Barra do Piraí- A beleza arquitetônica do novo prédio da Estação Ferroviária Central do Brasil, ou simplesmente Prédio da Estação, chamou a atenção do acadêmico em Historiador da Arte, o barrense Carlos Eduardo Pagliares de Carvalho, de 21 anos, virando motivo de inspiração artística.
E esta inspiração causada pela beleza do local, transformou a realidade num quadro de características do Impressionismo, e que foi entregue pelo artista ao prefeito Mario Esteves.
O prefeito de Barra do Piraí se comprometeu em colocar a pintura no prédio, tão logo ele seja entregue à população.
A beleza plástica do jovem, enquanto não ocupa seu lugar na futura e primeira Casa de Cultura, está em local estratégico no Gabinete Municipal.
Estudante de História da Arte pela Universidade de Porto, em Portugal, Carlos Eduardo – ou Kadu – foi para Europa em setembro de 2018, quando começou a faculdade. Por conta do avanço do novo coronavírus, ele voltou em março de 2020.
Segundo afirmou o próprio artista, a aptidão pelas artes já existia, e, influenciado pela avó, Sônia Maria Teixeira de Carvalho, que sempre pintou e promovia artesanato, tomou gosto pela arte. Conta que, no Instituto de Educação Nossa Senhora Medianeira, onde cursou o Ensino Médio, também obteve apoio de professores.
“Eu já desenhava em casa e, no Ensino Médio, concluído no Medianeira, decidi fazer a faculdade de História da Arte. Escolhi a Estação Ferroviária porque, quando voltei pra Barra do Piraí, vendo aquele prédio pelo bairro onde moro, a Muqueca, me dei conta das mudanças na área da cultura, promovidas pela atual gestão, com ênfase naquele local. Via a estação e analisava que daria um centro cultural interessante, principalmente porque, em Portugal, tem algo parecido, e que Barra do Piraí poderia fazer algo do tipo, ainda mais sabendo que o Governo Municipal empreendeu algo semelhante”, explica o jovem artista plástico.
De acordo com Kadu, seu estilo pessoal ainda está sendo descoberto. Porém, explica que o Impressionismo é marca da obra vista na variação de cores. “Eu começava e não parava; colocava o cavalete no quintal, virando o dia para acabar mais rápido. No bairro onde moro, existe um pôr do sol muito bonito; a natureza me ajudou a compor este quadro. Do estudo da técnica, que seria utilizada, até a finalização, foram apenas dois dias, com trabalho intenso. No ano passado, fiquei uma semana na Escócia, no Museu Nacional, e vi cores e técnicas de Monet e Van Gogh; o estudo também é válido nesse processo”, completa.
O artista plástico orienta as autoridades, bem como aos formadores de opinião, a respeito do potencial de Barra do Piraí para a cultura. Ele aposta na força motriz da juventude no quesito de propagação de atos culturais do município, pontuando que “são vários os jovens que têm interesse pela arte”. Carlos Eduardo relembra de municípios menores que a sua cidade natal que conseguiram implementar polos artísticos e, segundo ele, “se firmaram”.
“Nossa cidade tem potencial, e estamos perto do eixo Rio-São Paulo, onde muitos empresários podem contribuir para a cultura, ao cidadão e à prefeitura. A Estação é a realização de dois fatores; a pessoal, em participar da dignificação da história local, onde ela pode ser contada além do boca a boca e onde a população pode ter acesso; bem como a profissional, pois Barra do Piraí pode ter mais força cultural. Temos um potencial enorme, com edifícios da Art Décor (estilo de decoração dos anos 30 e 40), que estão descuidados, em parte pela população. É um respeito pelos barrenses ter um centro cultural com a história marcante de sua cidade”, arremata.
O prefeito Mario Esteves relembrou das obras que estão ‘saindo do papel’ quando o assunto é a cultura e a arte, em sua gestão. “Temos três antigas estações ferroviárias que estão sendo revitalizadas, com destaque para o Pátio da Estação. Este, em parceria com a MRS, vai dar mais dignidade à história barrense. Fiquei impressionado com tamanho primor na técnica deste jovem rapaz, que tão bem retratou o momento em seu município. Assim como o Prédio da Estação, o de Santana de Barra e o de Ipiabas serão pólos de intensa movimentação cultural, mostrando, mesmo que tardiamente, que nossa cidade pulsa por este setor”, finaliza o prefeito.