Sul Fluminense – Durante anos, Josi Vitorino viveu sob uma nuvem escura chamada depressão. Era difícil explicar como ela se sentia. A tristeza profunda, a falta de motivação e o cansaço constante faziam parte de seu cotidiano. Tarefas simples, como levantar da cama ou tomar banho, pareciam critérios impossíveis. Ela sabia que algo estava errado, mas não conseguia encontrar uma saída. Embora terapia e medicamentos ajudassem em parte, a sensação de vazio persistia. Foi então que o Dr. Igor sugeriu a Josi tentar o exercício físico. No início, a ideia parecia absurda para ela. Como o simples ato de se movimentar poderia mudar algo tão profundo e emocional? Mas, em um momento de desespero, Josi decidiu tentar. O que ela tinha a perder?
Josi começou devagar. Suas primeiras tentativas de exercício foram caminhadas ao redor do quarteirão. No começo, tudo parecia um esforço monumental. Mas, aos poucos, algo começou a mudar. Ela não percebia imediatamente, mas, ao final dessas caminhadas, sua mente estava um pouco mais clara, e o peso em seu peito parecia um pouco mais leve.
À medida que Josi persistia, começou a notar que a atividade física fazia mais do que apenas deixá-la cansada; ela fazia Josi se sentir viva. Ela descobriu que, ao se movimentar, seu corpo liberava endorfinas – os chamados “hormônios da felicidade”. Era uma sensação que Josi não sentia há muito tempo. Aquele prazer momentâneo durante e após o exercício começou a ser uma pequena fagulha de esperança em meio à escuridão.
Determinação para curar
Determinada a continuar, Josi decidiu aumentar o ritmo. Aos poucos, substituiu as caminhadas por corridas leves e, em seguida, começou a experimentar outras atividades, como yoga e musculação. Cada sessão de exercício se tornou uma forma de terapia para Josi. Quando sua mente estava cheia de pensamentos negativos, ela os despejava na corrida. Quando a ansiedade tomava conta, Josi se concentrava nas posturas de yoga para trazer sua atenção de volta ao presente.
O mais surpreendente para Josi foi que, com o tempo, a prática regular de exercícios começou a fazer mudanças tangíveis em seu humor. Os episódios de depressão se tornaram menos frequentes e, quando surgiam, Josi se sentia mais forte e capaz de lidar com eles. A energia que ela sentia após o exercício se estendia ao longo do dia, ajudando-a a ser mais produtiva e a aproveitar momentos simples da vida, como conversar com amigos ou até mesmo ler um livro.
O exercício físico também deu a Josi um senso de propósito. Treinar tornou-se uma rotina – algo que ela podia controlar e que, por menor que fosse, lhe dava um sentimento de realização. Esse senso de controle sobre uma parte de sua vida foi fundamental para ajudá-la a sair do abismo em que estava.
Claro, a jornada de Josi não foi fácil nem rápida. Houve dias em que ela simplesmente não conseguia sair da cama e dias em que o exercício parecia apenas mais uma tarefa exaustiva. Mas, com o tempo, esses dias foram se tornando menos frequentes, enquanto os dias de clareza e bem-estar começaram a se multiplicar.
Hoje, Josi Vitorino não considera o exercício físico apenas como uma forma de manter a saúde do corpo, mas também como uma ferramenta crucial para manter sua saúde mental. A depressão ainda pode ser um desafio em sua vida, mas agora Josi tem uma arma poderosa para enfrentá-la. O exercício físico não foi uma cura mágica, mas a ajudou a encontrar o equilíbrio e a resiliência que precisava para viver de forma mais plena.
Se Josi pudesse deixar um conselho para quem está passando por algo semelhante, seria este: dê uma chance ao exercício. Comece pequeno, seja gentil consigo mesmo e persista. Pode não parecer que está fazendo diferença de imediato, mas o movimento tem o poder de transformar não apenas seu corpo, mas também sua mente e alma.
Josi Vitorino é funcionária pública, tem 45 anos, é casada e tem uma filha. É estudante de jornalismo e apaixonada por pessoas e histórias. Acredita muito que qualquer forma de amor vale a pena.
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