Apesar da influência de facções cariocas, disputas bairristas prevalecem na região

by Diário do Vale

Sul Fluminense – O tráfico de drogas no Sul Fluminense é, em geral, marcado por disputas bairristas. Apesar da influência de facções criminosas na chegada de drogas e armas aos redutos de traficantes da região, o que predomina nas ações violentas são conflitos locais. Diferente, portanto, do que se passa no Rio, onde grupos rivais se enfrentam em busca de ampliação de território e mercado.

Para o delegado adjunto da 90ª DP (Barra Mansa), Marcio Leandro Figueroa, responsável pelo plantão de área no fim de semana, a motivação entre os crimes ligados ao tráfico de drogas vem da rivalidade de bairros. Tanto que uma mesma facção criminosa do Rio abastece diversas bocas de fumo da região. O que não impede assassinatos entre os bandos locais.

O delegado explicou ainda que na região o grande domínio é do Terceiro Comando Puro (TCP), mas ressaltou que existe uma independência dos traficantes de cada bairro. Não há, diz o delegado, um grande líder que comande a região, seja ele do Rio ou do próprio Sul Fluminense.

– Observamos que na região o tráfico de drogas e os crimes ligados a venda de drogas não estão ligados pela disputa entre as facções e sim pelo simples fato de um traficante ser de um bairro onde já existe uma rivalidade. O tráfico aqui é bem independente, cada criminoso comanda apenas o seu bairro sem prestar contas a um líder comum entre eles. A maioria dos traficantes na região ‘pertencem’ a uma facção. O TCP tem um grande domínio aqui. A participação do Comando Vermelho (CV) existe, mas não há grande representatividade. A participação da “Amigos dos Amigos” (ADA) é quase nula na região – comentou.

– A disputa pela venda de drogas existe, sim, mas não a ponto de desencadear um conflito entre eles. A maioria dos traficantes pertence a mesma facção criminosa e muitos não se relacionam, como vemos em outras cidades – disse.

O delegado citou em Barra Mansa a disputa bairrista entre os bairros Vila Nova e Vista Alegre.

– Já tivemos muitos casos de crimes de rivalidade entre estes dois bairros, mas não sabemos quando isso começou nem o motivo – falou Figueroa.

Na visão do delegado, essa independência entre os traficantes minimiza os conflitos na região. O policial ainda destacou que o fornecimento das drogas, a varejo, vem do Rio de Janeiro sempre em vans, carros ou ônibus através das “mulas”- pessoas que transportam os entorpecentes.

– É cada traficante por si e isso minimiza os conflitos, pois não há uma prestação de contas para um líder e não há outra facção criminosa predominante na região que possa incentivar as disputas – contou.

O delgado comentou ainda que em Barra Mansa, o bairro Paraíso de Cima, possui a venda de drogas mais acentuada, até pela geografia do bairro, que fica na divisa entre Volta Redonda.

– No Paraíso de Cima sempre fazemos apreensões. Lá a venda é mais presente, e acredito que a questão geográfica ajuda – falou.

Por Franciele Bueno
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8 comments

Anderson 2 de outubro de 2017, 16:53h - 16:53

Moram em BM, VR ou Resende e estão reclamando da criminalidade? Deem uma volta por Angra, não falo Pereque não, de uma volta no Frade, Belém, Japuiba, Areal, Promorar, Camorim Grande e pequeno, morro dos morenos, Água Santa e etc, tire suas conclusões…lá é facção mesmo, não são simpatizantes e torcedores de facção como vemos aqui em BM, VR e Resende não…

TRISTE CONSTATAÇÃO 2 de outubro de 2017, 01:57h - 01:57

Em todas cidades começa assim!
As autoridades discursam querendo dar um ar de tranquilidade para justificar o não expurgo da praga, e enquanto isso as sementinhas do mal vão só crescendo e se apoderando.
Quando menos se percebe, pronto, a cidade está dominada.
Se conhecem todos pontos de droga e todos os traficantes, cortem pela raiz. Simples assim.

"***" 1 de outubro de 2017, 21:48h - 21:48

Só vocês do Diário do Vale para publicar certas aberrações de comentários!

Doidim 1 de outubro de 2017, 21:41h - 21:41

Ainda existe o envolvimento de policiais que impede que resolva problema. .fato que vai levar igualar ao rio de janeiro tanto que perdeu o respeito até viaturas sendo alvejada coisa que nn acontecia hje já existe

Tolerância Zero 1 de outubro de 2017, 20:49h - 20:49

Essa guerra pelo poder é que nos dá chance de redução do número de traficantes.
Um matando o outro.

الفتح - الوغد 1 de outubro de 2017, 20:17h - 20:17

Falou o que todos estão carecas de saber. Pequenos traficantes, que negociam pequenas quantidades, que possibilitam pequenos lucros. Daí não terem poder financeiro para sustentar um aparato bélico semelhante ao usado no Rio, onde são organizados sob um regime quase paramilitar…

O tráfico, assim como as máfias e as milícias, é uma organização empresarial com fins lucrativos e, sendo uma organização comercial, é mais forte onde a demanda por seus produtos é maior. Nossa região, felizmente, não tem mercado consumidor que justifique grandes centros “atacadistas” de drogas…

Saci 1 de outubro de 2017, 19:17h - 19:17

E pq então a policia não arma um cerco no paraíso de cima e acaba de uma vez com o tráfico de lá,já que eles tem toda as informações!

Satanista do Brejo 1 de outubro de 2017, 18:40h - 18:40

Aqui já virou um prolongamento da Baixada. Tem que ser bairrista muito iludido pra não perceber.

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