13ª Festa Internacional de Teatro de Angra

by Diário do Vale

Pela primeira vez o festival irá homenagear uma atriz, um ator e um diretor. Regina Duarte, Tonico Pereira e Amir Haddad formam a trinca de artistas que estarão na FITA 2018.

A maior festa de teatro do Brasil está de volta em 2018. A 13º edição da FITA – Festa Internacional de Teatro de Angra acontecerá em setembro deste ano e serão 17 dias, com uma média de quatro sessões de teatro diárias. Uma megaestrutura de tendas especialmente desenhadas para o evento contará com dois super teatros da FITA com salas com capacidade para 1.500 pessoas e outra para 800 espectadores.
Em 2018, o festival inovou e homenageará uma atriz, um ator e um diretor. Regina Duarte, Tonico Pereira e Amir Haddad formam a trinca de artistas que estarão na FITA 2018.
– Estou muito feliz principalmente por estar ao lado do Amir Haddad que é um dos Sócrates da minha vida. Me sinto homenageadíssimo de estar ao lado do meu mestre, me sinto cumprindo os desígnios do Sócrates através do Amir – diz Tonico Pereira, que apresentará o monólogo “O Julgamento de Sócrates”.
A programação contará com 42 espetáculos dos mais variados gêneros. As apresentações acontecerão na tenda montada na Praia do Anil, com capacidade para mil pessoas, e no Theatro Municipal de Angra dos Reis.
O musical “Forever Young”, dirigido por Jarbas Homem de Mello, abre o evento no dia 14 de setembro. Espetáculos consagrados como “O Leão no Inverno”, com Regina Duarte e Leopoldo Pacheco; o premiado “Dançando no Escuro”; e as divertidas Heloísa Périssé e Maria Clara Gueiros com “Loloucas” são alguns que integram a “Mostra de Sucessos”. O público também poderá conferir a Sessão Cult, Prata da Casa e a Fitinha, com peças destinadas ao público infantil. A FITA também contará com as estreias nacionais de “Não me T.O.C”, “Misericórdia”, “Eu só queria que você não olhasse para o lado” e “Rugas”.

Regina Duarte apresentará ‘O Leão no Inverno’, no dia 16 de setembro na Mostra de Sucessos
Consagrada na televisão por suas mocinhas memoráveis, Regina Duarte será a atriz homenageada da 13ª edição da Festa Internacional de Teatro de Angra. Regina traz para a cidade o celebrado espetáculo “O Leão no Inverno”, que marcou seu retorno aos palcos. A atriz participa pela primeira vez da FITA e ficou emocionada com a homenagem.
Com mais de 50 anos de carreira, Regina brilha no papel da rainha Eleanor, que lhe rendeu uma indicação ao prêmio Shell de Melhor Atriz.
A peça, aliás, lidera a lista de indicados do primeiro semestre da premiação, que inclui melhor figurino para Ulysses Cruz e música para John Boudler, Gilberto Rodrigues e Nelto Essi. Ulysses também dirige a montagem, em que Regina divide o palco com o grande ator Leopoldo Pacheco, além de um grande elenco que inclui o jovem talentoso Caio Paduan, destaque na novela “O Outro Lado do Paraíso”.
– É uma peça clássica que pode partir para uma gama de interpretações. Escolhemos uma visão para dialogar com o Brasil contemporâneo. É a história de uma mulher poderosa que vai enfrentar um homem poderoso, e no meio estão os filhos. A trama mostra até onde cada um vai em busca de poder, é anacrônica, lida com questões políticas, caráter, família, como ocorre em muitos casos na disputa de herança. Uma comédia dinâmica que vai fazer o público se relacionar e refletir com o que acontece em cena – conta o diretor Ulysses Cruz.
Com música ao vivo, o espetáculo quer criar um ambiente imaginativo, por isso o cenário funciona como instalação. Já o figurino, remete a lugar do passado como na época da Segunda Guerra Mundial ou em algum outro tempo do século XX.

