Rio – A Mangueira é a grande campeã do Carnaval 2019. A Estação Primeira foi para a Avenida com o enredo “História para ninar gente grande”, com samba composto por Ronie Oliveira, Sílvio Mama e Márcio Bola. O trio de Volta Redonda marca história na cultura regional ao trazer um título tanto histórico quanto emblemático. Além deles, mais três compositores cariocas assinaram o samba que embalou a Marquês de Sapucaí.
Mesmo antes do resultado sair, os sambistas já se diziam realizado. O que dizer agora, que foram campeões. Ronie lembrou um pouco da trajetória no mundo do Carnaval, ainda nos bairros de Volta Redonda. O compositor afirma ainda que a emoção de ver seu samba cantado em uma escola do Grupo Especial do Rio é a maior pela qual já passou desde que começou a compor para o bloco carnavalesco do bairro Santa Cruz.
– De lá para cá, foi uma longa trajetória. Esta foi a minha terceira tentativa de emplacar um samba na Mangueira. Já o Silvio Mama tenta há dez anos – conta.
O processo de escolha do samba enredo começou em agosto do ano passado, com dezesseis composições, que foram sendo eliminadas até a escolha da composição dos três voltarredondenses. A escolha foi feita por um júri da escola de samba, mas um dos quesitos da escolha era a empolgação que a música gerasse na pista. Para contribuir com isso, Ronie e seus parceiros contaram com o apoio de amigos de Volta Redonda, que lotaram ônibus para demonstrar entusiasmo com a música deles.
Festa de campeã
A “Mangueira foi Mangueira” é uma expressão usada por especialistas em desfiles de escolas de samba para dizer que a Estação Primeira desfilou mantendo a tradição à história e suas raízes. Ao final do desfile, no segundo dia, foi saudada com gritos de é campeã vindos das arquibancadas populares da apoteose, a área de dispersão.
“Um enredo completamente emocionante. A Mangueira tem essa responsabilidade”, disse a cantora Alcione ao analisar o enredo “História para ninar gente grande”, criado pelo carnavalesco Leandro Vieira. No enredo, Alcione representou Dandara, a mulher de Zumbi dos Palmares. “Foi uma honra representar Dandara, uma líder das pessoas escravizadas”, afirmou.
A intenção do enredo foi mostrar a participação de líderes populares que influenciaram a história do Brasil e não têm suas realizações contadas nos livros. Neles, personagens negros, índios, com destaque também para mulheres como a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), Maria Felipe Oliveira, que liderou a resistência aos portugueses na Bahia e Luiza Mahin, líder do levante dos Malês, de pessoas escravizadas.
Emoções
A cantora Leci Brandão, que é mangueirense, disse ter sido tomada por um misto de sentimentos durante o desfile, pois foi homenageada e citada na letra do samba-enredo. “A gente entra para a ala dos compositores nos anos de 1970 e, em 2018, ter o nome no samba é pra gente chorar, uma emoção muito grande mesmo, principalmente porque vim representando Luiza Mahin”, afirmou a artista.
Mônica Benício, viúva da vereadora Marielle Franco, morta em março do ano passado, disse que foi um enredo urgente e atual. “Fala de representatividade, de resistência, e a Marielle sendo homenageada, ter ela hoje como símbolo de esperança é, sobretudo, uma emoção muito grande”, disse.
Para a jornalista Hildegard Angel, que passou na avenida no alto da alegoria a História que a História não conta, o desfile também foi uma emoção forte. O irmão dela Stuart Angel desapareceu em 1971, quando atuava na militância política. “Enorme, enorme. Além da expectativa”, reagiu a jornalista.
O carnavalesco Leandro Vieira afirmou estar com sentimento de dever cumprido. “Com certeza, não sei se bem, mas cumprido. Mexeu com o público e eu me diverti pra caramba”, disse.
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E volta Redonda Carnaval só os blocos
Qualquer letra com nome de Mariele e com lacração, ganharia esse ano. Lixo.
Marielle está morta, como um monte de mulheres vítimas de homens violentos, como essa mãe que morreu em barra mansa espancada e não teve oportunidade de ver sua filha. Chega de Marielle, pq não defender todas as mulheres que sofrem quaisquer tipo de agressão?
Sem contar as policiais mortas. Ninguém defende elas… São mulheres e seres humanos como todas as outras. Porque não tem ninguém levantando bandeira por elas? A esquerda é hipócrita ao extremo. Dá nojo?
Agr só escuto os vizinhos gritarem MANGUEIRA MANGUEIRA sei não eim kkkk
Parabéns a verde e rosa…
Parabéns aos compositores de Volta Redonda.
carnaval tá ficando chato ,muita lacração promovida por bicheiros ,milicia, traficantes , dinheiro publico…. . para ser “herói (a)” não depende das suas atitudes ,mas sim do ‘lado” que vc está . nada como uma boa propaganda pra promover ou destruir alguém .