Ajuda voluntária é destaque durante enchente que atingiu Barra Mansa

by Diário do Vale

Voluntários e município ajudam vítimas de enchente que devastou alguns bairros de Barra Mansa
(Roze Martins)

Barra Mansa- Um exemplo de solidariedade e amor ao próximo. Assim os moradores de bairros como o Santa Clara, Nova Esperança, São Luís e Boa Sorte, cortados pelo Rio Barra Mansa, podem classificar todo o apoio recebido, há pouco mais de dez dias, após terem sido surpreendidos pela cheia do rio, que subiu de 0,55 metros para 4,59 em poucas horas, alagando casas e provocando muitas perdas materiais. Mas, após nove anos sem enfrentar uma enchente de grandes proporções, quem teve a infelicidade de perder tudo com a cheia também foi surpreendido com muitas iniciativas voluntárias que, certamente, fizeram toda a diferença para que pudessem se reerguer.
Quem mora nos bairros atingidos e sempre acompanhou o sofrimento dos ribeirinhos, conta que nunca se viu tantas campanhas e mobilizações para arrecadar donativos as vítima da enchente. Além do próprio município, por meio da Fundação de Cultura e a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, estiveram envolvidos muitos voluntários, associações de moradores, entidades religiosas, empresas privadas, todos com o único objetivo, que foi o de somar forças e, de alguma forma, ajudar as famílias atingidas a se retomarem suas vidas.
Envolvida diretamente na arrecadação e distribuição dos donativos, a secretária Assistência Social e Direitos Humanos, Ruth Coutinho, ficou satisfeita com o número de materiais arrecadados e doados e conta que a meta foi alcançada, com a distribuição os alimentos, colchões e roupas através do Cras (Centro de Referência de Assistência Social), do bairro São Luiz.
-Com certeza a sociedade se mostrou muito solidária. Graças a Deus as pessoas estão conseguindo se colocar no lugar do outro, sentir a sua dor e perceber as suas necessidades. Acredito que sejam esses fatores que impulsionam a solidariedade e o amor ao próximo – disse ela.
Em um rápido balanço, a secretária ressalta que foram arrecadados quatro caminhões de roupas, 25 cestas básicas, uma geladeira, quatro fogões, seis sofás, quatro cômodas, um guarda roupa, duas camas, 32 colchões e uma mesa de jantar.
-O que realmente nos chama a atenção é essa capacidade do ser humano de se doar ao próximo. Mesmo as pessoas mais humildes tiveram a sua parcela de contribuição, seja no socorro ás vítimas ou nas doações. São gestos que ficam eternizados para quem recebe o auxílio -disse secretária, ao informa que, embora a campanha de doações de roupas tenha siso encerrada, o setor ainda está recebendo eletrodomésticos e móveis.
-Caso alguém queira doar basta entrar em contato com a Secretaria de Assistência, através dos telefones 33228436 e 33228098 – informou.

