Corpo de Bombeiros alerta sobre perigo de nadar no Rio Paraíba

by Diário do Vale

Barra Mansa – Uma prática comum e arriscada no período de verão em algumas cidades da região, o hábito de nadar no Rio Paraíba do Sul é muito perigoso, mesmo para quem o conhece, devido suas fortes correntezas e grande quantidade de resíduos. O alerta foi feito durante a última semana pelo major Pablo Garcia de Sampaio Lobianco, do 7º Grupamento do Corpo de Bombeiros de Barra Mansa, após a morte do adolescente Edilson Francisco Batista, de 16 anos, que desapareceu no último domingo, dia 29, nas águas do Rio Paraíba. O corpo de Edilson só foi encontrado na segunda-feira, dia 30, depois de buscas feitas pelo Grupamento de Busca e Salvamento do Rio de Janeiro.

– O Rio Paraíba do Sul, em nenhum de seus trechos, deve ser utilizado como lazer e entretenimento. É um rio perigoso, com solo instável, que acomoda resíduos e tem uma correnteza muito forte, que pode tirar a vida até mesmo de quem o conhece e sabe nadar – destacou o major, ao informar que este foi o primeiro caso de afogamento registrado em 2017; em 2016 foram três óbitos.

Segundo ele, após o desaparecimento do adolescente ter sido notificado, no domingo, uma equipe com botes do 7º Grupamento fez uma busca superficial nas margens do rio e, sem conseguirem êxito em encontrá-lo, acionaram a equipe de mergulhadores do Grupo de Busca e Salvamento da capital. Segundo ele, o corpo do rapaz foi localizado no dia seguinte a cerca de 50 metros do local onde foi visto pela última vez, no bairro Vista Alegre.

– Certamente esse rapaz deve ter sido preso ao fundo do rio, por algum galho ou outro tipo de resíduo, e não foi levado pela correnteza. Pois, se tivesse sido levado só teríamos encontrado o corpo depois de três dias, quando ela começaria a boiar e, certamente, seria visto ao longo da margem do rio. Diante de uma situação como essa, que serve de exemplo e alerta, é preciso informar que o afogamento pode acontecer quando a pessoa se prende a argila do fundo do rio ou então por fadiga. Ou seja, ela pega uma correnteza tão forte, que mesmo sabendo nadar não dá conta e acaba morrendo – explicou Lobianco, ao afirmar que em tempos de chuva a situação se torna ainda mais perigosa.

Alerta: Rio Paraíba do Sul, em nenhum de seus trechos, deve ser utilizado como lazer e entretenimento (Foto: Arquivo)

Alerta: Rio Paraíba do Sul, em nenhum de seus trechos, deve ser utilizado como lazer e entretenimento (Foto: Arquivo)

Incidência entre jovens

Conforme destacou o major, grande parte dos casos de afogamentos ocorre onde tem casas às margens do Paraíba e nos pontos onde o acesso ao rio é mais limpo. Ele ressaltou que geralmente as vítimas são do sexo masculino, com idades entre 15 e 20 anos, e que cabe aos pais a obrigação de proibi-los de nadar no afluente, cujo leito é muito profundo, podendo variar de cinco a oito metros. Como Barra Mansa tem uma grande população ribeirinha, porque o Rio Paraíba corta toda a cidade, Lobianco disse que é preciso conscientização da população e, principalmente, dos pais de adolescentes que têm o costume de nadar do rio.

– Não há como o Corpo de Bombeiros coibir essa prática, mas cabe aos pais serem incisivos e proibirem seus filhos de entrar no Paraíba, que não é um rio apropriado e, além disso, ainda oferece riscos à saúde, devido seu índice de poluição – finalizou o major, ao explicar que sempre que ocorre um registro de desaparecimento no Rio Paraíba, o 7º GBM precisa contar com o apoio do Grupamento de Busca e Salvamento do Rio de Janeiro – que tem uma equipe de mergulhadores – uma vez que o quartel de Barra Mansa só realiza vistoria das margens e superfície.

Moradora do bairro Roberto Silveira, há quase 80 anos, a aposentada Maria José Dias, de 92 anos, diz que já perdeu a conta dos casos de afogamento ao qual teve conhecimento, ao longo de todas essas décadas. Ela, que perdeu um irmão nas águas do Rio Paraíba, ressalta que o mesmo sempre nadou no rio, desde novo, no entanto, foi surpreendido por uma forte correnteza e morreu.

– As pessoas precisam respeitar a natureza e ter consciência de onde estão entrando. Todos os anos, no verão, ocorre um ou outro caso de afogamento no Paraíba, que realmente é um rio perigoso, mas as pessoas, principalmente os jovens, ainda insistem em se arriscar. Eles sabem que é perigoso, mas gostam de se aventurar e acabam pagando com a vida, assim como aconteceu com meu irmão, há mais de 40 anos – falou a aposentada.