“O Leão no Inverno”: Intrigas e disputa de poder em cena
O ano é 1183 – o rei Henrique II, da Inglaterra, convoca os três filhos e a rainha Eleanor para comemorar o Natal. O convidado especial é outro monarca, o jovem Felipe II, da França. Mais que os festejos religiosos, todos estão juntos, na verdade, em torno de um único interesse: quem será escolhido como sucessor de Henrique? Em função das comemorações, o rei permite que seus servos libertem a rainha Eleanor, trancafiada em uma torre para não interferir nos assuntos da corte.
Esse, no entanto, passa a ser o objetivo principal da rainha no momento em que abandona o cárcere. Em uma tentativa de mudar a sucessão real, que prevê que a coroa seja passada, por desejo do rei, ao caçula João, Eleanor conspira para que o primogênito Ricardo assuma o poder da Inglaterra.
Escrita em 1966, a peça teve duas adaptações para o cinema. A primeira, de 1968, teve direção do próprio dramaturgo e Peter O’Toole e Katharine Hepburn interpretando rei e rainha. A peça estreou em maio em São Paulo, onde foi sucesso de pública e crítica durante toda a temporada.

Tonico Pereira encerra a FITA, dia 30 de setembro
Dono de um humor ácido e uma personalidade excêntrica, a reação de Tonico Pereira ao saber que seria homenageado na Fita não poderia ser diferente.
– Eu acho que quando as homenagens começam é porque a gente tá chegando ao fim. Eu penso que é isso que está acontecendo comigo. De qualquer maneira, mesmo chegando ao final, estou muito feliz – diverte-se o ator.
Comemorando 50 anos de carreira, Tonico levará para Angra seu primeiro monólogo “O Julgamento de Sócrates”, onde propõe um diálogo aberto com a plateia sobre diversas situações durante o seu julgamento.
– A interiorização do teatro é sempre importante. É uma visão muito errada achar que no interior não existe nada. Existe muito. Toda a base do nosso teatro brasileiro veio dos folguedos populares. É muito pertinente ter os olhos voltados para uma cidade do interior e fazer dela uma emissora de possibilidades teatrais. Estou muito feliz de participar e conviver com esses grupos e comunidades artísticas – diz Tonico.
Aos 70 anos de idade, Tonico considera louvável a iniciativa da FITA em reunir diversos espetáculos dos mais variados gêneros.
– Você fazer parte de um evento de teatro que reúne quase 100 mil pessoas a cada edição é um milagre. Estou me sentindo jogando na seleção brasileira, com o Maracanã lotado. Se bem que eu não gostaria de estar na seleção brasileira. Mas numa seleção tipo a FITA eu fico muito feliz de participar e apresentar as ideias do Sócrates e a minha.

“O Julgamento de Sócrates”
O espetáculo é uma livre adaptação de “Apologia de Sócrates”, de Platão, realizada pelo premiado autor Ivan Fernandes em forma de monólogo.
A peça dramatiza a defesa de Sócrates, no julgamento que o condenou à morte por envenenamento. É talvez o primeiro grande caso na história da humanidade de um homem ser condenado por ter ideias diferentes do estabelecido pela sociedade. Através desse caso, a peça debate a liberdade de expressão e o pensamento no mundo contemporâneo.
O espetáculo, formalmente, é simples. No palco, Sócrates sozinho, em figurino neutro e atemporal, defende perante a plateia de “espectadores-jurados” não apenas suas ideias, mas sobretudo o direito de tê-las. Defende a necessidade de examinar a vida do ponto de vista ético e a busca pela sabedoria, e não pela satisfação material. E são nesses conteúdos que está a grande força do espetáculo, pela imensa relevância de suas palavras para o momento em que vivemos.
Sócrates, um personagem crucial, exige um ator de talento e currículo indiscutível: Tonico Pereira. Comemorando 50 anos de carreira no teatro, no cinema e na televisão, Tonico tem neste primeiro monólogo da carreira uma verdadeira tour-de-force, conversando e levando a plateia com a intimidade de um grande artista.

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