O cinema vai até sua casa

by Diário do Vale

Filme aborda o drama da fome – Foto: Reprodução

O Instituto Dagaz abriu a nova temporada do “Cinestesia às Margens”, vencedora do edital da Oi Futuro. Nesta sexta-feira (07), será exibido o filme “Hora do Lanchêêê”, da 11ª Mostra de Cinema de Direitos Humanos, na ACAC – Associação de Pais e Amigos da Criança e do Adolescente do Complexo Califórnia, em Barra do Piraí.
Na semana passada, aconteceu o lançamento da temporada com a exibição do curta metragem “Preto no Branco”, na Escola Municipal Espírito Santo, no bairro Santo Agostinho, em Volta Redonda. A sessão contou com a presença do cineasta Valter Rege, diretor do filme, que bateu um papo com os alunos e contou sobre sua trajetória pessoal e profissional, como inspiração aos jovens.
– Gostei muito de participar dessa exibição do Instituto Dagaz. Foi uma experiência incrível. No começo, fiquei com receio de não conseguir passar a mensagem, pelo público jovem ser um pouco inquieto, mas logo a galera conseguiu absorver. Foi surreal. Acho que o cinema é uma ferramenta de transformação muito importante e a mensagem foi passada. O Cinestesia às Margens é maravilhoso, desejo que continue levando cinema a todos – destacou Valter Rege.
O foco do projeto é levar a experiência do cinema às casas, gratuitamente, e já está com agenda aberta. Os interessados só precisam entrar em contato com a ONG pelo telefone (24) 3071-2798. Com patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria Estadual de Cultura e Lei de Incentivo à Cultura, de acordo com o Art. 42, Inciso IX, o Cinestesia às Margens é ainda patrocinado pela Oi e tem apoio cultural do Instituto Oi Futuro.
A diretora executiva, Marinez Fernandes, comemora o retorno do projeto, pois atinge um dos principais objetivos do Dagaz: democratizar o acesso à cultura.
– Realizamos essa primeira sessão na escola também como forma de apresentar o Cinestesia às Margens aos moradores. A recepção foi muito bacana e a troca de experiências também. Foi uma felicidade conseguir a presença do Valter Rege, que veio de São Paulo para somar com a gente. Falando um pouco sobre seus desafios e conquistas, ele mostrou aos jovens como vale a pena acreditar nos sonhos – avaliou Marinez.
Aos 34 anos, Valter Rege também é creator e tem um canal no YouTube. Ele contextualizou alguns episódios de preconceito que sofreu e como conseguiu virar o jogo através do audiovisual.
– Eu fui chamado de macaco no trabalho e só pude levar o caso adiante porque gravei – exemplificou durante a palestra após a exibição do filme.
“Preto no Branco” também apresenta um enredo presente na vida de muitos jovens negros: acusação de crime sem provas. O caso provocou reflexão e reconhecimento entre os espectadores.
– Acho que é muito importante ter esse tipo de debate onde a gente mora, porque sofremos muito preconceito, e até violência, por ser negro e de um bairro periférico. É necessário a gente se reconhecer como negro, e entender que ser negro é algo maravilhoso, nossa cor, nossa pele é linda e apesar dos cuidados que temos que tomar na rua, dos preconceitos que a gente sofre, ser negro é uma coisa boa, sim”, frisou o estudante Caio Ferreira Irineu, de 18 anos, que mesmo não sendo aluno da escola, foi ao evento pela importância da discussão.
Coordenador do Cinestesia às Margens, Natã Teixeira Amorim também observou o impacto de levar ao público um assunto tão pertinente.
– A democratização do acesso à cultura e ao cinema é o principal objetivo desse projeto. Essa primeira sessão, de muitas que ainda acontecerão, marcou o início do Cinestesia às Margens e o encerramento do mês da Consciência Negra. O filme, o debate e a recepção dos participantes nos trouxe a reflexão da realidade da comunidade nos dias de hoje e como ainda é preciso supera o racismo em nosso país – considerou.

Sinopse “Hora do Lanchêêê”

Se não fosse pelo almoço gratuito na escola pública, os irmãos Joalisson, Joedson e Jowilson iriam ficar de barriga vazia o dia inteiro. A mãe dos meninos, que é solteira e está desempregada, tem dificuldade até mesmo para colocar comida em casa, mas não quer que os vizinhos saibam de seus problemas financeiros. Por isso, toda tarde, ela obriga as crianças a ir para a janela da frente e fingir que estão mastigando. A vizinhança toda acredita. Até quando essa farsa vai se sustentar?

Direção: Claudia Mattos

Categoria: ficção

Gênero: aventura
Ano: 2015

Duração: 14’50’’

Serviço:
A exibição do filme “Hora do lanchêêê” acontece nesta sexta-feira (07), na ACAC – Associação de Pais e Amigos da Criança e do Adolescente do Complexo Califórnia, em Barra do Piraí, a partir das 19h. Entrada gratuita. Para outras informações, o público pode entrar em contato com o Instituto Dagaz pelo telefone (24) 3071-2798 ou pelo e-mail [email protected].

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