Escolas particulares defendem volta das aulas presenciais e professores temem pandemia

by Paulo Moreira

Alerj discute, em audiência virtual, retorno às aulas presenciais

Rio – O debate sobre o esquema de ensino nas escolas particulares do estado em 2021 mostrou que os sindicatos de profissionais e o patronal estão em posições antagônicas. Em audiência pública virtual realizada pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) nesta terça-feira (08/12) foram expostos dados científicos sobre a pandemia do coronavírus e ouvidos gestores de saúde pública, representantes de escolas particulares, professores e estudantes. Na próxima terça (15/12) será discutido o próximo ano letivo na rede pública de ensino.

Para o presidente da comissão, deputado Flávio Serafini (PSol), a discussão é necessária por envolver diversos aspectos importantes. “Estamos enfrentando muitos desafios. Como conseguir coordenar o direito à vida e o direito à educação? Estamos em um país onde alguns não têm acesso à educação. O direito à vida se sobrepõe, mas estamos em uma pandemia e precisamos nos organizar”, frisou o parlamentar.

O Sindicato das Escolas Particulares do estado (Sinepe-RJ) se posicionou favorável ao retorno das atividades escolares presenciais. “Nos posicionamos pelo retorno gradual e seguro, fundamental para a preservação da qualidade de vida dos estudantes”, afirmou Fabrício de Martino, representante da instituição. Representando o Sindicato dos Professores do município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro-Rio), Afonso Teixeira questionou a condição sanitária das escolas e pediu atenção aos professores. “O sindicato patronal tem que admitir as dificuldades de cumprir os protocolos, já que muitas escolas não conseguem fazer frente a estas exigências. Muitos se preocupam com a saúde só dos estudantes, e nós professores somos vistos como os que não querem trabalhar, embora estejamos trabalhando de casa exaustivamente”, criticou.

Como representante dos estudantes secundaristas do estado, o aluno Gabriel Issa disse ser contrário ao retorno do ensino presencial. “A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE) mostra que milhões de estudantes moram com pessoas do grupo de risco. É evidente que, mesmo com todas as medidas sanitárias, o retorno acarretaria aumento no índice de mortes. A escola não pode ser centro de negacionismo. Os conteúdos de ensino perdidos podem ser recuperados posteriormente”, considerou.

Dados trazidos pela Subsecretaria de Estado de Saúde mostraram o grau de disseminação do vírus, hoje. De acordo com o representante da subsecretaria, André Ramos, as condições atuais indicariam a necessidade do isolamento da comunidade escolar. “Mais de 80% da população do estado se encontra atualmente sob as bandeiras vermelha ou laranja, que representam índices de contaminação elevados e preveem o fechamento de escolas”, pontuou.

Diretor da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), Hermano Castro trouxe dados que indicam que há sobrecarga do sistema de saúde estadual. “O Rio de Janeiro está em uma situação muito difícil, com mais de 300 pessoas à espera de um leito hospitalar. Entre os meses de setembro e outubro houve um aumento de 40% no número de mortes fora de hospitais. Muitos serviços estão abertos, há o aumento do contágio, além de um déficit e um esgotamento dos profissionais de saúde”, alertou.

Para o deputado Flávio Serafini, discutir o preparo das unidades escolares para o próximo ano letivo é fundamental para garantir a segurança de todos. Ele destacou ainda a importância da próxima audiência pública sobre o tema, focada na rede de ensino pública. “É impossível pensar no ano de 2021 na rede pública sem planejar a inclusão digital. Não podemos cometer os mesmos erros deste ano”, considerou. Também estiveram presentes na audiência o deputado Waldeck Carneiro (PT) e representantes da Defensoria Pública do Estado e do Ministério Público Estadual.

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14 comments

Matilde 9 de dezembro de 2020, 01:37h - 01:37

Presidente da comissão do PSOL??? Se depender desses professores esquerdistas, não voltam às escolas nunca.

Triste realidade 8 de dezembro de 2020, 22:26h - 22:26

Uma jovem de 16 anos morreu vítima da Covid-19 em Marilândia do Sul, no norte do Paraná, na segunda-feira (7). Giovana Campiotto testou positivo para a doença em novembro e teve uma piora rápida no estado de saúde, segundo a família.

A mãe de Giovana, Terezinha Campioto, contou que a filha já tinha passado pelo período de isolamento, mas continuava em tratamento por causa das sequelas deixadas pela doença.

Terezinha disse que toda a família testou positivo para a Covid-19. Após o diagnóstico, Giovana chegou a procurar atendimento médico algumas vezes, mas não precisou ficar internada.

Na noite de segunda-feira, enquanto estava em casa, a jovem começou a passar mal. Segundo a família, Giovana foi levada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas morreu momentos depois.

