Chuvas causam alagamentos e deslizamentos no Sul Fluminense

Defesa Civil intensifica ações e Inmet alerta para previsão de mais chuva nos próximos dias

by ana Calderone

Em Volta Redonda, passagem sob a ponte Pequetito Amorim foi interditada (Foto: Secom/PMVR)

Sul Fluminense – A semana começa com instabilidade no clima das principais cidades do Sul Fluminense, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Em Volta Redonda, a previsão para esta segunda-feira (18) aponta mínima de 21°C e máxima de 32°C, com muitas nuvens, trovoadas isoladas e pancadas de chuva. Na terça-feira (19), a temperatura varia entre 20°C e 33°C, também com possibilidade de chuvas isoladas.
Já Barra Mansa começa a segunda-feira com mínima de 20°C e máxima de 32°C, marcada por nuvens e pancadas de chuva. Na terça-feira, os termômetros devem oscilar entre 19°C e 34°C, com previsão de chuvas isoladas.
Resende registra temperaturas mais amenas na segunda, com mínima de 13°C e máxima de 31°C, sob muitas nuvens e pancadas de chuva. Na terça, o município deve enfrentar trovoadas isoladas, com mínima de 13°C e máxima de 34°C.
Monitoramento
Desde sexta-feira (15), o Governo do Estado do Rio de Janeiro acompanha as condições climáticas e implementa protocolos do Plano de Contingências. No Sul Fluminense, os municípios de Resende, Porto Real, Barra Mansa, Volta Redonda e Itatiaia apresentam alto risco hidrológico, e, por isso, causam preocupação.
Até o fechamento desta edição, a Secretaria de Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros já haviam atendido cerca de 30 ocorrências ligadas às chuvas, principalmente quedas de árvores e acidentes de trânsito. Não há registros de vítimas ou grandes incidentes. Equipamentos como drones, embarcações e viaturas foram mobilizadas para atender emergências, e o Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden-RJ) mantém vigilância constante.
O Cemaden acompanha, 24 horas por dia, as condições meteorológicas e os níveis pluviométricos no território fluminense, enviando alertas para os municípios. Os agentes da Defesa Civil estão em contato permanente com as Prefeituras.
“A Defesa Civil Estadual e Corpo de Bombeiros RJ estão prontos para as chuvas de Verão. Nós trabalhamos o ano todo, 24 horas por dia, sete dias por semana, para estabelecer estratégias preventivas e de resposta rápida a possíveis desastres no Estado. A preparação para as chuvas envolve a capacitação frequente dos nossos agentes e militares e a realização de uma série de exercícios simulados, inclusive em comunidades vulneráveis e escolas, a fim de garantir a segurança da população fluminense”, explicou o secretário de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Tarciso de Salles Junior.

Em Resende, uma barreira desabou, bloqueando a rua (Foto: Defesa Civil de Resende)

