Nas histórias em quadrinhos o Wolverine tem garras de adamantium, uma substância fictícia que seria capaz de cortar aço como papel. Na vida real os cientistas descobriram uma substância ainda mais dura, a ‘pasta nuclear’ que se forma no núcleo das estrelas de nêutron. A pesquisa, publicada no Phyiscal Review Letters, foi o resultado de simulações em computadores que reuniram os esforços de astrofísicos americanos e canadenses. A equipe concluiu que uma placa feita desta substancia seria 10 bilhões de vezes mais dura do que o aço.
Infelizmente não dá para usar essa substância em aplicações tecnológicas futuras. As estrelas de nêutrons ficam a milhares de anos-luz da Terra. E mesmo que pudéssemos enviar uma espaçonave até a estrela mais próxima, ela seria esmagada pela gravidade milhares de vezes maior do que a da Terra. E mesmo que um pedaço dessa substância pudesse sair do núcleo da estrela, ele explodiria assim que ficasse livre da gravidade esmagadora que o mantem comprimido.
As estrelas de nêutrons foram descobertas na década de 1960. Na época os cientistas detectaram pulsações de rádio vindas de determinadas regiões do espaço. No início eles acharam que pudessem ser transmissões feitas por seres extraterrestres. A verdade era muito mais estranha. As pulsações de radio eram produzidas por estrelas esmagadas, com o tamanho de uma cidade. Elas são o resultado da explosão de estrelas gigantes, as supernovas. Quando uma estrela dessas explode, ela ejeta no espaço suas camadas externas enquanto seu núcleo desaba e é esmagado até que a estrutura dos átomos colapsa e se transforma numa pasta de nêutrons formada pela fusão dos prótons e dos elétrons. Aquecida a uma temperatura de 600 mil graus centigrados.
O único meio de estudar esses mundos bizarros é captando suas emissões de radio e usando simulações feitas em computadores. Já que não existe meio de reproduzir, aqui na Terra, as condições que existem na estrela de nêutron. Embora fiquem tão longe esses astros estranhos exercem uma função importante para a nossa vida diária. Suas pulsações de radio são tão precisas que são usadas para acertar os relógios atômicos. Que servem de padrão para a hora dos nossos relógios comuns.
Se pudéssemos olhar de perto um desses astros, veríamos uma esfera de cristal luminoso girando com uma velocidade de milhares de rotações por minuto. Cobrindo o núcleo, feito de pasta nuclear, existe uma crosta de cristal atômico, que às vezes se racha provocando abalos chamados estelarmotos, que liberam uma quantidade de energi a mortal. Na superfície da estrela de nêutron tudo é muito plano e liso, não existem depressões e montes porque a gravidade esmaga tudo. Uma estrela de nêutrons com 20 quilômetros de diâmetro pode conter toda a massa de uma estrela igual ao Sol. E uma colher de chá desse material pesaria um bilhão de toneladas.
Se uma sonda espacial tentasse se aproximar de uma estrela de nêutrons ela seria desintegrada pelas marés gravitacionais. Ou seja, pela diferença entre as forças gravitacionais que cercam a estrela. O metal da espaçonave seria esticado como se fosse chiclete e acabaria se rompendo numa nuvem de partículas
Wolverine vai ter que se contentar com suas garras de adamantium. Porque a pasta nuclear ficará para sempre foram do alcance dos seres humanos. Normais ou com superpoderes.
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Conseguimos recuperar o crânio de Luzia. Por conta do fogo, ela sofreu algumas avarias, mas estamos otimistas não só pelo museu, mas por Pedro Leopoldo e pelo Brasil”, declarou a professora Claudia Rodrigues, responsável pela equipe de salvamento.
Cabe ressaltar que se Wolverine tivesse esse material em seus osso, mesmo se não explodisse, ele estaria imobilizado e enfiado na terra devido ao peso desse material, ou seja estaria completamente imobilizado. ótima matéria!
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