A arte de Marte

Por Diário do Vale

Os planos de colonização do planeta Marte sofreram um baque com a descoberta de um lago subterrâneo, no polo sul do planeta. No lugar de ser uma notícia boa, a existência de água líquida no subsolo marciana aumenta as chances de existir vida microscópica no planeta. Vírus e bactérias que poderiam ser nocivos para os colonizadores humanos. Antes de mandar gente para Marte será preciso analisar amostras do subsolo para verificar que tipo de organismos existem por lá.
Para os artistas que usam Marte como tema, a conquista do planeta vermelho já aconteceu há muito tempo. Desde a década de 1950 que os expoentes da arte espacial, como os americanos Chesley Bonestell e Robert McCall criam ilustrações coloridas imaginando a chegada do homem em Marte. As pinturas, geralmente em óleo sobre tela, espelham os projetos dos engenheiros espaciais. E mostram a evolução do nosso conhecimento sobre o cobiçado planeta ao longo dos anos.
É o caso da ilustração que Bonestell pintou em 1952, para uma série de artigos na extinta revista Colliers. Ela mostra um grupo de exploradores examinando rochas de um deserto marciano. O céu é de um azul escuro quase negro e no pé da montanha, ao fundo, há uma faixa de vegetação verde. Porque na época ainda se acreditava na existência de algum tipo de vida vegetal em Marte. A nave espacial, pousada no deserto, tem asas enflechadas. Hoje sabemos que a atmosfera marciana é rala demais para um pouso com ajuda de asas.
O artigo da Colliers era sobre o projeto do engenheiro alemão Werner Von Braun, de conquistar o planeta Marte com uma frota de dezenas de naves de propulsão química, com asas para planar na atmosfera marciana. Vinte anos depois o mesmo Von Braun já tinha aperfeiçoado seu projeto e a missão, em 1972, incluía dois foguetes de propulsão nuclear, usando o motor Nerva, testado no deserto do Novo México. Infelizmente o presidente americano, Richard Nixon não comprou a ideia, mas isso não impediu o ilustrador Robert McCall de imaginar a partida dos dois foguetes nucleares, na ilustração. Que saiu no livro “The Art of Robert McCall”.
McCall tinha acabado de criar os pôsteres do filme “2001: Uma odisseia no espaço” e também imaginou uma base em Marte, com astronautas usando mochilas foguete para voarem, no estilo do herói Buck Rogers dos quadrinhos. Novamente o céu de Marte aparece azul escuro na ilustração. Um erro que persistiu até a chegada da nave robô Viking em Marte, em 1976. A Viking mostrou que o céu marciano tem uma cor alaranjada, devido a grande quantidade de poeira suspensa no ar.
Uma ilustração moderna, mostrando a superfície de Marte de acordo com as fotos das sondas espaciais é a pintura de Pat Rawland. Que mostra um astronauta recebendo uma chamada da Terra com seu videofone de pulso. O azul de uma praia terrestre contrastando com os vermelhos e laranjas da paisagem marciana. A ilustração é de 1996 e mostra as naves do projeto Mars Direct, de Robert Zubrim. Atualmente, uma nova geração de artistas continua trabalhando, com pincéis e telas, para visualizar os novos planos dos engenheiros para o planeta vermelho.

Por: Jorge Luiz Calife

1952: A superfície de Marte imaginada por Chesley Bonestell
1972: A partida das duas naves nucleares
Robert McCall: O céu azul que nunca existiu em Marte
Pat Rawlings: Astronauta recebe um telefonema da Terra

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1 Comentário

Jadir Rosário ferreira 14 de agosto de 2018, 05:57h - 05:57

Cara ..só conversinha..eles nunca irão a Marte..uma vez que o mesmo está a milhões de km de distância da terra..

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