Volta Redonda
Em Volta Redonda, a Defesa Civil atualizou no sábado (16) que o Rio Paraíba do Sul chegou a 3,70 metros acima do nível normal devido às chuvas intensas. Em novembro, o acumulado de precipitação já soma 198 mm, superando os 126 mm registrados no mesmo período de 2023.
Foram contabilizadas 12 ocorrências, incluindo a interdição preventiva de dois imóveis no bairro Belo Horizonte. As famílias foram acolhidas por parentes. Ruas sob pontes foram interditadas, mas motoristas insistiram em transitar por áreas alagadas, como na ponte Pequetito Amorim, onde um veículo ficou preso.
Barra do Piraí
Desde a noite do dia 15, a agentes da Secretaria de Defesa Civil da Prefeitura de Barra do Piraí, em observância à incidência de chuvas na região e já com aumento de acumulados pluviométricos em todo Sul Fluminense, se colocou em alerta à possibilidade de ocorrência de inundações e deslizamentos no município. Apesar das cheias, não houve ocorrência de desalojados ou desabrigados.
Segundo informações da Defesa Civil, com a observância de maiores acumulados e aumento das vazões, sobretudo no rio Paraíba do Sul, iniciou-se o ‘Estado de Alerta’. Já pela manhã, os agentes percorreram as áreas mais vulneráveis, emitindo alertas sonoros e informações aos moradores, nos próprios locais ou em atendimentos telefônicos ao número de emergência 199.
Os serviços começaram já na madrugada de sábado (16), quando as equipes da Defesa Civil permaneceram em constante monitoramento meteorológico e hidrológico, e, desde então, com a iminência de maiores ocorrências, iniciou-se os alertas nas áreas ribeirinhas.
De acordo com o secretário interino de Defesa Civil, Wlader Dantas, cabe destacar que alertas meteorológicos advindos do serviço de monitoramento de desastres do Estado do Rio de Janeiro (Cemaden) já alertavam para a possibilidade de  índices pluviométricos elevados, fato compartilhado em grupos das redes sociais, bem como entre as secretarias.
“Durante todo o sábado, as equipes mantiveram-se em constante alerta, inclusive no trabalho de atendimento a ocorrências de deslizamentos pontuais. Durante a tarde, com a redução das chuvas, também as vazões no rio Paraíba do Sul iniciaram o processo de retorno à normalidade. Felizmente, não houve registros de desalojados ou desabrigados. Destaca-se o esforço de todos os envolvidos neste trabalho de prevenção, atenção e divulgação das informações”, lembrou Wlader.
Após avaliação final, a Defesa Civil aponta que as vazões no rio, apesar de ainda elevadas, diminuem de forma gradual. O prefeito de Barra do Piraí, Mario Esteves, tão logo tomou conhecimento das cheias, autorizou outras secretarias, como a de Assistência Social e de Educação a mobilizarem caso tivessem que abrigar possíveis desalojados.
Resende
A Defesa Civil de Resende informou que desde a tarde de sexta-feira (15), intensas chuvas causaram problemas na cidade. Em um intervalo de apenas 1 hora e 20 minutos, foram registrados 71 mm de precipitação. O grande volume de água em um curto período de tempo não foi suportado pelo sistema de drenagem, o que provocou alagamentos. Além disso, deslizamentos e desabamentos foram registrados em vários pontos.
No Jardim Aliança II, a Avenida Isabel Inácio Bezerra, a Avenida A, a Rua Três e a Rua Jorge Antônio da Costa sofreram com alagamentos. Parte da Avenida Ayrton Senna desabou, interrompendo parcialmente a via. A Defesa Civil solicitou a ajuda da Superintendência de Transporte e Trânsito (Sumtran) para isolar a área. No bairro Santo Amaro, um muro caiu na Rua Prefeito Clodomiro Maia, mas após avaliação, não foi necessário interditar o imóvel.
Na Rua Prefeito Clodomiro Maia, no bairro Vicentina, uma barreira desabou, bloqueando completamente a rua e deixando duas pessoas desalojadas. A Guarda Municipal foi acionada para redirecionar o trânsito, enquanto a equipe de Serviços Públicos realizou a limpeza e liberou a via.
Outro deslizamento de terra foi registrado na Rua Ana Júlia de Melo, no bairro Santo Amaro. Também houve alagamento na Rua Ângela, causado por uma enxurrada que atingiu uma residência. A moradora foi encaminhada para a casa de familiares. No bairro Mirante das Agulhas, na Rua Antônio Marins, a enxurrada e o transbordamento da lagoa causaram alagamento, mas não houve danos a residências.
As Avenidas Antenor O’Reilly de Souza Junior, a Rua Professora Anália Franco, a Rua Sebastião Barroso da Silva e a Coronel Aviador Aurélio Machado também registraram alagamentos, sem atingir moradias.
Plano de Contingência e investimentos em prevenção
Com o objetivo de minimizar transtornos causados pelas chuvas e garantir o atendimento necessário às cidades mais atingidas, o Governo do Estado anunciou que está elaborando um novo Plano de Contingência para as chuvas para os próximos meses. O comitê, liderado pelo secretário do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, é composto por secretarias e órgãos estaduais, e está em diálogo com concessionárias de água, luz e energia, e também com os municípios.
“A prevenção certamente é a nossa melhor estratégia para diminuir os possíveis impactos no território fluminense, e nossa experiência já atestou isso. A sinergia entre todas as secretarias e atores envolvidos nessa missão é essencial. O governador Cláudio Castro determinou prioridade máxima para o assunto”, afirmou o secretário Bernardo Rossi.
O Governo do Rio investe, desde 2021, R$ 4,3 bilhões em obras de infraestrutura em todo o estado. Além disso, o Plano de Contingência para as Chuvas prevê que mais de R$ 3 bilhões sejam destinados à prevenção. São investimentos em equipamentos de última geração, que vão aumentar a rapidez no tempo de resposta, dar mais suporte às ações e contribuir para salvar vidas.
A Defesa Civil, que recebeu investimentos de cerca de R$ 1 bilhão em tecnologia, conta com diversas ferramentas para a prevenção e gestão de riscos e respostas a desastres, como o Sistema de Monitoramento, Alerta e Alarme, com 202 sirenes e 70 pluviômetros mantidos pelo Governo do Estado.

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1 comment

Leitor 18 de novembro de 2024, 11:19h - 11:19

A pessoa tem que ser muito inocente, quando enfia um carro dentro da água, carro não é barco e vai dar ruim. Burrice mesmo PQP.

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