‘Vamos sair mais fortes’, afirma presidente da Unimed-VR

by Diário do Vale

Presidente da Unimed afirma que empresa sairá mais forte da pandemia
(Foto: Julio Amaral)

Volta Redonda – Enquanto a maior parte das empresas paralisou investimentos desde o início da crise provocada pelo coronavírus, a Unimed Volta Redonda optou por acelerar o que já estava em andamento, como a expansão do hospital e a estruturação do centro oncológico, que representam um aporte de R$ 90 milhões. Também implementou diversos projetos voltados para o cuidado com o cliente, o funcionário e o cooperado, reforçando o que eles chamam de Jeito Unimed de Cuidar (JUC). Em entrevista, o presidente, Luiz Paulo Tostes Coimbra, comenta como a cooperativa vem passando por esse momento, pautada em valores como segurança, confiança, transformação e sustentabilidade, trilhando, assim, um caminho que traz perspectivas otimistas após o fim dessa pandemia.

Pergunta –    É comum livros sobre gestão destacarem que as organizações devem ver as crises como momentos de oportunidade. Que oportunidades a Unimed Volta Redonda observou com essa pandemia?

Luiz Paulo Tostes Coimbra – Com a pandemia, pudemos mostrar nossa capacidade de agir rápido para cuidar ainda mais das pessoas, fortalecemos as relações apoiando e cuidando das pessoas em todos os momentos, iniciamos a transformação de projetos para facilitar a vida de processos, sempre mantendo o apoio ao negócio. E tudo isso pode ser visto em inúmeros projetos desenvolvidos ou ampliados, apesar do cenário do país ser de crise. Foi também uma oportunidade para avaliar a nossa capacidade fazer gestão por home office. E pudemos observar que essa mudança pode funcionar. Sabemos que já é uma tendência a incorporação de novas modalidades de trabalho, mas a pandemia nos impôs implementar essa opção. Algumas áreas, colocamos quase que imediatamente em home office. Assim, houve mudanças de processos de trabalho que as próprias pessoas introduziram. Também houve a intensificação da transformação digital, que era visto como algo necessário para se adaptar a um processo que ocorre no mundo inteiro, mas havia reticências sobre ele. Felizmente, essas mudanças foram rapidamente absorvidas.

Hoje, nós vivemos uma reflexão de como vamos caminhar após essa pandemia. Está em andamento uma reavaliação de todos os nossos processos, de como vai ser o nosso sistema, quem vai permanecer em home office e como será essa nova realidade após essa crise. Também foi preciso revisitar nossas estratégias. [box type=”shadow” align=”aligncenter” ]A prioridade da Unimed Volta Redonda foi o de cuidar dos colaboradores e cooperados, mantendo os serviços de acordo com as orientações das autoridades sanitárias.[/box] Mas chegou um momento que também foi preciso falar sobre o negócio e houve a necessidade de redesenhar o caminho para alcançarmos nossos objetivos.

Pergunta –   Quais têm sido os principais desafios enfrentados nessa a pandemia?

LPTC – O primeiro foi o de cuidar da saúde de colaboradores e cooperados e garantir a assistência aos clientes. Então, assim que todo mundo percebeu o quão grave era esse vírus, a Unimed se dedicou a preservar os funcionários e cooperados. Afastamos quem era do grupo de risco, adotamos medidas para proteger que permaneceu trabalhando, sempre seguindo todas as orientações sanitárias preconizadas pelo ministério da Saúde e, em alguns casos, adotando medidas até mais rígidas. No segundo mês de pandemia, passamos a dar atenção também ao negócio, então foi observado o impacto que o cenário provocou nos processos e na demanda. Foi preciso, por exemplo, tomar medidas de redução de custo. Criamos o programa Fazer mais com Menos, que impactou numa redução de cinco milhões de reais. Também foram adiadas novas contratações de profissionais.

Realizamos uma avaliação de como a implementação do home office estava impactando na produtividade, se foi possível manter a mesma eficiência. Ao mesmo tempo, ampliamos o diálogo com os funcionários e cooperados, com muita informação e transparência. No caso dos cooperados, houve um olhar atento como seria a sua sobrevivência sem renda. Em março, por exemplo, eles receberam o resultado de 2019, que representa cerca de quatro meses de produção. No mês seguinte, houve bonificação, e, em maio, uma complementação.

