O Futurama, 54 anos depois

by Diário do Vale

Na próxima semana estaremos em 2019, o ano em que se situa a ação do famoso filme “Blade Runner – O caçador de androides” e não temos carros voadores nem empregados androides. Na verdade até as previsões mais modestas da década de 1960 ainda não se concretizaram. É o caso do Futurama, uma série de dioramas gigantes que mostravam como seria o mundo no ano de 2024 na Feira Mundial de Nova York, em 1964. A Feira de Nova York se tornou um marco do futurismo e influenciou cineastas como Stanley Kubrick, que criou sua famosa odisseia no espaço a partir do que viu naquela exposição.

Criado pela General Motors, o Futurama tentou imaginar como seria o século 21, de modo contido e sem exageros. A corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética seguia a todo vapor, e assim o Futurama mostrava uma estação espacial e uma base na Lua com astronautas percorrendo a superfície acidentada do nosso satélite em carros de seis rodas com pneus ocos. Cinco anos depois os astronautas do projeto Apollo realmente andaram na Lua usando uns carrinhos modestos, os bugies lunares, mas a base na Lua continua sendo um projeto para o futuro.

Mais perto da realidade estava o hotel submarino mostrado em outro diorama. Atualmente existem hotéis subaquáticos no Caribe e no Mar Vermelho, mas são instalações modestas comparadas com os módulos hidrodinâmicos da exposição. A mesma coisa acontece na Antártida, onde o Futurama visualizava um conjunto de prédios futuristas abrigando equipes de cientistas encarregados de monitorar o clima do nosso planeta. Tanto Estados Unidos quanto a Rússia contam com bases permanentes na Antártida, incluindo do uma base no polo sul, a Amudsen Scott. Mas a previsão do tempo é feita com a ajuda de satélites no espaço.

As estradas e carros futuristas imaginados em 1964 também não estão muito distantes da realidade dos países mais desenvolvidos. Tanto na América do Norte quanto na Europa é possível cruzar os continentes em rodovias de pistas múltiplas. Os carros de 2018 não são tão aerodinâmicos quanto o Firebird 4, movido a turbina que a GM testava em 1964. Mas já temos carros com propulsão elétrica e até carros controlados inteiramente por computador. Com piloto automático e tudo.

Não temos carros voadores, mas quem quer motoristas bêbados a cem metros de altura? A Estação Espacial Internacional, atualmente em órbita, aloja quatro astronautas com relativo conforto. E existem planos de hotéis espaciais para a próxima década. Por enquanto ainda é tudo modesto e bem diferente das rodas giratórias mostradas na exposição. Elas serviram de inspiração para a Estação Espacial Um do filme “2001: Uma odisseia no espaço” e continuam a ser um sonho futurista em pleno século 21.

O Futurama e a Feira de Nova York, em 1964, foram o resultado de uma época em que as pessoas sonhavam com um mundo melhor. Hoje em dia predomina o pessimismo, a ideia de que o futuro vai ser pior do que o presente e de que só nos esperam catástrofes no mundo de amanhã. De fato, a civilização humana no século 21 enfrenta o problema grave do aquecimento global, mas é um problema que pode ser solucionado se houver vontade das pessoas em enfrenta-lo.

Uma civilização entra em decadência quando perde a capacidade de sonhar. As visões do Futurama continuam a ser uma proposta para as gerações de hoje e de amanhã. Que poderão transformar em realidade os sonhos das gerações anteriores. O futuro ainda não chegou, mas esta mais perto de nós, hoje, em 2018 do que em 1964.

Lua: O carro de seis rodas e a base lunar
Submarino: O hotel submarino esta perto de nossa realidade
Antartida: A base polar do futuro
Espaço: A roda espacial giratória inspirou “2001”

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2 comments

Smilodon Tacinus 28 de dezembro de 2018, 16:41h - 16:41

Não efetivamos a conquista da Antártida, que em pleno século XXI ainda é terra de ninguém. O motivo é o mesmo que nos impede de colonizar outros astros: o ambiente hostil. Porém não precisamos de naves complexas nem de anos de viagem… Bem, nos primórdios das grandes navegações as viagens também eram perigosas e levavam meses, até anos, para serem empreendidas…

Anderson 28 de dezembro de 2018, 00:55h - 00:55

A previsão que eu mais lamento não ter sido realizada é a exploração e colonização de Marte. Parece estar sempre a 30 anos no futuro.

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