Cidade do Vaticano- O papa Francisco saudou ontem a assinatura por 195 países, no sábado, em Paris, de um acordo contra o aquecimento global, e apelou para se estar especialmente atento aos “mais vulneráveis”, particularmente afetados pelas catástrofes ambientais.
– A cúpula sobre o clima terminou em Paris com um acordo que bem podemos qualificar como histórico – disse o papa Francisco, na oração do Angelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano.
– A sua aplicação exige um compromisso unânime e um generoso empenho de cada um – destacou Francisco, reportou a AFP.
O papa ressaltou que é preciso garantir neste âmbito, e “com um particular atenção”, o futuro das “populações mais vulneráveis”.
– Exorto a comunidade internacional na sua totalidade, a prosseguir com empenho o caminho encetado, num sentimento de uma solidariedade que deve ser sempre cada vez mais ativa – afirmou.
A Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP21) aprovou um acordo global vinculativo entre 195 países, desenvolvidos e em desenvolvimento, que se comprometem a caminhar para uma economia de baixo carbono e tomarem medidas para limitar o aquecimento global da atmosfera até 2100 a 1,5 graus Celsius, em relação aos valores médios da era pré-industrial.
Líderes comemoram
Líderes mundiais comemoraram a aprovação do texto final da Conferência Mundial do Clima (COP21) sobre a redução de emissões de gases de efeito estufa. Após 13 dias de debates, representantes de 195 países chegaram, pela primeira vez na história, a um acordo global sobre o clima.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, considerou o acordo como enorme passo para assegurar o futuro do planeta. Para Cameron, todos os países assumiram sua parte na luta contra as alterações climáticas.
Pela rede social Twitter, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ressaltou a importância do acordo e agradeceu a atuação da diplomacia norte-americana. “Isso é enorme. Quase todos os países do mundo acabam de subscrever o acordo de Paris sobre alterações climáticas”.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou que o Acordo de Paris sobre o clima é uma vitória para o planeta e gerações futuras. De acordo com Kerry, os países mandaram uma mensagem aos mercados sobre a direção correta que devem seguir para diminuir a emissão de gases nocivos ao meio ambiente.
O representante da China na COP 21, Xie Zhenhua, considerou o acordo “justo, ambicioso e equitativo”. “A China felicita todos os países por este acordo, que não é perfeito, tem partes que podem ser melhoradas, mas nos permite avançar para responder ao desafio das alterações climáticas. Acabamos de escolher o caminho certo para o bem das gerações futuras”, afirmou. A China é o país que mais emite gases nocivos ao meio ambiente no mundo.
O Acordo de Paris, como foi chamado o documento final da 21ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), entrará em vigor em 2020. O documento prevê limitar o crescimento da emissão de gases de efeito estufa a 1,5°C, e a criação de um fundo global de US$ 100 bilhões, financiado pelos países ricos, a partir de 2020, para limitar o aquecimento global a 1,5°C.
Japão vai combater alterações sem sacrificar crescimento
O Japão vai combater as alterações climáticas sem “sacrificar o progresso econômico”, disse ontem o primeiro-ministro, Shinzo Abe, após o acordo internacional alcançado anteontem em Paris, para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
– Vamos atingir (o objetivo) sem sacrificar o nosso crescimento econômico – disse o governante, num comunicado, divulgado pela agência Kyodo.
Tóquio comprometeu-se a reduzir os níveis de emissões registados em 2013 em 26% até 2030. Abe elogiou o primeiro acordo universal para combater as alterações climáticas adotado na cúpula do clima (COP21), na capital francesa, descrevendo-o como “justo” e destacou que seu Executivo aplicará o acordo como um “assunto de extrema prioridade”.
“Vamos aumentar ainda mais a força do Japão [na luta contra o aquecimento global] e continuaremos a desempenhar um papel de liderança na comunidade internacional”, disse Abe.
A Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP21) aprovou nesse sábado um acordo global vinculativo entre 195 países, desenvolvidos e em desenvolvimento, que se comprometem a caminhar para uma economia de baixo carbono e tomarem medidas para limitarem o aquecimento global da atmosfera até 2100 a 1,5 graus Celsius, em relação aos valores médios da era pré-industrial. O acordo de Paris vai entrar em vigor em 2020.