[box type=”shadow” align=”aligncenter” ]Também optamos por enfrentar a situação sem parar projetos estruturantes que estavam em andamento. Pelo contrário, a decisão foi de acelerar o andamento deles.[/box] Então foi dado prosseguimento com a ampliação do hospital, bem como com a criação do centro oncológico que será referência no Estado. Também foram mantidas as iniciativas de investimento nos funcionários, essa sempre foi uma prioridade da nossa gestão. E o foco principal é estimular o autodesenvolvimento. Para isso, são oferecidas ferramentas para as pessoas pensarem seus propósitos, além de cursos gratuitos. A Unimed Volta Redonda também quer que o saber de cada pessoa contribua para o crescimento da organização. Cada um de nós tem algum saber, seja por nossa experiência de vida ou pela formação, que pode ajudar no crescimento do outro.

Um desafio tem sido a baixa ocupação do hospital. A unidade vinha com uma taxa de ocupação de 80%, mas, com a pandemia, caiu para 40% a 50%, sobretudo devido à suspensão das cirurgias eletivas. Mas o hospital tem que garantir o atendimento, então é preciso suportar esse cenário. Mas já há um processo de retomada de cirurgias eletivas, bem como de algumas atividades ambulatoriais. Estamos nesse processo de retomada gradativa. Como a cooperativa tem bastante liquidez, é possível suportar isso por mais algum tempo.

Pergunta – Por que acelerar projetos em um momento em que as empresas estão reduzindo investimentos?

LPTC –Primeiro, pela necessidade de fazer a transição para o mundo digital. E alguns dos projetos são estruturantes em capacitar, dentro dessa nova realidade, os colaboradores no relacionamento com o cliente. Esse é um ponto importante. O segundo ponto é que acreditamos que assim que essa crise for superada, haverá uma grande demanda por cuidados nas áreas de saúde e bem-estar. Se a Unimed sair dessa pandemia com um serviço de oncologia que seja referência, vai ampliar opção de acesso a serviços de saúde. E isso vai ao encontro do objetivo da Unimed de ser uma cooperativa de trabalho médico e também uma plataforma de acesso a serviços de saúde e de bem-estar. Diante disso, nós estamos ampliando a capacidade de servir as pessoas.  Pelo contrário, sempre houve um esforço e uma preocupação em gerar recursos que dessem tranquilidade em momentos como o atual. A Unimed Volta Redonda vai aproveitar isso para crescer na crise.

Pergunta –   A decisão da Agência Nacional de Saúde (ANS) de retomar os prazos para realização de cirurgias e consultas foi positiva?

LPTC – É um pouco temerária a forma como foi tomada essa decisão. A Unimed Brasil até se manifestou sobre isso na própria ANS. Pois a norma foi a mesma para o todo país. Entretanto, a realidade de cada região, estado e cidade é diferente. Há cidades que ainda sofrem bastante com essa pandemia, então não seria o ideal já retomar a realização de procedimentos eletivos

Pergunta –    Como se fez para manter a participação dos cooperados durante a pandemia?

LPTC – Uma comunicação transparente e aberta ao diálogo sempre foi prioridade ao longo da nossa gestão. Há mais de dez anos, decidimos realizar quatro assembleias gerais ordinárias por ano, mesmo sendo obrigado a realizar apenas uma. Além disso, criamos oficinas para discutir temas preassembleia. No ano passado, iniciamos o projeto diálogos estratégicos, que são quatro reuniões anuais onde se debateria um tema geral com os cooperados. Com a pandemia isso foi impedido, então a solução foi focar na comunicação digital. Toda sexta-feira, a Unimed envia o Diálogos Online, que traz justamente um cenário de como foi a semana, detalhes sobre ocupação do hospital, além das perspectivas a curto prazo.

Pergunta –   Como você avalia que a Unimed sairá dessa pandemia?

LPTC – Temos a certeza de que vamos sair mais fortes. Por tudo que estamos fazendo. Ao final dessa crise, teremos uma representatividade de mercado melhor. Vamos estar mais próximos dos nossos clientes, que terão mais facilidade de acesso a serviços de saúde e isso vai no tornar ainda mais competitivos.

