Sul Fluminense – Para evitar acidentes e promover uma viagem segura de trem, respeitar os protocolos de segurança nas ferrovias é essencial. O DIÁRIO DO VALE embarcou, nesta terça-feira (29), numa viagem de trem da MRS Logística, concessionária que opera a linha férrea no Sul Fluminense, para testemunhar os desafios enfrentados pelos maquinistas devido à imprudência de pedestres e motoristas.
Durante a viagem entre Barra Mansa e Barra do Piraí, a equipe observou as situações de risco num trem carregado com 16 mil toneladas de minério de ferro. Anderson Delfino, maquinista da MRS, demonstrou como a empresa vem implementando novos equipamentos e processos automatizados, resultado de investimentos significativos em tecnologia para aumentar a segurança. “A população tem que entender que é um risco, que tem que esperar a passagem do trem para a segurança de todos e para a própria segurança”, revelou Anderson.
Acidentes
Ainda assim, o número de acidentes na região impressiona. Só neste ano, foram registrados 15 casos de colisões nos trilhos. Ao longo da viagem, foi possível flagrar várias cenas de imprudência. Em Barra Mansa, por exemplo, pedestres atravessaram fora da passagem de nível e, ao ouvir a buzina do trem, ainda deram ‘tchauzinho’. Em Barra do Piraí, motoristas e pedestres sequer esperaram a cancela ser aberta para realizarem a travessia.
“100% dos abalroamento nas ferrovias acontecem por um componente comportamental das pessoas. É uma minoria que se arrisca a atravessar a frente do trem, mas essa minoria precisa se conscientizar e atravessar de forma segura”, enfatizou o assessor de imprensa da MRS Logística, Diogo Kling.
Ele explica que composições pesadas como essa têm um longo tempo de frenagem, o que agrava o perigo. Mesmo com o acionamento do freio de emergência, o trem precisa de cerca de um quilômetro para parar completamente, tornando as imprudências ao redor das ferrovias um fator de alto risco de acidentes fatais.
“Hoje, por exemplo, é praticamente impossível você ter um choque de trens, porque esse próprio sistema delimita um espaço de segurança entre os trens, minimamente de 3 km. Outro ponto que vários sistemas da locomotiva têm é o de alerta. O maquinista, de 40 em 40 segundos, precisa apertar um botão ali para mostrar que ele não está passando mal, que ele não teve um mal súbito”, explicou Diogo.
Obras
Diogo reforçou ainda a importância de execução de obras de mobilidade urbana. “A gente teve nos anos de 2022 e 2023, 52 obras de mobilidade urbana como viadutos, passarelas, vedação da ferrovia, que é a construção de muros de segurança. Aqui na região, podemos dar como exemplo o recém inaugurado viaduto de Pinheiral, que eliminou uma passagem de nível, trazendo mais segurança para ferrovia e para a população. Estamos com algumas obras também em Barra do Piraí, como as duas pontes – uma para pedestres e uma para veículos –, próximo à rodoviária da cidade, e iniciamos agora outra obra de um viaduto seguido de uma ponte, também em Barra do Piraí, que pretende reduzir em cerca de 40% o trânsito na cidade”.
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1 comment
Na altura do Jardim Amalia 2 ( Volta Redonda ) as cercas estão derrubadas permitindo acesso de pessoas e animais as linhas férreas. grande perigo de haver acidentes no local.