País – O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) anunciou nesta segunda-feira (28) um conjunto de iniciativas voltadas para a preservação da Caatinga, que somam aproximadamente R$ 90 milhões em investimentos. Os anúncios ocorreram durante um evento em Brasília que celebrou o Dia Nacional da Caatinga.
Presente apenas no Brasil, a Caatinga ocupa cerca de 10% do território nacional, com uma área de 862.818 km². O bioma abrange os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas Gerais, onde vivem aproximadamente 27 milhões de pessoas. Com vegetação adaptada à escassez de água, como cactos e suculentas, o bioma abriga diversas espécies de animais, incluindo répteis como teiús e calangos; aves como a asa-branca e a arara-maracanã-verdadeira; além de mamíferos como morcegos e roedores.
Durante a cerimônia, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou os impactos enfrentados pela Caatinga em função das mudanças climáticas e da ação humana, e defendeu políticas específicas para proteger o bioma.
Entre as iniciativas apresentadas estão os projetos Conecta Caatinga e Áreas Protegidas da Caatinga (Arca). O projeto Arca, com foco na conservação de espécies ameaçadas de extinção, envolverá comunidades tradicionais e atuará na gestão do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc). O programa será executado em nove unidades de conservação federais e estaduais, com aporte de US$ 9,8 milhões — cerca de R$ 55,7 milhões — provenientes do Fundo do Marco Global para a Biodiversidade.
Já o Conecta Caatinga busca promover a conservação da biodiversidade, mitigar e adaptar o bioma às mudanças climáticas e combater a desertificação por meio da conectividade entre vegetação, comunidades e recursos hídricos. O projeto está previsto para iniciar no segundo semestre deste ano e terá duração de cinco anos. O investimento será de US$ 6 milhões — cerca de R$ 34,1 milhões — com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente.
Também foi realizada a posse dos novos integrantes da Comissão Nacional de Combate à Desertificação, que, pela primeira vez, conta com representantes de povos indígenas e comunidades tradicionais. O colegiado tem caráter deliberativo e consultivo e integra a estrutura do MMA.
Durante o evento, a ministra Marina Silva também destacou os compromissos do Brasil com a agenda climática global, especialmente em função da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em Belém, no Pará, entre os dias 10 e 21 de novembro. A ministra reafirmou a meta de zerar o desmatamento e reduzir as emissões de gases poluentes em 67% até 2035. Com informações da Agência Brasil.