Agências de turismo têm queda de cem por cento na procura por pacotes

by Paulo Moreira

Visconde de Mauá é opção de turismo local

Sul Fluminense – Incluídas em um dos setores mais afetados e impactados com a pandemia de Covid-19, as agências se turismo da região estão buscando alternativas para se manter no mercado e, dessa forma, conseguirem retomar seus negócios após terem alcançado até cem por cento de queda na venda de pacotes de viagens. Esses índices são referentes ao período de março até o momento e, de acordo com a expectativa dos empresários do setor, só deverão melhorar a partir do segundo semestre, dependendo da segurança dos turistas com relação ao controlo da pandemia pelo novocoronavírus.
Proprietário de uma agência de turismo em Resende, o empresário Valdir Carlos Oliveira lamenta que o setor de turismo tenha sido o primeiro a ser afetado. De acordo com ele, desde que foram cancelados os vôos para a China, em fevereiro, as agências já começaram a sentir os reflexos negativos.
– Fomos os primeiro setor a ser prejudicado e, certamente, seremos o último a se reerguer. Os cancelamentos dos vôos para a China provocaram uma reação em cadeia já em fevereiro e, de março para cá, não estamos vendemos mais nada, acumulando uma queda de cem por cento nos negócios. As pessoas estão inseguras saindo de casa, de máscara, imagina de ficarem trancadas em uma viagem longa, de avião? – enfatizou o empresário.
De acordo com ele, a agência passou os últimos dois meses reacomodando a situação dos clientes que já haviam comprado pacotes e, na oportunidade, ele orientou aos clientes para que remarcassem as viagens, ao invés de optarem pelo cancelamento.
– Quem já tem uma nova data nós remarcamos e quem não tem nos deixamos com uma linha de crédito. O fato é que quem gosta de viajar vai continuar viajando quando a situação melhorar, porém, tudo vai depender, a parir de agora, da evolução da doença- disse Oliveira, ao acrescentar que enquanto as coisas não se normalizam ele está investindo no turismo local, aproveitando regiões, como por exemplo, de Mauá.

Sem viagens de lazer

De acordo com Desirée Carreiro Corrêa, proprietária de uma agência de turismo em Barra Mansa, hoje a agência vem se mantendo somente com viagens de trabalho e nas situações, por exemplo, em que uma pessoa precisa se deslocar para visitar algum familiar. A procura por pacotes de passeio, segundo ela, também tiveram uma queda de cem por cento desde que foi declarada a pandemia pelo novo coronavírus.
– Por enquanto está tudo muito parado e estamos vendendo apenas destinos para dentro do Brasil, nessas condições: ou a trabalho ou pela necessidade de visitar um parente. Desde que iniciou a quarentena não vendemos nenhum pacote turístico e acredito que isso deve se manter assim até o final desse semestre. Estamos em um momento de insegurança geral, não só financeira, de incerteza do dia a dia, e isso faz com que tudo fique paralisado – ressalta a proprietária.
De acordo com ela, a agência vem remarcando as viagens internacionais para o final do ano, no entanto, muitos clientes estão optando em aguardar como ficará o cenário da pandemia, nos próximos meses.
– A vantagem é que as companhias áreas estão oferecendo a opção do cliente ter um crédito pra remarcar de até um ano e as companhias terrestres de até dois anos. Com isso, quem está inseguro pode esperar até lá- salientou.
Conforme destaca Desirée, embora não tenha vendido pacotes, a agência já vem sinalizando alguma procura de orçamentos, que segundo ela devem ser concretizados a partir de outubro e novembro. Ela ressalta ainda que dos pacotes que precisaram ser cancelados nesse período, 80% representavam as viagens internacionais, no entanto, com a retomada, ela acredita que a procura maior, por enquanto, será pelos roteiros nacionais.
– As companhias estão oferecendo boas tarifas tanto para viagens nacionais quanto internacionais. Mas, acredito a princípio, a procura vai ser por pacotes de lazer serão para dentro do Brasil – afirmou.
Aposta no turismo nacional
Proprietária de uma agência de turismo em Volta Redonda, a empresária Patrícia de Almeida também está no processo de remarcação de muitas viagens que seriam realizadas nesse período de quarentena. No entanto, conforme afirma, a agência também está se preparando para que, em breve, haja uma grande procura por pacotes nacionais. Essa, segundo ela, será a grande aposta do setor nos próximos meses.
– Estão vindo muitas promoções do setor por aí e isso, com certeza, vai atrair muitos clientes para viagens nacionais. Todo o setor, companhias, hotéis, entre outras, se uniu e está empenhado em resgatar o turismo e, com isso, as tarifas que estão surgindo são imperdíveis e ainda vão poder ser parceladas em até doze vezes. Com tudo isso, com tarifas que nunca tivemos no mercado, acho que esse será o ano dos pacotes nacionais – destacou Patrícia, ao acrescentar que sua estimativa é que as coisas começam a se normalizar a partir de setembro.
Para exemplificar essa queda, ela ressaltou que destinos nacionais como Fernando de Noronha, que sempre foi um dos mais caros, poderão ter uma queda no preço de até 60%, dependendo do período de estadia e temporada. Outro destino, como o Beto Carrero, que já retoma as atividades no dia primeiro de julho, também terá preços mais acessíveis.
– Teremos procura pelo internacional, porque quem gosta do exterior vai continuar indo, mas os destinos nacionais vão sair na frente muito atraídos pelas tarifas, que realmente estão inacreditáveis – concluiu Patrícia.

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