Médicos ligados ao MEP opinam sobre a vacinação contra a Covid-19 em crianças

by Diário do Vale

Os profissionais, alguns ligados diretamente ao MEP, outros colaboradores pontuais, sinalizam importantes elementos para ajudar a discernir a situação – Foto: Arquivo.

Volta Redonda- Depois que as vacinas contra a Covid-19 passaram a ser aplicada no país, uma parcela da população ainda tem dúvidas em relação a sua eficácia. Já em relação a vacinação em crianças, estas dúvidas ainda são maiores e há um sentimento de incertezas e apreensão, até mesmo de confusão nas cabeças e mentes de muitos pais e responsáveis das crianças, sobre a eficácia da vacinação da Covid-19 em crianças na faixa etária de 5 a 11 anos.

O MEP (Movimento Ética na Política), atento ao cenário plural do momento e na preocupação com a vida, sistematizou opiniões de médicos e médicas, a partir de organismos da sociedade médica, ouvindo as suas considerações sobre a vacinação das crianças entre 5 a 11.

Os profissionais, alguns ligados diretamente ao MEP, outros colaboradores pontuais, sinalizam importantes elementos para ajudar a discernir a situação, com vista à prevenção à saúde das crianças.

A pediatra e infectologista, Maria Cristina Carvalho do Espírito Santo, professora da USP-Faculdade de Medicina e do Centro Universitário de Volta Redonda(UNIFOA), e colaboradora pontual do MEP, gentilmente encaminhou sua posição baseada na declaração pública da Sociedade Brasileira de Imunizações, onde em pequeno extrato da nota fica claro a importância da vacinação:  “Diversas sociedades médicas brasileiras, baseadas em evidências científicas e nas experiências internacionais, se posicionaram a favor da vacinação de crianças contra a covid-19. A Sociedade Brasileira de Imunização entende que nenhuma morte de crianças é negligenciável. É inadmissível testemunhar crianças serem hospitalizadas e falecerem por doenças preveníveis por vacinas. A todos que estão com receio, transmitimos uma mensagem tranquilizadora. A vacinação de crianças entre 5 e 11 anos é segura, eficaz e salvará vidas da mesma forma que a vacinação de adultos e adolescentes”, nota pública da Sociedade Brasileira de Imunização.

A infectologista destacou também outro importante aspecto da nota:

– Os agravos em saúde são avaliados por dias perdidos de vida e de trabalho. Não podemos comparar um óbito de um adulto, com o de uma criança. Os dias perdidos de vida são muito maiores. Desde o início da pandemia, também segundo números do Ministério da Saúde, a morte por Covid-19 está entre as dez causas de óbito, na faixa etária de 5 a 11 anos. Reportou-se nessa faixa etária de 6.191 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (taxa de incidência de 30,1/100 mil habitantes) e 308 óbitos (taxa de incidência de 1,54/100 mil habitantes) por Covid-19. Entre crianças e adolescentes, foram 1.412 casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM), que causaram hospitalizações e 85 mortes. A taxa de letalidade, 6%, cinco vezes superior à relatado pelos Estados Unidos – destacou. file:///C:/Users/Note/Downloads/nota-sbim-repudio-declaracoes-bolsonaro-vacinacao-intantil-covid-07012022%20(5).pdf .

Para o Dr. Miguel Tepedino Neto, conceituado pediatra na cidade e região, professor de biologia no Pré-Vestibular Cidadão, sensato e bem sintonizado à Sociedade Brasileira de Pediatria declarou enfaticamente – “Nós pediatras nos baseamos, quanto a vacinação nas orientações técnicas da Sociedade Brasileira de Pediatria, que fundamentado em trabalhos científicos recomendou a vacinação das crianças de 5 a 11anos contra a Covid-19. Contudo, como pediatra que sigo as normas da ciência, valorizo as vacinas. Há um histórico que devemos considerar, as vacinações, a erradicação da varíola, doença que levava ao óbito e deixava sequelas permanentes, o controle da paralisia infantil que quando não levava ao óbito por insuficiência respiratória deixava sequelas motoras permanentes, e mais recente a diminuição dos casos de sarampo. Vale lembrar num passado não muito distante que causou inúmeros óbitos por complicação da pneumonia aqui em Volta Redonda, principalmente das crianças desnutridas. Também destaco a diminuição dos casos de gripe, tétano e meningite meningocócica que muito nos apavorava, portanto vamos valorizar as vacinas”, alertou o pediatra.

https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-crianca/sbim-sbp-e-sbi-alertam-que-vacinas-covid-19-em-criancas-sao-uma-questao-prioritaria-de-saude-publica-no-brasil/) .

Ex-alunos do MEP são a favor da vacinação infantil contra a Covid-19

Para o ex-aluno do MEP e futuro médico, João Paulo Fernandes, que atualmente está no 4º período de medicina (UERJ), a vacinação das crianças é fundamental.

– No último ano, com o início da vacinação, ficou evidente a importância da vacina no combate a pandemia da Covid-19. Ela colaborou na prevenção de formas graves e óbitos por essa doença, o que representa um alívio para o Sistema de Saúde brasileiro e a esperança de dias melhores para a população. Dessa forma, conforme o evidente benefício aos vacinados com mais de 12 anos, a vacinação de crianças com menos dessa idade, faz-se fundamental para a proteção desse grupo. Isso porque a doença tende a se disseminar pelos não vacinados, o que torna as crianças com menos de 12 anos, que ainda não foram imunizadas, um importante alvo da Covid-19. Além disso, essa doença transformou-se num grave problema de morbimortalidade nessa faixa etária durante a pandemia, e as crianças, apesar de desenvolverem menos quadros graves que os adultos, ainda são importantes da cadeia de transmissão do vírus. Portanto, é notória a necessidade de se vacinar crianças nessa faixa etária, o que trará diversos benefícios para a população brasileira – opinou João Paulo,

Na mesma linha de valorizar às orientações cientificas, o médico Gabriel Lopes, ex-aluno do Pré-Vestibular Cidadão, sintoniza seu pensamento com os colegas. “As diversas sociedades médicas já recomendam a vacinação das crianças. Entretanto, parece que há um impasse, querem exigir que a vacina fosse apenas com receita médica; isso atrasaria a campanha de vacinação e não temos tempo para isso. Tal medida política não pode interferir nesse aspecto da saúde pública”, afirma o jovem médico.

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3 comments

Jorge Lucas 12 de janeiro de 2022, 22:54h - 22:54

O leitor gostaria de saber opiniões de pessoas com formação mais sólida ou pelo menos com mais experiência na medicina e saúde pública.

Alfersil 12 de janeiro de 2022, 21:43h - 21:43

Quem patrocina o MEP???

Triste realidade 12 de janeiro de 2022, 17:35h - 17:35

Enquanto meus filhos não estiverem totalmente imunizados, enquanto a pandemia não melhorar realmente, eles não irão para o presencial.

Se tiver que perder o ano que percam, triste, pois são bons alunos, nunca ficaram de recuperação.

Mas fazer o quê?

Melhor perder o ano de estudos que morrer por ter comorbidades ou perder os pais com comorbidades por transmitir covid.

A verdade que ninguém se importa com quem têm comorbidades, sejam crianças, adolescentes ou adultos.

Toda vez que morre alguém de Covid com comorbidades as pessoas dizem, mas tinha comorbidades…

Tratam pessoas com comorbidades com indiferença, sem empatia, como alguém dr menor valor para a sociedade.

Não ia ter o ensino hibrido, o homeoffice pra quem tinha comorbidades??????

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