
Laudo preliminar aponta estabilidade na escória acumulada em Volta Redonda (Foto: Arquivo)
Volta Redonda – O DIÁRIO DO VALE teve acesso ao laudo preliminar preparado pela Astec Engenharia sobre a estabilidade da escória existente no bairro Brasilândia. O documento destaca que ainda estão em andamento os estudos que levarão a uma definição sobre a estabilidade das pilhas, mas adianta que a presença de óxido de cálcio (designação química da cal) na composição do material confere adesividade à pilha.
De acordo com o laudo, essa adesividade é a responsável pela existência do chamado “talude negativo”, que se caracteriza pela base mais estreita que o alto. Isso só é possível quando o material forma uma espécie de cola – no caso provocada pela cal.
O documento afirma ainda que não existe nenhuma fissura no muro existente entre a margem do Rio Paraíba do Sul e a base da pilha de escória, concluindo que isso indica “estabilidade da pilha no sentido do rio”.
Para apresentar um laudo conclusivo, a Astec ainda está conduzindo estudos geotécnicos, que definem os parâmetros de solos e rochas, e planialtimétricos, que avaliam o relevo do local. O levantamento diz respeito à estabilidade física da pilha, sem se referir às características químicas, que precisam de outro tipo de análise.
Baixo risco
Uma das preocupações apresentadas por ambientalistas e políticos sobre o pátio em que está armazenada a escória da CSN diz respeito à possibilidade de o material se deslocar e cair dentro do Rio Paraíba do Sul. O laudo preliminar já aponta que essa é uma hipótese pouco provável.
Entenda o caso
A escória armazenada em um terreno de propriedade da CSN e administrado pela empresa Harsco se tornou motivo de preocupação para ambientalistas que veem risco de o material cair no Rio Paraíba do Sul e poluir o rio.
A CSN já fez um acordo judicial e está removendo gradativamente o material, tendo retirado mais de 170 mil toneladas de escória nos últimos quatro meses.
Técnicos do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) visitaram em janeiro o pátio de armazenagem de escória. Eles coletaram amostragens das pilhas durante mais de três horas. O material será submetido a testes nos próximos dias, com o objetivo de analisar sua caracterização e se há risco de impacto ambiental.