O legado inesquecível de Stan Lee

Por Diário do Vale

Fantástico: Ele humanizou os heróis dos quadrinhos (Photo by Michael Buckner/Getty Images for Samsung)

Depois de 95 anos de uma vida bem vivida, o simpático Stan Lee nos deixou na última segunda-feira, dia 12. Com suas criações, o artista transformou a Marvel Comics de uma pequena editora num império multimídia. Suas criações mudaram a cultura pop do final do século 20 e seus personagens continuarão a entreter e fascinar milhões de fãs do mundo inteiro. Seres poderosos como o Homem de Ferro, o Homem Aranha, os X-men, o Quarteto Fantástico, que tinham um lado humano, com fraquezas e imperfeições que os aproximavam dos seus fãs.

Stan Lee sempre deixou claro que trabalhava junto com desenhistas. Ele fazia o roteiro, criava os personagens e colegas como Jack Kirby e Steve Dikto cuidavam da aparência, do visual de cada personagem.

A galeria é enorme e pode ser vista nas telas nos filmes dos Vingadores. Trabalhando com Kirby e Dikto, Stan Lee criou o Homem Aranha, o Hulk, o Doutor Estranho, o Quarteto Fantástico, o Pantera Negra e os X-men. Com seu irmão, Larry Lieber, ele deu vida ao Homem Formiga, o Thor e o Homem de Ferro. Sua principal característica era dar características humanas aos personagens que deixaram de ser criaturas perfeitas e infalíveis, como acontecia na época com os heróis da DC Comics.

O Homem Aranha, por exemplo, é um adolescente cheio de complexos e dúvidas como os leitores de suas revistas. Ele leva broncas do patrão, o implacável J.J.Jameson, se sente tímido e incapaz diante das namoradas (Mary Jane e Gwen Stacy) e frequentemente sente que fracassou diante daqueles que ama. Poderoso e fraco ao mesmo tempo, o Homem Aranha é um exemplo de um novo tipo de super-herói que começou a fazer sucesso no início da década de 1960. E levou outras editoras a tornarem seus heróis mais humanos.

Outra criação de Stan Lee que inovou o universo dos quadrinhos foi o Quarteto Fantástico, a primeira família de super-heróis. Antes dos quatro fantásticos, os heróis tinham vidas solitárias e no máximo eram acompanhados por uma eterna noiva ou namorada. Reed Richards, o Senhor Fantástico casou com a Mulher Invisível (Susan Storm), coisa que nunca tinha acontecido no mundo dos quadrinhos. Depois disso outras editoras correram atrás, a DC Comics arrumou um casamento do Superman com a Lois Lane e a King Features fez o Fantasma casar com a Diana Palmer. Mas Lee foi o pioneiro, e no lugar de virar uma simples dona de casa Susan Storm, continuou a fazer parte do quarteto, ajudando seu irmão e seu marido a enfrentarem ameaças galácticas.

Foi com o Quarteto Fantástico que Stan Lee criou um clássico dos quadrinhos. Uma aventura que até hoje é considerada uma das melhores histórias da Marvel. Foi a Trilogia Galactus, que começou a ser publicada em 1966, que narra a chega ao nosso mundo do gigante cósmico Galactus que quer devorar a Terra e é precedido pelo seu arauto, o Surfista Prateado. A Trilogia Galactus virou filme em 2007, com um ótimo desempenho da Jessica Alba e do Ioan Gruffud como o casal fantástico.

Ao contrário dos heróis da DC Comics, que vivem num mundo imaginário, cheio de cidades fantásticas como Metropolis e Central City, as histórias de Stan Lee se passam nos Estados Unidos do mundo real, geralmente em Nova York onde Lee morou por muitos anos. Isso permitiu que ele abordasse problemas do mundo real, como a guerra do Vietnã, o preconceito racial e os protestos estudantis, enquanto os personagens da editora rival continuavam vivendo num mundo perfeito e sem problemas.

Na última década de sua vida, Lee desfrutou de uma merecida aposentadoria. Outros roteiristas e desenhistas cuidavam do seu legado e ele se divertia indo a convenções, como a Comic Com e fazendo aparições simpáticas nos filmes da Marvel. A última foi em “Os Vingadores”, a Guerra Infinita, onde ele faz o motorista do ônibus escolar que diz para os estudantes em pânico: “Calma, é só uma nave espacial”.

Por: Jorge Luiz Calife – [email protected]

Homem Aranha: Um dos personagens mais famosos
Pantera Negra: O super herói africano
Clássico: O quarteto fantástico e o surfista prateado.
X men: Os heróis perseguidos por serem diferentes

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3 Comentários

minha opinião 19 de novembro de 2018, 09:12h - 09:12

Anderson dos Santos Costa
Não foi sozinho nomes como Jack Kirby , Steve Ditko John Buscema entre outros contribuíram bastante, não há entanto no que diminuir o papel magnifico de Stan Lee

James Hatfield 18 de novembro de 2018, 13:30h - 13:30

Jeitão de Biba

Anderson dos Santos Costa 15 de novembro de 2018, 18:32h - 18:32

É incrível pensarmos hoje na criatividade deste homem. Taí alguém que sozinho fez uma revolução! A Marvel Comics foi de microeditora a maior do mercado dos EUA em poucas décadas, superando uma ampla vantagem da DC Comics. Dificilmente teremos um fenomeno similar no futuro.

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