Crises de ansiedade podem aumentar diante do coronavírus

by Diário do Vale

Barra Mansa- Atualmente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, a ansiedade atinge 264 milhões de pessoas no mundo inteiro, incluindo cerca de 18 milhões de brasileiros que também possuem esse transtorno psiquiátrico. Diante da crise de combate ao novo coronavírus (Covid-19) e do excesso de informações negativas em torno da doença e suas consequências, muitas pessoas que sofrem de ansiedade acabam potencializando suas crises em função da insegurança e o medo de também serem infectadas pela doença.
Conforme destaca o psiquiatra Caio Costa Cury, durante esse período de quarentena, o risco de recaídas ou das crises serem mais agudas se torna maior, pois muitos fatores se somam. Entre eles, o médico cita o isolamento social, o medo da nova doença, preocupações financeiras, entre outros.
– É importante ressaltar que pessoas sem um diagnóstico prévio da ansiedade também estão mais vulneráveis neste momento de crise – disse o psiquiatra.
A autônoma Adriana Oliveira, de 38 anos, foi diagnosticada recentemente com transtorno de ansiedade e está em fase de tratamento. Na última segunda, conforme conta, ela teve duas crises muito intensas e, em uma delas, foi preciso ir ao hospital.
– Eu não consegui suportar ver tantas notícias ruins e, além do medo de ser infectada com o vírus, ainda somou o fato de não poder trabalhar. Comei a me preocupar com as contas, com a possibilidade de ficar doente e quando vi já estava em crise. Senti uma falta de ar muito grande, um aperto no peito, a cabeça começou a doer e fiquei suando muito frio, com a sensação de quem estava tendo algo muito grave. Pedi meu irmão pra me levar para o hospital e só lá, com medicação, consegui me acalmar – relatou a autônoma.
No dia seguinte, ao entrar em contato com seu psiquiatra, a recomendação do profissional, de acordo com Adriana, foi para que evitasse ao máximo as informações em torno do novo coronavírus. Além de ter se distanciado dos noticiários e das redes sociais, ela ressalta que nesta segunda semana de quarentena, resolveu rever seus hábitos, incluindo a leitura, filmes, exercício físicos online e também a caminhada, que faz todos os dias pela manhã.
– Eu não tenho como mudar o cenário que o mundo inteiro está vivendo, tenho consciência de que vou enfrentar dificuldades financeiras, mas não posso concentrar meus pensamentos nisso porque, realmente, já tive certeza que é prejudicial a minha saúde mental. Sei que ainda tenho uma grande batalha pela frente, no tratamento para a ansiedade, por isso resolvi mudar meu foco e me distanciar de tudo que possa se tornar um gatilho para as crises mais intensas – disse Adriana.
Outra que também não tem conseguido controlar a ansiedade, nesse período de quarentena, é a advogada Roberta Gama, de 41 anos. De acordo com ela, que mora com os pais idosos, ambos de 70 anos. Trabalhando em sistema home office, desde do dia 16 de março, ela comentou que já perdeu a conta das crises de ansiedade que teve neste período. No caso da advogada, o que mais a estava fazendo sofrer era acompanhar o alto índice de morte entre idosos.
– Desde terça-feira, por orientação do meu psiquiatra, eu só vejo as atualizações sobre o novo coronavírus uma vez ao dia. Eu não estou no grupo de risco da doença, mas saber que meus pais estão estava me fazendo ficar muito mal. A possibilidade de perdê-los ou vê-los sofrer com essa doença estava me consumindo e eu estava tendo crise quase todas as noites, quando ia dormir. Quem sofre de transtorno de ansiedade não consegue ter controle dos pensamentos ruins, infelizmente, e, com isso, o excesso de medo acaba levando as crises. Quando a gente menos espera já está passando mal, com taquicardia, falta de ar, dor no peito, entre outras sensações ruins – salientou Roberta.

Mudanças de hábitos podem ajudar

Conforme explica o psiquiatra Caio Costa Cury, a ansiedade é um sentimento normal e adaptativo de todo ser humano. No entanto, ela passa a se tornar um transtorno quando começa a ser difícil de ser controlada e, principalmente, quando começa a trazer sofrimento significativo e prejuízos no funcionamento social, profissional ou familiar. De acordo com ele, não só neste período de quarentena pela Covid-19, mas no dia a dia, portadores da doença podem atribuir diversas mudanças de hábitos para amenizar as crises.
– Hábitos de vida saudáveis são fundamentais neste momento: iniciar ou manter a prática regular de atividades físicas, se alimentar de forma equilibrada, dormir bem, manter um ambiente familiar salutar, tudo isso é muito positivo para quem sofre de ansiedade. Para quem já faz uso de medicações, estas devem ser mantidas de acordo com as orientações médicas e jamais devem ser suspendidas ou ter as doses aumentadas por conta própria. Devemos estar bem informados sobre o avanço da pandemia e seus impactos na sociedade, mas devemos ter acesso a estas informações com equilíbrio. O excesso delas pode ser prejudicial na nossa saúde psíquica – afirmou Cury.

