacionais, do fim dos direitos trabalhistas, etc etc etc etc
Agora que está ficando ruim até prós filhos de vocês, vão falar o que ??????
Talvez, depois da reforma administrativa as coisas melhorem um pouco.
Melhorar um pouco vai quando o áudio dor colocado pra todos escutarem e o vagabundo que você defende aqui descer a rampa ao choro
Jorge Lucas é apenas mais um do grupo dos 23% e caindo, que não faz a menor idéia do que diz
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