Minas Gerais – O zagueiro Dedé sofreu mais uma derrota em sua briga com o Cruzeiro na Justiça do Trabalho. Após ter negado o pedido de liminar para liberação imediata do vínculo com o clube de Belo Horizonte, agora o jogador não conseguiu um mandado de segurança para rescindir o contrato. O atleta de 32 anos ainda terá que pagar as custas da ação, que soma R$ 277.813,33.
Na decisão tomada na quinta-feira e divulgada nesta sexta, o desembargador do trabalho Paulo Maurício Ribeiro Pires lamentou a argumentação de Dedé, que na ação trabalhista disse que estava em uma situação semelhante à de escravo.
“Sob outra ótica, lamenta-se a afirmação inicial de que o impetrante, cuja remuneração aduz corresponder a R$ 750.000,00 (e que ao menos parcialmente foi incontroversamente paga ao longo dos anos), esteja sendo submetido a permanecer como um ‘escravo’. Lastimável comparação, notadamente em se considerando o crítico momento sócio-econômico por que passa a esmagadora maioria da população brasileira, em razão das consequências da pandemia que vem assolando o mundo, correspondente à disseminação da COVID-19 – muitos almejando meramente obter um emprego em que receba o salário mínimo, no ano corrente reajustado para o montante de R$1.100,00”, afirmou o magistrado
O valor de quase R$ 278 mil que Dedé terá de pagar ao Cruzeiro foi calculado em cima de R$ 13.890.666,70, parte dos mais de R$ 35 milhões pedidos pelo zagueiro em sua ação inicial na Justiça do Trabalho. A decisão do desembargador foi em resposta ao mandado de segurança impetrado pela defesa de Dedé. O jogador já havia tido uma liminar negada e uma manutenção dessa liminar na ação contra o clube.
Petição inicial
Na petição inicial, Dedé alega que está com 10 meses de salário em atraso “referente ao fraudulento contrato de cessão e uso de imagem” (R$ 300 mil mensais), além de seis meses sem receber de salários fixos na carteira (R$ 450 mil mensais) e mais quatro meses sem receber o depósito do FGTS.
No Cruzeiro desde abril de 2013, Dedé jogou pela última vez em 19 de outubro de 2019, na vitória por 2 a 1 sobre o Corinthians, em São Paulo, pela 27.ª rodada do Campeonato Brasileiro. Na ocasião, ele saiu machucado para a entrada de Cacá. Desde então, foi submetido a vários tipos de tratamento, desde o conservador até o cirúrgico – procedimento realizado no Rio de Janeiro, em março, por profissionais de sua confiança.
Advogado
O advogado Carlos André Freitas, que representa o zagueiro Dedé, esclareceu, na sexta-feira (29), pontos da ação que o jogador move contra o Cruzeiro, por atraso de salários, direitos trabalhistas e premiações.
– Seguimos a ação e o Dedé não perdeu e nem sequer foi obrigado a pagar nada. Isso não existe. Foi uma decisão contrária a esta liminar, mas seguimos aguardando o julgamento da ação principal. O desembargador reconhece atraso e fala em lesão. Que fique claro que uma coisa não tem absolutamente nada a ver com a outra. Dedé não se contundiu de propósito. Se machucou trabalhando e pelo Cruzeiro. Não entendemos o motivo de a justiça de Belo Horizonte, diante das incontestáveis provas e dos atrasos, não conceder a liminar, mas vamos contestar a decisão proferida, caso não seja a que consideramos justa, levando o caso à esferas judiciais superiores. É um absurdo o cenário que vem se desenhando. De uma forma coloquial, você trabalha, não recebe, vai cobrar seus direitos na justiça e é ameaçado de ser obrigado, pela mesma justiça que você pediu ajuda, a indenizar seu patrão – analisou o advogado.
Lesões e conquistas
De 2015 a 2017, Dedé já havia convivido com inúmeras lesões que o fizeram passar grande parte do tempo no departamento médico. Em 188 partidas pelo Cruzeiro, marcou 15 gols e conquistou sete títulos: dois Campeonatos Brasileiros (2013 e 2014), duas Copas do Brasil (2017 e 2018) e três Campeonatos Mineiros (2014, 2018 e 2019).
Informações da Agência Estadão.
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Desagregador e enganador, não joga nada.
Vai terminar no VR.
Espero que não termine no Barra Mansa FC.
Chinelinho de Ouro.
Melhor que ele volte pra onde saiu, ou seja, volte pro Bostaço mesmo! O BM não precisa disso não!