Cotidiano do TEA: A busca pela autonomia e a qualidade de vida

Especial: Terceira reportagem da série especial trata da vida cotidiana e dos símbolos do TES

by ana Calderone

Símbolo é uma ferramenta poderosa para promover a conscientização e a inclusão / Foto: Reprodução

Especial Transtorno do Espectro Autista

Sul Fluminense – A independência é um desejo comum a todos. Mas o que define a independência? O Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode apresentar desafios únicos no caminho pela autonomia. A presença no espectro é caracterizada por diferenças na comunicação, comportamento e interação social. Ser diagnosticado com TEA exige uma abordagem personalizada para que cada indivíduo possa alcançar seu potencial máximo de autonomia.

Embora o espectro autista seja amplo e as experiências variem de pessoa para pessoa, há um consenso sobre a importância de promover a autonomia desde cedo. A educação especializada e o suporte contínuo de famílias e comunidades desempenham um papel muito importante nesse processo. A superação de barreiras sociais e o combate ao estigma são fundamentais para que as pessoas com autismo possam viver de maneira plena e independente.

Por esse motivo, a terceira reportagem da série especial vai tratar da vida cotidiana e dos símbolos do TEA.
A psicóloga Rafaela de Barros Souza, especialista em TEA, destaca o acompanhamento multidisciplinar como chave para uma melhor qualidade de vida da pessoa diagnosticada.

“Um acompanhamento bem estruturado e contínuo pode ajudar no potencial e qualidade de vida da pessoa com autismo. O envolvimento multidisciplinar, com psicoterapia, psiquiatras ou neurologista, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e educadores. Fornecendo cuidados amplos e organizados, com planos de intervenção e uma educação contínua”, afirmou a psicóloga.

O indivíduo com o Transtorno do Espectro Autista enfrenta, diariamente, uma série de estigmas. Desde a reação da família, aos preconceitos diários e, principalmente, as batalhas pessoais, uma série de barreiras é colocada no caminho da autonomia.

O nível dessa autonomia dependerá, claro, do nível de suporte indicado pelos profissionais multidisciplinares, juntamente com o acompanhamento diário. De acordo com a médica pediatra Milena Anchite, a pessoa diagnosticada deve buscar as terapias adequadas para desenvolver habilidades necessárias para sua qualidade de vida.

“O TEA é uma condição complexa que afeta a forma de comunicação e interação do indivíduo com o mundo, por isso é necessário informação para promover a inclusão e o bem estar das pessoas com TEA”, destacou a médica.

Na busca pela maior independência possível, é muito importante que pessoas do convívio e profissionais envolvidos acreditem no potencial dessa pessoa e que possam ser trabalhadas estratégias a fim de que conquistem cada vez mais independência e qualidade de vida. Pois todos temos potencial e vencemos algumas barreiras no decorrer de nossas vidas.

Cada pessoa com TEA tem uma experiência única, com uma variedade grande de habilidades e necessidades. O cotidiano pode variar enormemente: alguns indivíduos podem enfrentar desafios significativos em áreas como comunicação e interação social, enquanto outros podem ter habilidades extraordinárias em campos específicos, como matemática, música ou arte.

A rotina é um aspecto central para muitas pessoas com TEA. Estruturas diárias previsíveis ajudam a reduzir a ansiedade e a promover um senso de segurança. Programas educacionais e ambientes de trabalho adaptados às necessidades individuais são essenciais para que possam alcançar seu potencial máximo. A personalização dessas rotinas e a adaptação de ambientes são fundamentais para promover a autonomia.

De acordo com a psicóloga Rafaela de Barros Souza, a discussões a respeito de estereótipos e noções pré-concebidas é fundamental para compreender melhor as necessidades de indivíduos com TEA.
“Desmitificar falsas crenças e se informar corretamente são fundamentais para apoiar e incluir pessoas dentro do espectro autista. É importante que saibam que cada pessoa com TEA é única e pode ter diferentes necessidades”, explica a psicóloga.

Colar de Quebra-cabeças

Os símbolos do Transtorno do Espectro Autista (TEA) desempenham um papel crucial na promoção da conscientização, aceitação e inclusão das pessoas com autismo. De acordo com a médica Milena Anchite, a utilização dos símbolos é importante para a comunicação, sobretudo.

“Os símbolos de identificação do TEA, como o colar, facilitam a comunicação com os pares, promovem a conscientização e a inclusão, além da segurança do indivíduo, por sinalizar que é um indivíduo com necessidades especiais”, explica.

O colar de quebra-cabeças é um dos símbolos mais reconhecido. Ele foi criado, originalmente, pela Associação de Autismo dos EUA na década de 1990. O quebra-cabeças representa a complexidade do autismo e a busca por respostas. Cada peça do quebra-cabeça simboliza a diversidade das experiências autistas e a ideia de que todos fazem parte de um todo maior.

Mais do que uma marca, o símbolo é uma ferramenta poderosa para promover a conscientização e a inclusão. O colar de quebra-cabeças, frequentemente usado em campanhas de conscientização, serve como um sinal de identidade para muitas pessoas no espectro, ajudando a combater estigmas e fomentar uma maior aceitação social.

 

You may also like

diário do vale

Av. Pastor César Dacorso Filho nº 57

Vila Mury – Volta Redonda – RJ
Cep 27281-670

(24) 99926-5051 – Jornalismo

(24) 99234-8846 – Comercial

(24)  99208-6681 – Diário Delas
.

Image partner – depositphotos

Canal diário do vale

colunas

© 2024 – DIARIO DO VALE. Todos os direitos reservados à Empresa Jornalística Vale do Aço Ltda. –  Jornal fundado em 5 de outubro de 1992 | Site: desde 1996