Fazendo o bem

Além do município, que disponibilizou um caminhão ao lado da praça da Matriz, no Centro, para arrecadar as doações, muitos voluntários se envolveram nas ações. Como é o caso do advogado Claudemir da Silva Cruz, que no dia seguinte ao temporal buscou ajuda de empresários para ajudar as vítimas
-Muitas pessoas perderam o que tinham dentro de suas casas, roupas, móveis, alimentos, e não tinha como ser indiferente a essa situação. Quem me conhece sabe que sempre estou disposto a ajudar e a minha motivação é originada pelo amor ao próximo – disse o advogado.
De acordo com ele, foram 20 galões de água distribuídos na igreja do bairro São Luís, na creche do bairro e para algumas famílias do Nova Esperança. O advogado conta que também recebeu muitas doações de amigos e de pessoas anônimas, que se sensibilizaram com o momento, doando roupas, tênis, sapatos, roupas de cama e móveis.
-Foi muito triste ver toda aquela situação de perda nos olhos das pessoas, no entanto, ao mesmo tempo, muito gratificante ajudar aos que precisaram. A comunidade se uniu, vimos diversas equipes na rua à serviço do próximo e foi bom saber que num momento em que temos visto tantos acontecimentos ruins, as pessoas não perderam o amor. Muitos se dispuseram a ajudar sem pedir nada em troca – finalizou o advogado.
Para a presidente da Associação de Moradores do bairro Nova Esperança, Rayane Braga, a avaliação em torno da ajuda que as famílias atingidas pela enchente recebeu foi extremamente positiva e que, segundo ela, comprovou que Barra Mansa é uma cidade solidária. De acordo com ela, mais de 40 famílias foram beneficiadas com doações de toda parte da cidade.
-Foi uma iniciativa de carinho e bondade da população de Barra Mansa com essas famílias. Muitas pessoas fizeram doações e nos ajudaram a atender todas as famílias afetadas com distribuição de móveis, colchões, mantimentos, galões d’água, cloro, roupas e sapatos. Foi um trabalho muito sério, em equipe com as igrejas ,poder público, associação de moradores do Nova Esperança, amigos e a própria comunidade – enfatizou a presidente.
A microempreendedora Meire Gonçalves, de 34 anos, fez campanha em suas redes sociais e entre amigos para ajudar as famílias vítimas da enchente. Ela, que já morou próximo ao Rio Barra Mansa e presenciou vizinhos perderem seus bens, conta que sempre fez o possível para ajudar pessoas na mesma situação.
-Eu cresci assim e por muitas vezes entrei naquelas águas para tentar ajudar as pessoas a salvarem o pouco que elas tinham. Nessa última enchente não seria diferente e, mesmo não morando mais no bairro, eu estive em contato com os amigos que lá estavam e passei a noite em claro. No dia seguinte fui até lá, via as condições que estavam e vi que eu, eu não ia conseguir voltar pra Casa sem fazer nada. Então usei minha ferramenta de trabalho, que é a rede sócia,l pra pedir ajuda – recordou Meire.
De acordo com ela, os pedidos foram atendidos e muitas coisas foram doadas para as famílias, as quais ela fez questão de entregar tudo o que foi arrecadado pessoalmente. Todo o esforço, conforme destaca a microempreendedora, foi recompensado pelo olhar de gratidão de todos que foram beneficiados com as doações.
-Não tem dinheiro que pague a satisfação de ajudar. Receber o sorriso e o abraço deles foi meu combustível. Foi muito legal ver tanta gente envolvida querendo ajudar. As pessoas doaram tudo o que podiam e, para se ter uma ideia, até itens de uso pessoal, como shampoo, condicionar e pentes eu consegui, além de móveis, brinquedos, roupas, calçados e utensílios de cozinha. Teve famílias que levei cesta básica e que, naquele dia, ainda não tinham se alimentado. Saber que eu matei a fome deles, por um certo, tempo foi maravilhoso. Me fez e faz bem – concluiu.

Gratidão pelas doações

A dona de casa do bairro São Luiz Cristiane Moreira, de 41 anos, foi um das vítimas da enchente e perdeu todos os seus pertences, incluindo os documentos pessoais. Ela destacou que foi muito triste passar por tal situação, no entanto, agradeceu pelas doações e pelo apoio recebido.
– Olhar para nossa casa e ver tudo que conquistamos com esforço ser levado e destruído pela água é muito triste. Agradeço a equipe da prefeitura que desde o começo fez o melhor possível para nos confortar, mobilizando as pessoas para que doessem e nos garantisse menos sofrimento – disse a moradora.

Por Roze Martins 

(Especial para o DIÁRIO DO VALE)

You may also like

diário do vale

Rua Simão da Cunha Gago, n° 145
Edifício Maximum – Salas 713 e 714
Aterrado – Volta Redonda – RJ

 (24) 3212-1812 – Atendimento

(24) 99926-5051 – Jornalismo

(24) 99234-8846 – Comercial

(24) 99234-8846 – Assinaturas
.

Image partner – depositphotos

Canal diário do vale

colunas

© 2024 – DIARIO DO VALE. Todos os direitos reservados à Empresa Jornalística Vale do Aço Ltda. –  Jornal fundado em 5 de outubro de 1992 | Site: desde 1996