Volta Redonda – Uma equipe de cirurgiões do RJ Transplantes realizou na madrugada desta quinta-feira (16) mais uma captação de órgãos no Hospital São João Batista (HSJB), em Volta Redonda. O doador foi um jovem de 21 anos que teve morte encefálica constatada na última terça-feira (14), cuja família aceitou fazer a doação de órgãos.
A cirurgia, com cerca de duas horas de duração, teve início pouco depois da meia-noite; foram captados os dois rins e o fígado, que vão ajudar três pessoas que estavam na fila de espera de transplante. Participaram do procedimento dois cirurgiões da equipe do hospital Quinta Dor, da capital fluminense, auxiliados pela equipe do HSJB, formada pelos médicos Lucca Jaeguer, Rafaela Batista e Mateus Manarino.
De acordo com os dados mais recentes do HSJB, a unidade teve um total de 13 diagnósticos de morte encefálica confirmados este ano, que resultaram em cinco doações efetivadas. Foram captados dois fígados, quatro rins, duas córneas e duas escleras (tecido fibroso externo que recobre o globo ocular). Houve, ainda, três casos de exclusão clínica, em que não foi possível fazer a captação, apesar da permissão dos familiares. No ano passado, o São João Batista realizou pela primeira vez a doação e captação de um coração.
Protocolos para doação e captação de órgãos
Para a captação de órgãos acontecer é preciso seguir um protocolo que consiste em três etapas. A primeira é identificar o paciente com uma possível morte encefálica; a segunda, a realização de exames clínicos e complementares para a confirmação desta morte encefálica; e, por último, a abordagem familiar, buscando a conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos. Um único doador pode ajudar até oito pessoas que aguardam por transplantes.
A unidade hospitalar promove palestras e treinamentos para os profissionais da área de saúde e para a comunidade, a fim de esclarecimento e conscientização para a diminuição da recusa familiar.
A enfermeira exclusiva da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes do HSJB (CIHDOTT), Daniela da Silva, explica que os órgãos doados vão para o Programa Estadual de Transplante (PET), de onde serão distribuídos seguindo a lista única de pessoas cadastradas no estado do Rio de Janeiro. Ela ainda reforça que há todo um cuidado quanto ao diagnóstico.
“A equipe médica faz uma série de exames muito criteriosos para definir esta condição (morte encefálica), que é irreversível. Neste caso, todos os órgãos e tecidos podem ser doados mediante a autorização da família. Após a doação, os órgãos são encaminhados para as Centrais de Transplante de cada estado, que gerenciam uma lista única de receptores de cada órgão e os selecionam de acordo com critérios objetivos definidos pelo Ministério da Saúde” comenta Daniela.