Pergunta – Diante da crise, o que foi implementado e chegou para ficar?

LPTC – Os novos caminhos de modalidade de trabalho chegaram para ficar. Ainda estamos aprendendo a fazer isso, mas é certo que teremos uma nova realidade após a pandemia. O home office, por exemplo, não vai ser para todos, mas é uma opção e já vemos outras empresas tornando isso efetivo. Eu mesmo estou tendo que me adaptar. Teve um dia, ainda em março, que precisei ir a Paraty para ver a unidade que está em construção e, na volta, não tinha como chegar a tempo de uma reunião. Então parei no caminho e fiz a reunião por videoconferência.

No caso da Unimed, a mudança nos processos de trabalho vai além. Essa transformação será direcionada por três guias: simplicidade, agilidade e eficiência.  É uma discussão que tem sido feita com os gerentes, de aproveitar o momento para aprender a olhar de forma objetiva os nossos processos e torná-los simples, ágeis e eficientes. Assim vamos economizar tempo e desperdício de trabalho e gerar novas atividades. Para isso, também será necessário contribuir no desenvolvimento dos funcionários, para que estejam preparados para uma nova realidade que foi acelerada pela pandemia.

Outra novidade que vai permanecer é a telemedicina, que aqui, na Unimed Volta Redonda, chamamos de telessaúde. Outros conselhos, como o de Psicologia, estão com uma vantagem, pois já trabalhavam com essa modalidade. Mas é uma realidade que a Medicina também vai abraçar. E a Unimed está se preparando para isso, já temos uma experiência, pois já havia o atendimento psicológico. Acreditamos que será uma opção muito útil para pacientes com atendimento domiciliar e até mesmo para reduzir o fluxo no pronto pronto-socorro.

Projetos implementados na pandemia

Visita digital aos pacientes – Por conta do isolamento, os clientes hospitalizados estão com as visitas restritas. Para driblar a distância e aquecer o coração, a equipe do Hospital Unimed Volta Redonda preparou vídeos personalizados feitos com os familiares dos pacientes e com direito a muitas fotos, além de depoimentos dos profissionais de saúde.

Vídeo de apresentação dos colaboradores – Direcionado aos pacientes internados devido ao Covid-19 que estão passando longos dias de isolamento e sendo atendidos por profissionais de saúde completamente paramentados com EPIs. Esses clientes contam agora com vídeos da equipe, que de cara limpa, se apresenta ao paciente proporcionando mais proximidade e conforto.

Programa Mais Perto realiza ações especiais aos pacientes – São feitas ações de cuidado voltadas para a experiência do paciente. Em uma das edições, um colaborador percorreu os corredores do Hospital tocando saxofone. O time de nutrição colocou adesivos de apoio e bilhetinhos nas refeições entregues aos clientes e realizou do Dia do Desejo onde os pacientes internados com Covid-19 puderam pedir a refeição que estavam com vontade de comer.

Orientação online: – A prevenção nesse período de pandemia é fundamental e os cuidados precisam ser redobrados, principalmente em pessoas com mais de 60 anos ou com fatores de risco. Em caso de necessidade de consulta médica para qualquer sintoma, há a orientação online: uma ferramenta de atendimento médico por vídeo chamada.

Programas Bem Viver e Viva Mais agora são digitais – Foi iniciado o gerenciamento de pacientes de dois programas do Centro Cuidar:  Bem Viver – clientes com problemas crônicos – e o Viva Mais – direcionado a pessoas com obesidade.  Agora, a equipe de enfermagem entra em contato com esses clientes que estão na época de fazer o atendimento. Eles são agendados na plataforma Conexa e atendidos pelos médicos do programa. 204 clientes do programa Bem Viver estão sendo atendidos de forma online e 85 pessoas do Viva Mais.

Cuidando de quem Cuida – Foi criada uma cartilha lúdica e educativa com os doutores Inimigos do Dodói, em que as crianças aprendem a se proteger contra o coronavírus, enquanto se divertem.

Programa de Apoio Psicológico e Emocional em plataforma digital – A equipe de psicologia organizacional continua oferecendo apoio psicológico e emocional aos cooperados, colaboradores, seus dependentes e clientes, e agora com uma novidade: o atendimento digital por meio da plataforma Conexa.

