Daqui a um mês os americanos vão comemorar os 50 anos do pouso da Apollo 11 na Lua. Foi no dia 20 de julho de 1969, quando os Estados Unidos ganharam a chamada corrida espacial, que vinham disputando com seus rivais da União Soviética desde 1957. Ano em que a equipe do engenheiro Serguei Korolev lançou o Sputnik, o primeiro satélite artificial da Terra. Os russos insistiram até o fim, mas seu foguete lunar, o N-1, era um fracasso. Ele explodiu em todas as tentativas de lançamento, e o sonho de colocar a bandeira vermelha, com a foice e o martelo, na superfície lunar foi cancelado para sempre.
Foi ruim para todo mundo. Sem os russos na Lua, a NASA americana perdeu suas verbas bilionárias e teve que cancelar as missões lunares depois da Apollo 17. O plano original era prosseguir com os pousos lunares até a Apollo 20. Os foguetes e as naves que sobraram, com o cancelamento do programa, foram usados para colocar em órbita o Skylab, a primeira estação espacial americana.
O projeto Apollo já existia, em 1961, quando o presidente John Kennedy lançou a meta de colocar homens na Lua e traze-los de volta em segurança antes do final da década. Ou seja até 1969. Os soviéticos ouviram o discurso de Kennedy e acompanharam os planos da NASA. Que incluíam a construção do foguete gigante Saturno 5, com 120m de altura e um peso de três mil toneladas. Um verdadeiro cruzador espacial, e tentaram reagir.
Infelizmente eles não tinham a tecnologia dos combustíveis criogênicos, que os americanos já tinham dominado, nem o motor gigante F-1. Eles tentaram construir um foguete lunar, tão grande quanto o americano, usando o querosene como combustível e dezenas de pequenos motores aglomerados na cauda.
Embora fosse tão grande quanto o rival americano, o N-1 soviético não tinha a mesma potência. Por isso a nave lunar russa, Soyuz 7K-LOK, tinha que ser menor. Ela só levava dois tripulantes, enquanto a Apollo americana levava três. Além disso, a nave americana tinha um túnel de ligação que permitia que os astronautas passassem da Apollo para o módulo lunar, sem usarem roupas pressurizadas ou se exporem ao vácuo do espaço.
O plano soviético era muito mais arriscado, o N-1 lançaria uma Soyuz com dois homens e um módulo lunar chamado LK (Iniciais em russo de Cabine Lunar). Quando entrassem em orbita da Lua, um dos cosmonautas andaria no espaço, passando da Soyuz para a LK (Que não tinha o túnel de acesso das naves americanas). Esse cosmonauta solitário tentaria pousar na Lua e plantar a bandeira soviética. Como a LK não era uma nave muito confiável, uma nave sobressalente seria colocada em solo lunar, para trazer o cosmonauta de volta se sua nave entrasse em pane.
Depois de ouvir esse plano um colega de Serguei Korolev foi franco: “Camarada, se tudo isso funcionar você pode começar a acreditar em milagres”. Não funcionou, no primeiro teste o N-1 explodiu a uma altura de doze quilômetros. O segundo teste foi ainda mais catastrófico. No dia 3 de julho de 1969 o N-1 despencou em cima da plataforma de lançamento e explodiu lançando destroços por toda a base de Baikonur. Foi a maior explosão não nuclear já registrada em toda a história humana, a plataforma ficou totalmente destruída. Pouco mais de duas semanas depois o Saturno 5 decolava de Cabo Canaveral levando a Apollo 11 para a Lua.
O programa lunar soviético foi cancelado e mantido em segredo durante vinte anos, a nave Soyuz foi adaptada para missões em órbita da Terra dando uma pequena vitória aos soviéticos. Ela permitiu instalar a primeira estação espacial, a Salyut em 1971. Hoje os americanos fazem planos de voltar a viajar para a Lua em 2024, mas os rivais da NASA agora são os chineses.
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2 Comentários
Os EUA estavam perdendo feio a corrida espacial quando decidiram lançar o homem na Lua. Foi o blefe mais bem engendrado da história…
Não pode espalhar uma coisas dessas, os russos foram os primeiros a lançar satélites artificiais, que são muito úteis para a humanidade e os americanos foram os únicos a chegarem na Lua, coisa que não serviu para nada.
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