O primeiro Natal na Lua

by Diário do Vale

A missão Apollo 8 completa 50 anos neste Natal. Foi no dia 21 de dezembro de 1968 que três americanos decolaram no topo de um foguete, o Saturno 5, para passar o Natal orbitando a Lua. Frank Borman, James Lovell e William Anders foram as primeiras pessoas a ver a Terra como um pequeno planeta flutuando no abismo negro e mortal do espaço. A foto que Anders tirou da Terra, se erguendo do horizonte lunar, foi capa das principais revistas do mundo. E deu início a conscientização das pessoas da fragilidade do nosso planeta e da necessidade de preservar o meio ambiente.

Pelos planos iniciais da NASA, a tripulação da Apollo 8 faria apenas um voo rotineiro em orbita da Terra, para testar os módulos de comando e serviço da nave lunar. A NASA estava se recuperando do incêndio da Apollo 1, em janeiro de 1967, que matara três de seus melhores astronautas. Depois do incêndio a nave passou por varias modificações, recebendo camadas de revestimento anti-incêndio e os astronautas passaram a usar um novo tipo de traje, com um capacete bolha de vidro que lembrava um aquário de peixe.

Cautelosamente os engenheiros queriam testar a nave em órbita da Terra, antes de tentar uma viagem até a Lua. Mas os planos mudaram quando um satélite espião Corona, da CIA, fotografou um imenso foguete russo sendo preparado para lançamento na base de Baikonur. A conclusão era de que os soviéticos iam enviar dois cosmonautas para orbitar a Lua no final de 1968 e a NASA resolveu adiantar seus planos. De teste em órbita terrestre a Apollo 8 foi incumbida de orbitar a Lua. Indo aonde nenhum homem fora até então.

Os astronautas, Frank Borman e James Lovell, veteranos do projeto Gemini, e o novato William Anders tiveram apenas três meses para se prepararem para sua arriscada missão. A nave ia mergulhar em território inexplorado, sendo o primeiro veículo tripulado a escapar da gravidade da Terra e cruzar o espaço profundo.

Na semana do lançamento, a esposa do astronauta Frank Borman perguntou ao diretor de voos tripulados qual era a chance dela ver o marido outra vez.  Deke Slayton foi sincero e respondeu: 50%. A parte mais difícil era a reentrada na atmosfera da Terra, quando a nave teria que acertar num corredor de 40 quilômetros de largura. Que tinha a espessura de uma folha de papel quando comparado com a trajetória de 384 mil quilômetros seguida pela nave. Se entrasse baixo demais a nave se desintegrava na atmosfera, se passasse acima do corredor se perderia no espaço para sempre.

Outro problema era a velocidade. Até então as naves espaciais retornavam a Terra com uma velocidade de 28 mil quilômetros horários. A Apollo 8 retornaria da Lua com uma velocidade de 40 mil quilômetros por hora. O famoso astrônomo britânico, Sir Bernard Lovell disse aos jornalistas que os astronautas não resistiriam e seriam esmagados pelas forças “G”. Mas nada disso aconteceu e a Apollo 8 fez um voo tranquilo, passando pelos temidos cinturões de radiação Van Allen, onde os astronautas receberam uma carga de radiação equivalente a uma chapa de raios X, e os astronautas passaram o Natal orbitando a Lua.

Durante a viagem a tripulação fez várias transmissões pela TV, que ganharam o premio Emy de jornalismo. Eles foram os primeiros homens a ver, com seus próprios olhos o lado oculto da Lua, com suas crateras e montanhas, e a Terra pequena e frágil, como uma bola de gude suspensa no abismo do espaço.

Este ano a NASA fez uma programação especial para comemorar os 50 anos do primeiro cruzeiro lunar. Borman Lovell e Anders, que ainda estão vivos e saudáveis, puderam dar entrevistas relembrando os momentos da grande viagem. Que chamou a atenção para a fragilidade do nosso planeta e transformou em realidade a ficção de Julio Verne.

Por: Jorge Luiz Calife

Tripulação: Borman, Lovell e Anders com seus capacetes bolha.
Fragil: A Terra nasce no horizonte lunar.
Partida: A decolagem do Saturno 5 no dia 23 de dezembro
Retorno: O resgate no oceano Pacífico

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2 comments

Anderson 22 de dezembro de 2018, 12:41h - 12:41

Muito legal o artigo! Quando paramos para pensar nos riscos que estes pioneiros correram descobrimos que eles eram verdadeiros heróis.

Rone 21 de dezembro de 2018, 09:45h - 09:45

quanta mentira…

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