Golpe do Golpe: Geraldo Vida alerta para ‘novo golpe’ contra aposentados e pensionistas

Quadrilhas estão usando expectativa de ressarcimento para aplicar novas fraudes

by Agatha Amorim

Geraldo Vida faz novo alerta sobre o processo usado para enganar os idosos. (Foto: Divulgação)

Volta Redonda – Atenção aposentados e pensionistas: novo golpe na praça. Aproveitando-se da esperança dos beneficiários que perderam dinheiro, golpistas estão enviando mensagens com falsas promessas de devolução dos valores descontados dos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As investigações identificaram descontos indevidos na ordem de R$ 6,3 bilhões, entre os anos de 2019 e 2024.

Os novos casos foram detectados poucos dias após o início da ‘Operação Sem Desconto’, realizada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União, deflagrada na quarta-feira (23) para combater um esquema de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. O golpe já se aproxima da região Sul Fluminense, onde há relatos de casos.

O presidente da Associação de Aposentados e Pensionistas de Volta Redonda (AAP-VR), Geraldo Vida, está emitindo um novo alerta sobre o processo usado para enganar os idosos.
“Os golpistas não param e, agora, estão abordando aposentados e pensionistas com a promessa de agilizar a devolução dos descontos irregulares. É novo golpe! Eles apresentam links ou números de WhatsApp. A orientação é para que não acessem os links, enviados por aplicativo de mensagem ou outro meio, porque essa oferta de ressarcimento é mais uma fraude”, disse o presidente eleito neste ano, em 2025.

Diante dos descontos ilegais, a AAP-VR decidiu ajudar seus beneficiários a não “caírem” no golpe e, para aqueles que já tiveram descontos em seus benefícios, orientações sobre o que pode ser feito.
“Colocamos avisos no Facebook e Instagram da Associação, informando que o aposentado pode saber se está sendo descontado indevidamente consultando o extrato de pagamento no Meu INSS. No documento estão todos os descontos, tanto de crédito consignado quanto das mensalidades associativas. O aposentado que não reconhecer um desconto pode requerer o serviço ‘excluir mensalidade associativa’ no próprio aplicativo Meu INSS. Também ensinamos como requerer a devolução administrativa, ligando para o 0800 da entidade que promoveu o desconto, mandando e-mail para o INSS, protocolando um pedido de ressarcimento no próprio ‘Meu INSS’ ou indo a uma agência do Instituto”, afirmou Geraldo Vida.

Além dos idosos que procuraram a associação após terem dinheiro descontado ilegalmente, o próprio presidente, Geraldo Vida, também foi alvo do golpe. A AAP-VR já havia denunciado a situação há pelo menos seis meses. A associação recomenda que “A orientação primeira é de que verifiquem os contracheques todos os meses, pelo Meu INSS ou pelo extrato bancário”.

Como forma de ampliar o apoio aos beneficiários, a associação já definiu os próximos passos.
“Agora, além das redes sociais, vamos realizar uma palestra, na próxima quarta, na reunião mensal da diretoria com os associados, na Unidade Aterrado, e vamos publicar matéria no nosso jornal mensal”, afirmou ele.

“Responsabilidade pelo ressarcimento dos valores descontados é das entidades”

O Grupo Especial criado pela Advocacia-Geral da União (AGU) para buscar a reparação de danos causados por ações fraudulentas contra o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) realizou, na manhã desta segunda-feira (28), sua primeira reunião de trabalho. O encontro ocorreu na sede da AGU, em Brasília, e teve como objetivo alinhar as informações preliminares sobre os descontos irregulares realizados por entidades associativas em benefícios de aposentados e pensionistas segurados do Regime Geral de Previdência Social (RGPS).

A avaliação inicial do grupo é de que a responsabilidade pelo ressarcimento dos valores descontados é das entidades que realizaram os abatimentos nos benefícios sem a devida e correta autorização de aposentados e pensionistas. “Os aposentados, os pensionistas e o INSS foram vítimas deste esquema fraudulento. A AGU não medirá esforços para promover a recuperação dos valores irregularmente descontados pelas entidades investigadas”, disse o advogado-geral da União, Jorge Messias, durante a reunião.

As informações iniciais foram obtidas por meio de levantamento realizado por integrantes do grupo no último fim de semana. Durante a reunião, foi fixada diretriz no sentido de que a atuação do grupo terá como foco apresentar soluções jurídico-administrativas para garantir a restituição dos valores indevidamente descontados dos beneficiários, além de reforçar o mecanismo de credenciamento e controle realizado pelo INSS nos casos de descontos permitidos por lei em benefícios previdenciários.

Todos os descontos em folha de aposentados e pensionistas foram suspensos pelo Governo Federal, até que os casos sejam analisados e os descontos não-autorizados, identificados. Os aposentados e pensionistas não precisam ir a agências do INSS para pedir a suspensão dos descontos. O Governo também estipulou que as cobranças irregulares serão devolvidas às pessoas lesadas. O grupo criado pela AGU vai encontrar formas de responsabilizar as entidades fraudadoras.

Após assistir a relato com dados gerais da situação decorrente dos abatimentos irregulares, o advogado-geral concluiu pela necessidade de aprofundamento, por parte dos integrantes do grupo, da análise dos relatórios e das demais informações já produzidas sobre o assunto pela Controladoria-Geral da União (CGU), pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Polícia Federal (PF).

Messias determinou ao grupo que solicite informações adicionais a essas instituições e também à Dataprev. Estipulou ainda que a equipe reforce, junto à 15ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, o pedido já realizado pela AGU de acesso a informações do inquérito criminal que tramita no juízo. Essas informações são consideradas essenciais para o aprofundamento da análise em curso pelo Grupo Especial.

O grupo de trabalho

Constituído por oito advogados e advogadas públicas, a equipe criada pela AGU tem caráter temporário e sua atuação se dá nos âmbitos administrativo (extrajudicial) e judicial relativos à matéria. Os membros foram designados pela Procuradoria-Geral Federal (PGF) e pela Consultoria-Geral da União (CGU).

Além de colaborar com o INSS para obter a reparação dos valores desviados, o grupo também tem a atribuição de propor a adoção de medidas de prevenção, identificação e enfrentamento de situações fraudulentas no âmbito da Previdência Social. Entre elas, está a apresentação de soluções jurídicas e administrativas para prevenir riscos ao INSS e para aprimorar as políticas públicas voltadas ao RGPS.

As fraudes nos descontos em benefícios de aposentados e pensionistas foram descobertas no âmbito da operação “Sem Desconto”, realizada pela PF e CGU.

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