Histórias de famílias destruídas pela violência contra mulher no Sul Fluminense

by Diário do Vale

Sul Fluminense – Irmã de Viviane Ribeiro, que foi morta a facadas em Barra Mansa, Priscila Ribeiro, de 36 anos, falou com exclusividade ao DIÁRIO DO VALE sobre o sofrimento de toda a família após o assassinato.

Ela, que há 10 anos mora em Florianópolis (SC), diz que espera justiça pela morte da balconista.

“Recentemente minha família viveu uma história trágica, dolorida e muito traumática, que para nós, até então, só acontecia nos jornais, nos noticiários de TV, jamais imaginaríamos viver algo assim. Falar sobre o assunto ainda é muito difícil, dói, dói muito, traz lembranças, a consciência pesa e mesmo não havendo culpa, nós a sentimos, mas precisamos falar, precisamos divulgar o que aconteceu e alertar as muitas “Vivis” que conhecemos”, ressalta Priscila.

Ela enfatiza o fato da irmã ter sido morta pelo companheiro, Fernando Muniz da Silva, que a golpeou com 42 facadas e que, infelizmente, contribuíram para que Viviane se tornasse mais um número em uma estatística que cresce assustadoramente, segundo Priscila.

“Assim como minha irmã, as vítimas de feminicídio, não imaginam o risco que estão correndo dentro do relacionamento, porque são mulheres que amam, que sentem, que cuidam e que perdoam. Muitas vezes nem se dão conta de que estão em um relacionamento abusivo, não podemos julgar.  Minha irmã,  por exemplo, sempre nos dizia que era feliz com o Fernando. A Vivi nunca reclamou de nenhum comportamento agressivo por parte dele, não há relatos de brigas anormais , nada que nos levasse a supor que um dia ele a mataria. No Entanto, ele o fez de uma forma fria e covarde”, alertou Priscila.

Hoje, em meio ao luto, ela diz que o que se passa na cabeça da família são questionamentos como, por exemplo, se a irmã era agredida, mas por vergonha, medo ou preocupação com os pais idosos e as filhas, nunca contou nada a ninguém.

– Será que ele a ameaçava de morte e ela por conhecê-lo como ninguém, sabendo do que ele seria capaz, acatava em silêncio? Será que ela o amava tanto e confiava tanto na reciprocidade desse amor que jamais pensou que ele seria capaz disso? Não temos essas respostas – completou Priscila.

E fez um apelo: “Não julguem suas ‘Vivis’, ajudem-nas”.

Outro caso

A irmã de Daiana Gonçalves Lima, Viviane Cristina Gonçalves, de 35 anos, também conversou com o DIÁRIO DO VALE. Segundo ela, toda a família está despedaçada com a morte da irmã, principalmente o filho da vítima, de 12 anos, que tentou defendê-la da morte.

“Meu sobrinho viu tudo, tentou evitar, mas não conseguiu. O assassino acabou com ela, desfigurou ela toda a ponto do velório ser com o caixão lacrado”,  lamentou Viviane, ao acrescentar que mesmo com a prisão do suspeito, a família ainda sofre pela morte da irmã.

De acordo com Viviane, a irmã não teria um relacionamento de muito tempo com o rapaz. Os dois se separam por um tempo e,ao voltar para ele, Daiana teria sido ameaçada. “Ele disse que se ela o largasse de novo, ela não ficaria com mais ninguém, porque ia matá-la. Dois dias de matar minha irmã ele tentou enforcá-la e há cerca de dois meses ele quebrou o dedo dela. A gente aconselhava para ela denunciá-lo, mas infelizmente ela não nos escutou e pagou com a vida”, finalizou Viviane.

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1 comment

Antonio Carlos Peludo 29 de julho de 2018, 16:53h - 16:53

O Estado do Rio precisa urgentemente de um choque de ordem, doa a quem doer.

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