Sul Fluminense- A Polícia Civil do estado de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (14) que está no encalço de traficantes que atuam em bairros nobres de cidades da Grande São Paulo. Segundo a corporação, eles estariam vendendo ‘maconha premium’ a usuários que chegam a pagar até 50 vezes mais do que pagariam pelo entorpecente comum, vendido em bocas de fumo de todo o país.
Nos últimos três meses, a Delegacia de Investigação Sobre Entorpecentes (Dise) de Carapicuíba (SP) três operações contra uma quadrilha que fornecia a ‘maconha premium’ em regiões nobres da Grande São Paulo, como Alphaville e Santana de Parnaíba.
No Sul Fluminense, a Polícia Civil tem feito operações para desmantelar quadrilhas como essas pelo menos desde o ano passado. O caso mais recente é de janeiro deste ano, quando uma ação conjunta entre a 93ª Delegacia de Polícia e a Polícia Federal (PF) ‘estourou’ um laboratório de cultura de cannabis no bairro Santa Cruz. Segundo as autoridades, o laboratório estava estruturado para produção de maconha em larga escala e contava com sistema de iluminação, ventilação e umidade. O produto era, então, distribuído em diversos bairros de classe média e alta de Volta Redonda e também em outras cidades da região.
Em agosto do ano passado, em Resende, a Polícia Civil prendeu um homem que mantinha uma plantação de maconha no estado de Minas Gerais e estava vivendo, foragido, no bairro Fazenda da Barra I. Ele era procurado pela Justiça de Minas por já ter sido condenado por tráfico.
O homem era alvo de investigação da Polícia Civil em Resende desde que foi denunciado por vizinhos.
A policiais militares, eles disseram que o suspeito mantinha drogas em sua residência. No endereço, os agentes apreenderam uma pequena quantidade de drogas e, também um aparelho celular.
Na busca de descobrir se ele era, enfim, usuário ou traficante, a Polícia descobriu que o suspeito mantinha um grupo de WhatsApp em que, com mais cinco pessoas, coordenava plantação, colheita, transporte e venda de diversos tipos de maconha, cada qual com seu preço e característica. Toda a droga era cultivada, colhida e preparada para venda em Minas Gerais.
O produto, de alto padrão, era vendido para pessoas que, por terem maior poder aquisitivo, passam longe das ‘biqueiras’.
Delivery de alto padrão
Em uma das cidades do Sul Fluminense, o DIÁRIO DO VALE conseguiu entrevistar um usuário de maconha que, sob condição de se manter em anonimato, concordou em contar à reportagem como funciona o sistema de venda de ‘maconha premium’ na região.
De classe média alta, ele diz que não se sentiria à vontade procurando uma boca de fumo para comprar maconha.
“Não acho seguro. Isso sem falar que a maconha vendida nesses lugares é de qualidade bastante inferior”, contou, acrescentando que chamado ‘prensado’ – maconha compactada em blocos, que geralmente contém folhas e folhas – é mais barato justamente porque tem menor potência e pureza.
“Prefiro o ‘bud’ (a flor da planta, onde se concentram as substâncias que dão potência e sabor, grifo nosso). Prensado vem muito sujo e passa por diversas mãos até chegar ao consumidor.
O bud é mais puro, solto e, por isso, bem mais caro”, continuou. Três gramas da flor, segundo o apurado pela reportagem, pode chegar a R$ 150. Já o prensado, de pior qualidade, pode ser encontrado por valores que variam de R$ 5 a R$ 50.
Para não se expor, o entrevistado diz preferir o serviço de ‘delivery’. “Eu peço, pago e o produto é entregue na minha porta, com segurança e discrição”, afirmou, negando-se a dizer por quais meios faz contato com o fornecedor – traficante que, nos meios mais abastados, é chamado de ‘dealer’.
1 comment
É a politica da qualidade total para garantir clientes satisfeitos.
Comments are closed.