MPRJ pede afastamento de delegado e dois agentes da Polícia Civil

by Diário do Vale

Vassouras – O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), pediu a prisão do delegado da Polícia Civil do Estado, Renato Soares Vieira e dois servidores da corporação, Lindemberg de Oliveira Lobo e Eduardo Ciambarella, este último também acusado de falsa identidade.  Já o delegado e outro servidor são acusados de concussão.

A denúncia, apresentada no último dia 5, foi instaurada a partir do relato de uma pessoa, que apontou ter sido vítima de concussão praticada pelos três policiais, lotados na 95ª Delegacia de Polícia de Vassouras.

De acordo com o MPRJ, a Promotoria de Justiça Criminal de Vassouras, a vítima apresentou mídia contendo o áudio da conversa gravada com os três agentes denunciados. O fato ocorreu no 18 de maio de 2017, na delegacia. Segundo a vítima, que supostamente figura como suspeito da prática de crimes de roubo, ocorridos em 2009,  a pedido dos policiais foi a delegacia para prestar esclarecimentos sobre o caso.

No local, a vítima foi ameaçada de prisão, caso as investigações fossem aceleradas. Na ocasião, ela foi informada que tal situação poderia ser revertida com o pagamento de quantia em espécie. Após análise do áudio inicial, bem como dos áudios posteriores, estes obtidos por meio de interceptações telefônicas autorizadas da Justiça, no curso de operação batizada como ‘Mercado Livre’, o MP relata que os denunciados demonstram exigir vantagem indevida da vítima, a pretexto de retardar o andamento das investigações que tramitam em seu desfavor na 95ª DP, deixando de requerer sua prisão.

Ainda de acordo com o MP, tais propostas, inclusive com ameaças, se repetiram em outros encontros, após a primeira conversa, ocorrida em 18 de maio de 2017. Pelo relato, os três policiais foram incursos nas penas do artigo 316, caput, na forma do artigo 29, do Código Penal, com reclusão de dois a oito anos, e multa.

A denúncia aponta ainda que, em ao menos duas ocasiões, na mesma Comarca de Vassouras, Eduardo Ciambarella atribuiu-se falsa identidade para obter vantagens. Servidor da Polícia Civil do RJ, ocupando o antigo cargo de comissário, o denunciado apresentava-se como delegado, com o objetivo de obter prestígio, impor respeito e angariar vantagens através da intimidação de terceiros.

Em função dessa denúncia, Eduardo também está incurso, por duas vezes, nas penas do artigo 307 do Código Penal, que prevê detenção, pelo período de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.

Na decisão da 1ª Vara Criminal de Vassouras, atendendo ao pedido do MPRJ, foi determinada a suspensão cautelar provisória dos três policiais de suas funções, a proibição de que os servidores públicos frequentem as dependências da 95ª DP e de que se aproximem da vítima e de seus familiares, devendo respeitar uma distância mínima de 200 metros, sob risco de decretação de prisão preventiva.

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10 comments

Antonio Carlos Peludo 26 de setembro de 2018, 06:31h - 06:31

Não Senhores, não são facilidades , é a impunidade . Parabens ao denunciante, se todos fizerem isso a coisa acaba, agora vem a pergunta que tipo de policia o brasileiro quer? . Pelo exposto muito aceita pagar propina logo…

Diga não à propina 26 de setembro de 2018, 08:50h - 08:50

É verdade, concordo com você. A população deveria tomar a iniciativa e denunciar. A história do famoso “cafezinho” pra polícia, só vai diminuir, quando o povo fizer a sua parte. Vi uma matéria aqui no diário do vale, em que um cidadão foi parado com documento do carro irregular. O mesmo foi extorquido por pms. Como o rapaz não tinha dinheiro na hora da abordagem, foi combinado um local para o pagamento. Porém, antes de levar o dinheiro no local combinado, o denunciante fotografou as notas de dinheiro que seriam entregues. O denunciante comunicou o fato à corregedoria, e os corregedores prenderam em flagrante os pms com as notas entregues. Depois disso, o rapaz que também estava errado por andar com o veículo irregular, foi multado, e perdeu pontos na habilitação (o que de fato, era para ser feito na blitz). Ele preferiu pagar mais de 500 reais com multa, reboque e depósito, do que pagar bem menos aos o pms.

Diga não à propina 25 de setembro de 2018, 18:07h - 18:07

Se virar moda, essa de colocar áudio em diálogo com policiais, não vão sobrar pms fazendo blitzes rsrsrsrs. Vão ter que construir um gigantesco BEP (batalhão especial prisional) kkkkkkkkkkkkkkk.

Catilina 25 de setembro de 2018, 12:18h - 12:18

Ah, essa puliça…

Guilherme 25 de setembro de 2018, 12:13h - 12:13

As coisas estão muito difíceis no Brasil, pior ainda no Rio, criaram tantas facilidades, garantias, proteções para servidores, funcionários públicos, estatutários que muitos se sentem à vontade para fazerem o que quiserem, não perdem salários, não podem ser demitidos, às vezes são até aposentados compulsoriamente, quando na verdade deveriam ser obrigados serem honestos, caso contrário arrume outra coisa para fazer.

Eleitor VR 25 de setembro de 2018, 09:13h - 09:13

Kd o Furtado pra colocar a mão no fogo pelos policiais que ele ama? Que piegas.

Joao Carlos 25 de setembro de 2018, 14:17h - 14:17

É EM VASSOURAS SEU QUADRUPEDE E NÃO EM VOLTA REDONDA, E OUTRA, ESSES POLICIAIS QUE VOCE DIZ, SÃO BONS POLICAIS! FIZERAM UM BOM TRABALHO POR VOLTA REDONDA!

Gabi 26 de setembro de 2018, 00:03h - 00:03

João Carlos kkkkkkk

Eleitor VR 26 de setembro de 2018, 08:40h - 08:40

….ótimo trabalho, inclusive no Mercado Municipal né ? Kkkkk pra Gabi batalhão

Charle 26 de setembro de 2018, 10:19h - 10:19

Esse eleitor deve ser parente de algum bandido. O furtado estava tão enganado que todos os três defendidos por ele, foram soltos e absolvidos. Quem perdeu foram as pessoas de bem de VR( pessoas de bem), pois estão trabalhando fora de VR e a violência aqui só aumentando. Mas parente de bandido esta dando graças a DEUS.

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