Programa de qualidade de vida para os cooperados – Unique, programa de qualidade de vida exclusivo para os cooperados. Por meio dos resultados obtidos com a pesquisa de satisfação realizada com os médicos, o projeto foi dividido em cinco pilares: finanças, ambiente de trabalho, promoção à saúde, integração e valorização do cooperado.

Qualidade de Vida do Colaborador – O programa visa cuidar da saúde e bem-estar do público interno. Os pilares foram definidos por meio de pesquisa de satisfação e serão trabalhados ao longo de 2020, com atividades externas, cursos, palestras, entre outros. São cinco pilares: família, trabalho, emocional, financeiro e hábitos saudáveis.

Projeto Gamma – Com olhar para o futuro, foi lançado o Projeto Gamma, para capacitar e desenvolver ainda mais os cooperados que atuam como gestores médicos e os colaboradores que ocupam cargos de supervisores. Os profissionais foram divididos em quatro equipes: início de carreira; com visão sistêmica sobre o negócio; com olhar especialista em sua área de atuação; coordenadores e gerentes médicos.

 

Por Daniel Rinaldi / Agência de Notícias EuroCom

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7 comments

Reconhecimento 25 de julho de 2020, 06:12h - 06:12

Graças ao Dr. Luiz Paulo ser um visionário, a Unimed Volta Redonda cresce a cada dia, tanto estrutural e economicamente, como na valorização aos seus cooperados e cuidados aos seus associados.

Carlos A Azevedo 24 de julho de 2020, 17:28h - 17:28

O Luiz Paulo Tostes vem demonstrando uma grande capacidade gerencial assim como de liderança. A UNIMED de Volta Redonda ,presidida por ele, se destaca dentre varias outras distribuídas no Estado do Rio mostrando um crescimento que gera confiança nos usuário e nos cooperados, Não resta duvida que trata-se de um trabalho de equipe. Portem o Luiz Paulo soube escolher e desenvolver sua equipe , aprimorando e ampliando a capacidade de atendimento medico Hospitalar. Vejo neste profissional, que conheço ha vario anos , uma liderança importante e , se eu fosse de algum parido politico estaria me aproximando dele para propor lançamento para uma disputa como gestor municipal eleito.

Eis Fontes 25 de julho de 2020, 00:49h - 00:49

Quanto a capacidade de atendimento médico hospitalar EU diria que ele está sendo sabotado por funcionários que não têm dedicação e respeito com o nome da empresa e de seus usuários. Nesta quinta-feira 23/07 procurei o atendimento de emergência, SENDO muito bem atendida pelo médico Que achou necessário a realização de ultrassom. Pois fiquei das 18h até meia noite ESPERANDO a médica pra realizar o exame. Por fim eu simplesmente desisti. Pago plano em dia e nunca uso,. Fiquei muito chateada e decepcionada . Caso o Sr tenha algum acesso ao Sr Luiz Paulo , por favor comente com ele o ocorrido. Desculpe o desabafo!

VAI VENDO 25 de julho de 2020, 07:23h - 07:23

Ter apoio financeiro de empresário para campanha política é proibido. Isto não ficou explícito no comentário acima, mas revela implicitamente que o possível candidato aceitará muitos zumbis pagos para cabos eleitorais.

Mais um curioso que PODERÁ pedir votos nas eleições.

Flávia Alessandra 24 de julho de 2020, 15:45h - 15:45

Que tem dinheiro pode pagar um plano de saúde o resto vai ser atendido pelo o s do sus pobre morre

Leitor 24 de julho de 2020, 15:10h - 15:10

Com certeza, tirando pela minha família que paga ao total 3.500,00 por mês de plano de saúde e a 5 meses não utiliza o plano por ser grupo de risco e os hospitais não serem o melhor lugar para elas, tem mais que $air forte me$mo, no mínimo era para ter dado 30% de desconto por mês por falta de utilização.

VAI VENDO 24 de julho de 2020, 15:05h - 15:05

É isso aí! Eu já tinha adiantado em março que a crise não é financeira e sim econômica, pois estamos impedidos de consumir. Uma vez o consumo voltando ao normal, a economia se estabeleceria rapidamente. Disse à época que quem vislumbrasse mais à frente se beneficiaria antes de todos.

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