 

Por Roze Martins

(Especial par ao DIÁRIO DO VALE)

You may also like

13 comments

VAI VENDO 7 de fevereiro de 2017, 11:04h - 11:04

Complementando o major: a correnteza desse Rio Paraíba do Sul é DEVIDO AO PESO da água poluída de esgoto. Eu já nadei nesse rio e conheço bem a diferença de anos atrás e agora.

Anos atrás caia nele na altura do belmonte, ia na ilha pegar frutas e com as frutas em sacos descia nadando até a Vila mury. Ainda tinha água limpa e MUITO , MUITO mais rápida do que hoje.

Imagino que cair nesse rio hoje e dar 10 braçadas já é o suficiente para acabar suas forças. Afogamento na certa!

Error 404 6 de fevereiro de 2017, 12:37h - 12:37

Quem nada no rio Paraíba do Sul merece morrer mesmo, não que eu torça por isso, mas por excesso de burrice! É um rio grande, cansativo de nadar e extremamente poluído! Se sair vivo dessas diversões algumas vezes, pode ter certeza que um dia pegará alguma coisa como cólera, leptospirose, HIV (vai que um infectado se masturba no rio) ou até mesmo alguma verminose!

Indignado 5 de fevereiro de 2017, 12:51h - 12:51

Também q ideia, nadar em rio. Além do perigo da água é sujo pra kct. Vem falar q ñ tem área de lazer ñ. Vai caçar outra coisa pra fazer. Ah ñ tem área de lazer pra mim vou nadar no paraíba, ñ tem bungee jump vou amarrar corda no pé e pular do telhado. Ah, francamente….

Exu Caveira das Almas 4 de fevereiro de 2017, 20:30h - 20:30

Mizinfim, pra nadar aí tem que ser o Phelps com traje de astronauta…

capivara 4 de fevereiro de 2017, 16:02h - 16:02

quem seria o doido de nadar nessa poluiçao ?

FranciscoJFLacerda 4 de fevereiro de 2017, 19:08h - 19:08

Nessa área urbana, principalmente de VR realmente ainda há maior concentração de poluição, mas há outros trechos do Paraíba do Sul a água é bem mais leve do esgoto doméstico, que se dilui entre as plantas e pedras ao longo do rio e os industriais estão sendo tratados por inúmeras exigências ambientais. . Eu mesmo ja me banhei anos atrás…Mesmo assim este rio possui muitos poções e redemoinhos traiçoeiros entre as inúmeras pedras encontradas no seu leito

capivara 4 de fevereiro de 2017, 19:56h - 19:56

vc é doido francisco….eu que nao faço isso

Meu nome é Zé Pequeno! 4 de fevereiro de 2017, 15:26h - 15:26

Por que a mídia e as autoridades não fazem uma campanha preventiva antes do início do Verão e não depois que morrem pessoas?

capivara 4 de fevereiro de 2017, 19:29h - 19:29

no brasil nao existe a cultura da prevençao. Primeiro acontece…depois que tentam descobrir o motivo do ocorrido

VAI VENDO 7 de fevereiro de 2017, 10:52h - 10:52

Os brasileiros e principalmente os órgãos públicos infelizmente só sabem trabalhar com as consequências. São raríssimos os que trabalham com prevenção.

Melo Rego 4 de fevereiro de 2017, 14:53h - 14:53

Prática comum em Barra Mansa pq a cidade não oferece nenhuma área de lazer à população que então não tendo outra alternativa se arrisca no poluído Rio Paraíba do Sul.

X9 da PM 4 de fevereiro de 2017, 17:46h - 17:46

Vai tomar banho de mangueira, no tanque ou piscina de mil litros. Nada justifica entrar nesse rio super poluído. Infelizmente mais uma família chora, que Deus o tenha e conforte os que ficaram.

Saulo da Prefeitura 7 de fevereiro de 2017, 13:47h - 13:47

“Rego Melado” não vem com essa história de falta de lazer na cidade! Há muita coisa boa para se fazer aqui e, caso você não encontre nada, procure uma namorada (de preferência sem a poluição do Paraíba). Agora culpar a cidade ou a prefeitura pelo acidente é ser muito malandro! Depois dessa vá se lavar!

Comments are closed.

diário do vale

Rua Simão da Cunha Gago, n° 145
Edifício Maximum – Salas 713 e 714
Aterrado – Volta Redonda – RJ

 (24) 3212-1812 – Atendimento

(24) 99926-5051 – Jornalismo

(24) 99234-8846 – Comercial

(24) 99234-8846 – Assinaturas
.

Image partner – depositphotos

Canal diário do vale

colunas

© 2024 – DIARIO DO VALE. Todos os direitos reservados à Empresa Jornalística Vale do Aço Ltda. –  Jornal fundado em 5 de outubro de 1992 | Site: desde 1996