Eliseu Padilha entrega pedido de demissão e rejeita conspiração

by Diário do Vale
Padilha: 'Nós não seremos parceiros de golpe nenhum, nunca'

Padilha: ‘Nós não seremos parceiros de golpe nenhum, nunca’ (Foto: ABR)

Brasília – O ministro da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), entregou ao ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, no início da tarde desta segunda-feira, pedido de demissão em caráter irrevogável.
Em carta endereçada à presidenta Dilma Rousseff, Padilha solicita exoneração do cargo alegando “razões pessoais”. Desde a semana passada, Eliseu Padilha tentou algumas vezes se encontrar com o ministro da Casa Civil, sem sucesso.

O ex-ministro disse que não participará de uma “conspiração” pelo impeachment e que “a chance é zero” de que ele e o presidente nacional do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer, participem de articulações para que o afastamento da presidenta da República aconteça.

– Quem conhece o presidente Michel Temer e me conhece sabe que conspiração não cabe no nosso vocabulário. Ele é um homem que é um democrata vocacionado à observância da Constituição e da Lei. Então ninguém espere de Michel e de mim golpe. Nós não seremos parceiros de golpe nenhum, nunca – afirmou Padilha durante entrevista à imprensa para esclarecer os motivos que o levaram a protocolar, na última quinta-feira, a carta datada do dia 1º de dezembro, com o pedido de exoneração do cargo.

Perguntado se ambos pretendem trabalhar a favor da presidenta para que ela fique no cargo, Eliseu Padilha disse que o PMDB está “dividido” em relação ao impeachment e que Temer está “ouvindo a todos” e só irá se manifestar quando tiver uma posição partidária.

– O PMDB tem uma composição múltipla. Uma parte do partido apoia e é fiel ao governo de forma incondicional, uma parte é neutra e uma parte faz oposição. O presidente Michel Temer tem que ser tradutor dessa vontade do partido, sob pena de perder o controle do partido. E esse é o momento que faz que ele tenha a posição que ele tem de refletir, de colher opiniões, para depois poder expressar – disse.

De acordo com o ex-ministro, um dos motivos que o levaram a se afastar do cargo foi um “chamamento” do próprio Temer, para que cuide da articulação do partido, sendo interlocutor com os 27 diretórios regionais sobre o projeto para as eleições de 2016 e 2018.

– Eu sou aqui um executor daquilo que o presidente vai fazer no partido. Eu venho para cá para cuidar das eleições de 2016, 2018, cuidar do partido para que a gente possa ter as eleições que nos garantam ser o maior partido do país também a partir de 2016 e, mais ainda, a partir de 2018 – afirmou.

Ainda de acordo com Padilha, outras questões influenciaram na decisão, como o fato de não poder dispor do Fundo Nacional da Aviação Civil para tocar os projetos de ampliação e construção de aeroportos regionais, com os quais vinha se comprometendo junto a prefeitos e deputados. De acordo com o ex-ministro, o contingenciamento do fundo é compreensível, dado o momento econômico vivido pelo país, mas que o deixou “frustrado”.

Padilha disse também que quer voltar a se dedicar aos seus compromissos como advogado e empresário, mas admitiu que o fato de ter visto uma indicação sua para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ser retirada pelo Palácio do Planalto, foi um episódio que o fez “decidir” pela entrega da carta.

You may also like

diário do vale

Rua Simão da Cunha Gago, n° 145
Edifício Maximum – Salas 713 e 714
Aterrado – Volta Redonda – RJ

 (24) 3212-1812 – Atendimento

(24) 99926-5051 – Jornalismo

(24) 99234-8846 – Comercial

(24) 99234-8846 – Assinaturas
.

Image partner – depositphotos

Canal diário do vale

colunas

© 2024 – DIARIO DO VALE. Todos os direitos reservados à Empresa Jornalística Vale do Aço Ltda. –  Jornal fundado em 5 de outubro de 1992 | Site: desde 1996