Sintomas

Com relação a falta de ar, que é um dos sintomas característicos das duas doenças, e que preocupa quem tem transtorno de ansiedade, o psiquiatra disse que é importante se atentar ao fato de a Covid-19 ser uma doença infecciosa. Logo, ela nunca se apresentará unicamente com falta de ar, mas geralmente com febre associada, tosse, dor de cabeça e no corpo, coriza, espirros, entre outros.
– Já a crise de ansiedade nunca, ou quase nunca, tem a dispneia (falta de ar) como sintoma isolado. Esta, geralmente, cursa com outros sintomas físicos e psicológicos como, por exemplo: taquicardia (palpitações), sudorese (transpiração excessiva), dor torácica, náuseas, tremores e o intenso sentimento de medo. É muito importante saber diferenciar esses sintomas, neste momento – finalizou o médico.

Psicólogos oferecem apoio voluntário

Visando amenizar o sofrimento de quem está na linha de frente ao combate do coronavírus, um grupo de psicólogos se juntou para oferecer atendimentos voluntários a profissionais que trabalham na área da saúde em cidades do Sul do Rio de Janeiro. A finalidade é tentar minimizar os impactos psicológicos desses profissionais e as consultas estão sendo feitas pela internet. Conforme explica a psicóloga Fernanda Seixas, o objetivo é proporcionar um espaço para que essas pessoas possam falar de suas questões e implicações diante das pressões nas quais estão sendo convocados o tempo todo.
Segundo ela, na primeira etapa de mobilização, 45 psicólogos ofereceram espaço na agenda para o atendimento. O público-alvo são enfermeiros ou qualquer pessoa que trabalhe em um hospital ou postos de saúde, seja na limpeza ou na parte administrativa, que não tenham condições de pagar pelo tratamento.
– Nós vamos distribuindo de acordo com nosso cadastro de voluntários. Uns profissionais disponibilizaram um horário, outros disponibilizaram dois horários. Por enquanto, estamos com mais psicólogos do que pacientes. O profissional que quiser se juntar ao grupo de voluntários será bem-vindo – explicou Fernanda.
Segundo ela, o próximo passo é criar um canal com representantes de hospitais e postos de saúde para divulgar o projeto por toda a região. Para solicitar o atendimento, os interessados no atendimento e os psicólogos que quiserem fazer parte do projeto devem entrar em contato com os profissionais que tiveram a iniciativa. Os números são: Fernanda Seixas: (24) 98109-0652 e Sérgio Cintra: (24) 98808-3972.

Por Roze Martins 

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8 comments

Marco Brandt 31 de março de 2020, 09:42h - 09:42

Cientistas descobriram um método infalível para amenizar os efeitos

É o seguinte

Todos os dias, pontualmente as 20.30hs, vá pra sua varanda com algum objeto barulhento, assopre e grite junto : EI BOLSONAROOO VTNCCC

Faça isso por 10 minutos

Dizem que você sai leve como uma pena
Eu faço já tem 15 dias e é lindo

Depois venho rir dos pobres de direita do DV

Nilson machado do pinho 31 de março de 2020, 05:21h - 05:21

Desliguem a globolixo.

Marco Brandt 31 de março de 2020, 09:38h - 09:38

Frase pronta dos pobres de direita

Globolixo
Vai pra Cuba
Brasil acima de tudo

Haja capim

Nilson machado do pinho 31 de março de 2020, 05:12h - 05:12

Parem de assistir,a globolixo.

Marco Brandt 31 de março de 2020, 09:36h - 09:36

Você é doente já, não conta

Mariana 31 de março de 2020, 01:05h - 01:05

Claro que aumenta a ansiedade, com esse terrorismo que a Globolixo vem jogando nas casas das pessoas. Elas vão morrer é de depressão e não de coronavirus. E depois ainda vem o desemprego, considerando que o confinamento de todos em casa. Brasil não pode parar

Marco Brandt 31 de março de 2020, 09:37h - 09:37

Bozopata detectado

Acho que ainda governa por uns 60 dias no máximo

Mariana 31 de março de 2020, 13:23h - 13:23

Com certeza, com muito orgulho votei no Presidente. Não sou esquerdista como vc que tem bandido de estimação. Que defende corrupto. Minha bandeira é verde e amarela

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