Indústria brasileira começa 2025 pressionada por demanda fraca e juros altos, aponta CNI

Estudo ouviu mais de 1,5 mil empresas e aponta agravamento das condições financeiras no setor

by Agatha Amorim

Foto: Arquivo

País – A indústria brasileira iniciou 2025 sob forte pressão. Segundo a Sondagem Industrial divulgada esta semana pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a demanda interna insuficiente ganhou destaque como um dos principais obstáculos enfrentados pelo setor. O problema, que ocupava a quinta posição no final de 2024, agora aparece em segundo lugar, empatado com as elevadas taxas de juros. A principal preocupação dos empresários segue sendo a alta carga tributária, mencionada por 33,3% dos entrevistados.

Para Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, a retração da demanda é reflexo direto do aperto monetário e da redução dos gastos públicos. “A demanda é o motor da atividade industrial. Quando ela enfraquece, o empresário hesita em investir, contratar e produzir”, explica.

Outros fatores que também preocupam os industriais são a falta ou o alto custo da mão de obra qualificada (22,4%) e o encarecimento de matérias-primas (21,3%). O levantamento também revela um agravamento nas condições financeiras das empresas. O índice de satisfação com a situação financeira caiu para 48,8 pontos — abaixo da linha dos 50 pontos, o que indica percepção negativa. Já o acesso ao crédito ficou ainda mais difícil, com o indicador recuando para 40,4 pontos.

Queda na produção e no emprego

Após um início de ano com desempenho positivo, a atividade industrial registrou queda em março. O índice de evolução da produção recuou para 49 pontos, sinalizando retração. Situação semelhante foi observada no emprego industrial, cujo índice fechou o mês em 49,2 pontos. Ambos são os piores resultados para março desde 2020.

Apesar das dificuldades, os empresários demonstram otimismo em relação aos próximos meses. As expectativas para a demanda, exportações, contratações e compras de insumos continuam acima dos 50 pontos, o que indica uma visão positiva, embora tenham registrado leve recuo. A intenção de investir, no entanto, caiu pelo segundo mês consecutivo, atingindo 56,4 pontos.

A pesquisa ouviu 1.522 empresas entre os dias 1º e 10 de abril, sendo 608 de pequeno porte, 538 médias e 376 grandes. O levantamento traça um cenário preocupante para o setor industrial, que, mesmo mantendo a confiança no futuro, enfrenta os impactos imediatos de uma combinação de juros elevados, carga tributária pesada e demanda enfraquecida. Com informações do Brasil 61.

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