Gabriel 8 de dezembro de 2020, 21:58h - 21:58

Os professores querem ficar recebendo sem trabalhar. Só não sabem que dinheiro não dá em árvore. Palhaços!!!

Antônio 8 de dezembro de 2020, 21:33h - 21:33

Meu Adolescente segue em casa.

Sol no quintal e olhe lá.

Adolescente é menor de idade , se está em festas, culpa dos pais.

O meu tá estudando…

Como sei?

Tô no pé dele.

Menor de idade estudos sempre foi e será responsabilidade dos pais.

Yan Fredricksson 8 de dezembro de 2020, 21:25h - 21:25

Até em países menos atrasados que o nosso já concluíram que foi um erro ter suspendido totalmente as aulas

Não há relação entre contaminação e aula

Cada local terá sua realidade, que mostrará um retrato da região

Busquem ler. Não sou eu quem estou dizendo, mas infectologistas renomados no mundo inteiro

Modesto 8 de dezembro de 2020, 20:37h - 20:37

Taí, explicadíssimo porque somos um país atrasado, 1º , presidente de comissão é um deputado do Psol? Aí lascou . 2º sindicatos de professores particulares? Nunca ouvi falar. 3º Japão, Coréia do sul, Estados Unidos (Tem mais casos do covid do que no Brasil), quase toda a Europa, etc. Todos estão em sala de aula , porque só o Brasil fora??? Outra coisa , as Universidades federais estão paradas , porquê? Manda cortar pela metade dos vultosos salários dos reitores e professores, quem sabe assim eles retornam.

Pedro 8 de dezembro de 2020, 21:10h - 21:10

Talvez porque o povo japonês obedeça regras, distanciamento, mascaras, etc.

Aqui os pais não obedecem, tem legumes mas não é aplicada .

Se os pais não obedecem normas, regras , imagine os filhos deles…

Paulo Elias 8 de dezembro de 2020, 20:01h - 20:01

Diversos países, até mesmo aqueles que foram muito castigados pela pandemia, não chegaram a ficar 3 meses sem aulas. Brasil é um dos poucos nessa toada
Os prejuízos de crianças fora da escola são ENORMES! Lamentável que a razão e lógica deu lugar a histeria e medo.

Cabreiro 8 de dezembro de 2020, 21:15h - 21:15

O problema é cumprir os protocolos.

Tentei voltar para a academia, um monte sem máscara, a academia não faz nada.

No shopping vendedoras e clientes sem mascara, ninguém faz nada.

No mercado idem…

Mas a gente não sai abraçando ninguém na rua, mas crianças, fora que se pais não cumprem crianças não cumpriram.

Vamos aguardar até março , a pandemia tá a toda tem férias, natal, ano novo , aí avaliamos a situação .

Pode ser que depois de um montão de gente se expor e pegar, o vírus desapareça como aconteceu com a gripe espanhola .

Capeta da grota do Santa cruz 8 de dezembro de 2020, 18:43h - 18:43

EM UMA SOCIEDADE ALTAMENTE CAPITALISTA O LUCRO ESTA ACIMA DE TUDO…..

Já deu 8 de dezembro de 2020, 17:51h - 17:51

SOU APOSENTADA.

Ja tentaram me visitar eu não recebi e pronto.

Cada um sabe de si.

Quer ir pra rua, vá.

Quer ficar em casa fique.

E arque com as consequências.

Só não venha impor nada !

E NEM FAZER BEICINHO.

Jose 8 de dezembro de 2020, 17:47h - 17:47

Voltar presencial, só no segundo trimestre e olhe lá.

Vacina começará em março.

Talvez São Paulo antes.

Mas até vacinar um bom percentual demora.

Se as crianças cumprirem o protocolo como os adultos sera o caos.

No shopping tem vendedores, clientes sem mascaras, nas ruas pessoas sem máscara e sem distanciamento , nos mercados pessoas sem mascara e distanciamento.

Crianças não vão cumprir nada e são assintomaticas e aí os pais e cuidadores vão pegar, pois em casa ninguém usa máscara.

Como Carnaval é em fevereiro, com natal, ano novo , férias talvez, talvez o número de infectados seja tanto que ele dê uma sumida.

Patricia 8 de dezembro de 2020, 17:38h - 17:38

Sinceramente as crianças eu até entendo é dificil manter as crianças longe uma das outras dividem merendas tomam liquidos nos mesmos copos e fora o contato com os professores, agora os adolescentes e jovens estão fazendo de tudo menos estudar, então talvez estudando ficam ocupados e tenham menos tempo para as festas.

Resolvido 8 de dezembro de 2020, 21:35h - 21:35

Festa?

Que festa?

Bebida alcoólica é proibido para menor.

Denuncie!

Festas proibido.

Denuncie!

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