Isolamento social refletirá até no mercado de festas juninas

Por Diário do Vale

Tradicionais festas juninas não serão realizadas neste ano devido à pandemia da Covid-19
(Foto: Paulo Dimas)

Barra Mansa – Se não fosse pela pandemia e pelo isolamento imposto em todo o mundo, para evitar a propagação do novo coronavírus, os três próximos meses seriam marcados pelas tradicionais festas caipiras comemoradas em junho, julho e agosto. Diante de decretos, que impedem aglomerações e eventos sociais, quem trabalha com produtos e prestação de serviços nesta área já lamenta os prejuízos que o mercado de festa junina terá neste ano, sem a realização dos eventos.

É o caso da costureira Maria de Fátima Dias Oliveira, de 55 anos, que em outros anos sempre acumulou uma grande produção de vestidos caipiras e, agora, viu sua demanda cair em 100%. Dentre a média de cinquenta vestidos que chegava a fazer, para os meses de junho e julho, ela conta que até o momento ainda não recebeu nenhuma encomenda.

– Nos últimos anos as festas juninas eram garantia bons negócios e sempre dava para fazer uma renda extra, que eu investia em melhorias na casa ou comprando algo que estivesse precisando. Neste ano, infelizmente, vai ser diferente e essa renda não vai entrar. Sem as grandes festas, nas comunidades, escola, em família e em local de trabalho, ninguém vai precisar de roupas caipiras e quem dependia dessa renda, como eu, vai ficar no prejuízo – lamentou a costureira.

A comerciante Ana Alves é proprietária de uma loja de doces, decoração e artigos para festas e prevê, para este ano, uma queda de até 60% nas vendas em função da pandemia. Ela, que não fez investimentos em mercadorias para esse período, está optando em trabalhar apenas com o estoque que sobrou do ano anterior.

– A venda vai cair muito, isso é certo, mas as pessoas estão surpreendendo a cada dia. Estão buscando alternativas para fazer a festa em casa e, com isso, estamos conseguindo vender alguns artigos e kits, que entregamos em casa já higienizados. Não investi em estoque e tudo o que tenho e que estou trabalhando é do ano passado. Roupas caipiras, por exemplo, tenho pouca coisa. O que mais tenho, e que acredito que as pessoas mais vão procurar, são artigos de enfeite – disse a comerciante.

Vendas reduzidas

Conforme ressaltou o presidente do Sicomércio de Barra Mansa, Hugo Tavares, embora os prejuízos sejam imensuráveis para diversos segmentos, ele acredita que o consumo de produtos típicos de festas juninas terá uma queda, mas que não será zerado.

– Com certeza diversos segmentos terão as suas vendas reduzidas, o consumo vai diminuir muito, mas, acredito, em uma visão otimista, que muitos consumidores irão fazer suas festas no conforto do lar, com a família apenas, respeitando todas as medidas de segurança – disse o presidente.

Ainda segundo ele, tão logo volte a funcionar, o comércio da cidade manterá todos os cuidados para atender quem for à procura desses artigos e, por isso, o alerta é que os consumidores também tomem as medidas de proteção necessárias.

– Quem for fazer sua comemoração em casa deve ir ao comércio de forma segura. Estamos vivendo esse cenário e as medidas de prevenção têm que ser mantidas, com uso de máscaras, higienização das mãos e do interior das lojas para que tenhamos sucesso e superação nas vendas – salientou Tavares.

De acordo com o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Barra Mansa, Leonardo dos Santos, devido ao momento delicado que o comércio está enfrentando e seguindo os registros das ações comemorativas que acontecem em meio à crise da pandemia, o número de vendas para os setores de festas juninas será certamente menor que o do ano passado.

– A estimativa do setor é de queda nas vendas em cerca de 80% do faturamento normal do comércio, nesse período. Mas assim, como foi no Dia das Mães e como tem acontecido em diversos segmentos, os lojistas estão reconfigurando seus negócios para que as datas não passem em branco e para que o varejo se movimente a todo o momento – finalizou o presidente.

Roze Martins

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3 Comentários

Ricardo 28 de maio de 2020, 18:25h - 18:25

Nao me diga! Virus omendo solto e povo preocupado com festa junina.

Morador de BM 28 de maio de 2020, 18:09h - 18:09

Menos em Resende pois lá boa parte é caipira.
Não passa de uma roça.

Óbvio 28 de maio de 2020, 17:44h - 17:44

Isso é óbvio né

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