
Edimar nega ter feito acusações contra diretor de finanças. (Foto: Paulo Dimas)
Volta Redonda – O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Edimar Miguel, negou em entrevista ao DIÁRIO DO VALE que a crise que atinge o sindicato, detonada por um pedido público de esclarecimentos sobre saques feitos na conta do sindicato, seja resultado de um “racha”. Segundo ele, a questão é simples: “atendi a um pedido do conselho fiscal e pedi por ofício ao diretor de Finanças que esclarecesse os saques”, afirma, acrescentando que a publicação do boletim só ocorreu depois que o Conselho Fiscal tentou várias vezes, sem sucesso, conseguir a informação.
— O Conselho Fiscal veio a mim e eu mandei um ofício para o diretor de Finanças. Eles só querem as informações. Essa é a função deles — afirma Edimar, acrescentando: “não tem ‘racha’ da minha parte. Só quero as informações. Queremos apenas defender o trabalhador, e lembrar que trabalhador bem pago significa economia mais forte”.
Já o “grupo dos cinco”, que apoia o diretor de Finanças, afirma que a decisão de publicar o boletim, que Edimar afirma ter sido tomada depois de diversos pedidos pelas informações, foi precipitada.
Duda Ávila, presidente do sindicato Metabase, que representa empregados da CSN Mineração em Congonhas, afirma que houve um “erro político brutal” quando foram divulgados a toda a categoria questionamentos sobre a atuação do diretor de Finanças do sindicato: “Eu conversei com todo mundo na semana passada. Depois houve escolha política de divulgar os questionamentos, o que foi um erro político brutal”, disse.
Atnágoras Lopes, integrante da diretoria da central sindical Conlutas, acrescentou: “É preciso apurar antes de divulgar. O boletim atacando o diretor foi uma escolha política equivocada”, afirmou.
Pedido de união
A central sindical Conlutas e integrantes da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense promoveram, nesta quarta (28), uma reunião em que convidaram os metalúrgicos para se mobilizarem para a campanha salarial da CSN, que tem como data-base 1º de maio. Atnágoras Lopes, integrante da diretoria da Conlutas, afirmou que a atuação da central tem um objetivo claro:
— Nosso objetivo é resgatar as lutas pelos direitos dos trabalhadores, unindo a categoria para superar a crise — disse, explicando que, por crise, entende as divergências que surgiram no sindicato e acrescentando que é necessário dar destaque também para os acordos com outras empresas da região: “O sindicato não é só dos metalúrgicos da CSN”, completou.
Guerra de centrais
A “guerra” entre Edimar e o Grupo dos Cinco teria base nas opções por centrais sindicais diferentes. A Conlutas e a CTB apoiaram a chapa 2 na disputa da eleição. Segundo Edimar, ele teria se comprometido a se relacionar com as duas centrais por um ano, e a Conlutas teria descumprido o que prometeu.