Dívidas? Nunca mais

Do endividamento à estabilidade: como retomar o controle das fi nanças

by Agatha Amorim

Estamos encerrando o mês de março, e muitos ainda enfrentam dívidas acumuladas desde 2024. Muitos utilizaram o 13º salário e as férias para quitar compromissos com credores, mas, mesmo assim, continuam endividados.

A situação se agrava quando o nome já está inscrito nos sistemas de proteção ao crédito, tornando-se difícil: conseguir empréstimos, fazer financiamentos, obter novas linhas de crédito, abrir conta corrente, adquirir cartões de crédito e manter a credibilidade. Além disso, mesmo que o consumidor consiga negociar a dívida, a taxa de juros aplicada tende a ser mais alta.

O endividamento também pode impactar a saúde, pois, devido à pressão dos credores, pode causar desequilíbrio emocional, gerando estresse e ansiedade.

“Em dezembro de 2024, 76,7% das famílias brasileiras estavam endividadas, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC). Já o Indicador de Inadimplência, realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), revelou que, em fevereiro de 2025, quatro em cada dez brasileiros adultos (41,50%) estavam negativados, totalizando 68,76 milhões de consumidores.”

A representação gráfica da dívida por faixa etária, estimada pelo Serasa em fevereiro de 2025, ilustra esse cenário preocupante.

Antes de abordarmos as estratégias para sair do endividamento, é fundamental compreender as principais causas que levam tantos brasileiros a essa situação.

  • Desemprego – A notícia da demissão pode chegar de surpresa, e nem todos conseguem um novo emprego imediatamente. Isso significa que, muitas vezes, nem mesmo o seguro-desemprego é suficiente para cobrir todas as contas e parcelamentos, especialmente quando o período de desemprego se estende além do tempo de cobertura do benefício.
  • Morte do principal provedor de renda da família – Ninguém sabe quanto tempo tem de vida, e o falecimento do principal responsável pelo sustento da casa pode desestruturar toda a família, principalmente se ele não deixou um seguro de vida. De acordo com a reforma previdenciária, a mulher que perde o marido passa a receber apenas 50% da renda como pensão, o que afeta diretamente todas as contas programadas. Esse corte imediato pode impossibilitar o pagamento de compromissos como parcelas de cartão de crédito.
  • Imprevistos e emergências – Problemas de saúde que exigem medicamentos de alto custo ou exames não cobertos pelo plano de saúde podem levar ao endividamento. Da mesma forma, situações inesperadas, como um carro sem seguro que sofre danos graves (motor fundido, por exemplo) ou um alagamento em casa, podem impactar drasticamente o orçamento.

Por outro lado, também existem dívidas decorrentes de ações impensadas, como:

  • Vícios em jogos
  • Consumismo exagerado, comprando itens desnecessários
  • Gastar mais do que recebe
  • Pagar apenas o valor mínimo da fatura do cartão de crédito
  • Atrasar boletos
  • Fazer empréstimos com juros altos

Esses hábitos comprometem o orçamento e tornam a dívida um ciclo difícil de quebrar.

Diante desse cenário, a mudança de comportamento é fundamental. Sem educação financeira, torna-se impossível estabilizar a vida financeira e garantir tranquilidade para a família.

A seguir, confira dicas para evitar o endividamento e sair dessa situação.

Para quem considera fazer um empréstimo para quitar todas as contas e concentrar a dívida em um só pagamento, é fundamental analisar com muito cuidado e fazer todos os cálculos antes de tomar essa decisão.

Registre em uma planilha ou em papel todas as contas fixas que precisam ser pagas mensalmente, incluindo a nova linha de empréstimo, e avalie se será possível assumir esse compromisso. Caso contrário, você estará apenas mudando de credor, sem resolver o problema.

E o mais importante: só faça um empréstimo se a taxa de juros for, no máximo, 2% ao mês. Acima desse percentual, o risco de entrar novamente em um ciclo de endividamento é muito alto.

Um abraço e boa saúde finaneira.

 

Débora Corsi
Colunista no Jornal Brazili Times – EUA
Colaboradora no Jornal de Toronto – Canadá
Vice-Presidente da Academia Volta-redondense de Letras
Membro da Academia Internacional de Literatura Brasileira
Administradora de Empresa com especialização em Controladoria e Auditoria
Especialista em Finanças Pessoais e gestão em pequenas empresas
Fundadora do projeto Solo Rosa que auxilia mulheres na saúde emocional e financeira

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