Fazendeiro é condenado a 7 anos de prisão por trabalho escravo em Valença

by Diário do Vale
Barra do Piraí– Após denúncia do Ministério Público Federal (MPF/RJ), a Justiça Federal em Barra do Piraí condenou o fazendeiro Jairo Alves de Barros Filho a sete anos e meio de prisão, em regime fechado, por manter 30 trabalhadores em condição análoga à escravidão em fazenda na área rural de Valença. Os trabalhadores eram do Paraná e foram levados ao Rio de Janeiro com proposta de trabalho e remuneração acima do que era pago na região de origem. Ao chegar no cafezal, o serviço contratado de colheita foi acrescentado de outras atividades, como limpeza e capinagem, sem a devida remuneração.  A sentença foi proferida pela juíza federal substituta Caroline Vieira Figueiredo, da 1ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Barra do Pirai.

Ao se negarem a realizar o serviço não contratado, os trabalhadores não puderam deixar a fazenda até que pagassem o valor de R$ 2.800, custo alegado pelo fazendeiro do transporte entre o Paraná e a fazenda no Rio de Janeiro.
A representação do caso ao MPF foi feita pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Marques de Valença, que apontou Jairo, que era o responsável pela empresa Inagro Agricultura Pecuária e possuidor da fazenda São Fernando, de ter aliciado aproximadamente 30 trabalhadores residentes em Ibaiti (PR).

Em vista da situação ao chegarem à fazenda, os trabalhadores exigiram aumento da remuneração, o que foi negado pelo fazendeiro, razão pela qual se negaram a prestar os serviços, requerendo que, conforme combinado, fossem enviados de volta a Ibaiti. Contudo, Jairo recusou-se a fornecer o transporte de volta alegando que os trabalhadores deveriam trabalhar para custear o valor.

Em sua denúncia, o MPF relatou que os trabalhadores chegaram a passar fome. “Os mantimentos fornecidos eram insuficientes, sendo os trabalhadores mantidos em situação de precariedade, alojados em locais que não forneciam condições mínimas de saúde e higiene, além de não lhes ter sido fornecida a possibilidade de retorno à sua cidade de origem.

Inspeção realizada pelo Ministério Público do Trabalho apresentou fotos que denotam um quadro de alta precariedade nas condições oferecidas aos trabalhadores e suas famílias, inclusive crianças bem pequenas, havendo fotos das acomodações. No relatório, os auditores fiscais do Trabalho esclareceram que compareceram a fazenda São Fernando acompanhados da Polícia Federal e realizaram vistoria no local e entrevista com os trabalhadores, ocasião em que puderam constatar as condições precárias do local. “Eles estavam em casebres não abastecidos por água potável e com a energia elétrica desligada. Nas instalações em que os trabalhadores ficavam não tinha nenhum tipo de cama, não tinha nenhum tipo de higiene, apenas folhas de bananeira no chão. As crianças já estavam com bastante debilidade física, porque já não tinha comida há vários dias”.

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12 comments

Revoltada 7 de abril de 2017, 02:22h - 02:22

Quem diz que a escravidão acabou? Só observar o salário da maioria dos trabalhadores. Será que dar pelo menos para se sustentar suplindo todas as necessidades?

llmi 6 de abril de 2017, 14:49h - 14:49

VERGONHA VERGONHA DEVERIA SER COBRADO DELE DEZ VEZES O VALOR QUE ELE ESTAVA COBRANDO POR PESSOA ESCRAVIZADA, EM PLENO SECULO 21, LEMBRANDO QUE ATE HOJE SOFREMOS COM A ESCRAVIDAO IMPOSTA A NOSSOS IRMAOS NO DESCOBRIMENTO E TEM GENTE OU UM SER QUE NAO EVOLUIU ATE HJ.SINTO COMPAIXAO POR UM SER TAO DESUMANO . QUE OLHA PARA SEU PROXIMO E SE ENXERGA. PORQUE UM SER ASSIM NAO VALE NADA.
CADE O NOME DESSE RICASSO.

llmi 6 de abril de 2017, 14:43h - 14:43

VERGONHA VERGONHA DEVERIA SER COBRADO DELE DEZ VEZES O VALOR QUE ELE ESTAVA COBRANDO POR PESSOA ESCRAVIZADA, EM PLENO SECULO 21, LEMBRANDO QUE ATE HOJE SOFREMOS COM A ESCRAVIDAO IMPOSTA A NOSSOS IRMAOS NO DESCOBRIMENTO E TEM GENTE OU UM SER QUE NAO EVOLUIU ATE HJ.SINTO COMPAIXAO POR UM SER TAO DESUMANO . QUE OLHA PARA SEU PROXIMO E SE ENXERGA. PORQUE UM SER ASSIM NAO VALE NADA.

José Silva 6 de abril de 2017, 06:48h - 06:48

CSN ta uma verdadeira escravidão….funcionários experientes e competentes trabalhando por migalhas, exploração total…. E a maioria dos supermercados também escravizam seus funcionários….e ninguém fala nada

Maçom666 6 de abril de 2017, 13:43h - 13:43

E digo mais, minha rua está cheia de buracos e o play4 tá muito caro!

Error 404 6 de abril de 2017, 15:13h - 15:13

Matéria fala sobre analogia à escravidão e você vem dizer que o Play4 tá caro? Cadê o nexo?

Meu nome é Zé Pequeno! 6 de abril de 2017, 05:37h - 05:37

Que vergonha! Aproveite a cadeia apesar de saber que não ficará lá muito tempo.

Macunaíma 5 de abril de 2017, 13:48h - 13:48

Assustador. Esses crimes ainda ocorrem em grotões pelo Brasil. Parabéns ao MPF.

Error 404 5 de abril de 2017, 13:45h - 13:45

Tinha que ser valenciano esse sem-vergonha que fez isso!

Sempre Voltaço 5 de abril de 2017, 13:36h - 13:36

Se a reforma da previdência passar isso não será motivo de prisão. Valerá o acordo entre ambas as partes. Será a escravidão legalizada. Fora Temer. Lula 2018.

luiz 5 de abril de 2017, 16:23h - 16:23

mas o problema ai foi não se cumprir o acordo entre as partes. outra coisa, se der lula 2018 quem viver nessas condições será considerado rico.

Almir 5 de abril de 2017, 13:33h - 13:33

Esse fazendeiro merece ser posto na mesma situação em que foram encontradas essas pessoas pra que ele possa sentir na pele o sofrimento pois na cadeia, isso é, se ele ficar preso será por pouco tempo.

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