O silêncio rompido: Relações abusivas em casamentos e o perigo silencioso do suicídio

by ana Calderone

Sul Fluminense – Em uma sociedade que idealiza o casamento como um espaço de amor e segurança, a realidade de muitas mulheres é marcada pelo abuso e pela dor silenciosa. Relacionamentos abusivos, especialmente no contexto do casamento, têm um impacto devastador na saúde mental das vítimas, e, em casos extremos, podem levar ao suicídio. Romper o silêncio sobre essa realidade é essencial para oferecer apoio e buscar soluções. Casamentos abusivos seguem, muitas vezes, um padrão cíclico. O relacionamento passa por fases de tensão crescente, resultando em episódios de abuso, que são seguidos por períodos de reconciliação. Essa dinâmica cria uma falsa sensação de segurança, levando as vítimas a acreditarem que o relacionamento pode mudar e melhorar. Entretanto, essa esperança é frequentemente frustrada, deixando a mulher presa a um ciclo que compromete sua saúde emocional e mental.
Diferentes violências
O abuso pode ser emocional, físico ou psicológico. Esses tipos de violência minam a autoestima, corroem a confiança e deixam marcas profundas que, com o tempo, levam à depressão, ansiedade e, em muitos casos, ao transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Além disso, a manipulação do abusador frequentemente isola a vítima de sua rede de apoio, aumentando o sentimento de solidão e desespero.
Um dos aspectos mais preocupantes das relações abusivas é o impacto direto na saúde mental das mulheres. Quando o abuso se torna uma constante, algumas mulheres podem sentir que o suicídio é a única saída. O estigma social relacionado ao divórcio, o medo de julgamentos e a falta de apoio aumentam a sensação de que não há alternativas. Esse cenário revela um problema ainda mais profundo: a incapacidade da sociedade de oferecer um ambiente seguro e acolhedor para as vítimas de violência doméstica.
A terapeuta cristã Nínea Garcia, especializada em acolhimento de mulheres, reforça a importância do apoio emocional para essas vítimas. “Muitas vezes, somente um abraço cura a dor da alma”, destaca ela, enfatizando que o julgamento e a rejeição são barreiras que impedem as mulheres de buscar ajuda.
A urgência de romper o ciclo
Romper o ciclo de violência exige uma mudança significativa na maneira como a sociedade enxerga e lida com o abuso. Linhas de apoio confidenciais, grupos terapêuticos e rodas de conversa, como as promovidas por Nínea Garcia, têm desempenhado um papel vital na construção de espaços seguros para que as vítimas possam compartilhar suas experiências. A terapeuta cristã acredita que a abertura para discutir o tema e desafiar normas sociais é essencial para mudar essa realidade.
Além das iniciativas de acolhimento, profissionais de saúde e comunidades precisam atuar de forma sensível e proativa, oferecendo os recursos necessários para apoiar essas mulheres. Isso inclui intervenções terapêuticas, suporte jurídico e psicológico, e a criação de uma rede de apoio sólida que possa fornecer o suporte emocional que muitas vezes falta dentro de casa.
Para Nínea Garcia, o apoio às vítimas é uma missão pessoal. Suas rodas de conversa proporcionam um espaço de acolhimento e empatia para mulheres que enfrentam a dor e o trauma de relacionamentos abusivos. “Contem comigo, mulheres amadas do Senhor!”, diz ela, reforçando que a esperança de uma vida sem violência é possível.
A violência doméstica é uma questão de saúde pública e um imperativo social. Abordar o problema não apenas salva vidas, mas também constrói uma sociedade mais justa e empática. É crucial que mulheres saibam que não estão sozinhas, que existem recursos disponíveis e que elas podem redescobrir a esperança de um futuro livre de abuso e dor.
Relações abusivas em casamentos são uma realidade devastadora para muitas mulheres. A ligação entre o abuso e o suicídio é uma consequência trágica que pode ser prevenida com mais apoio, compreensão e acolhimento. A sociedade precisa agir para quebrar esse ciclo de silêncio e sofrimento. Ao promover o diálogo, encorajar a empatia e oferecer apoio prático, podemos trabalhar para que cada mulher tenha a oportunidade de viver com dignidade e segurança.
Nínea Garcia é terapeuta cristã especializada em mulheres

Você também pode gostar

Deixe um comentário

diário do vale

Av. Pastor César Dacorso Filho nº 57

Vila Mury – Volta Redonda – RJ
Cep 27281-670

(24) 99926-5051 – Jornalismo

(24) 99234-8846 – Comercial

(24)  99208-6681 – Diário Delas
.

Image partner – depositphotos

Canal diário do vale

colunas

© 2024 – DIARIO DO VALE. Todos os direitos reservados à Empresa Jornalística Vale do Aço Ltda. –  Jornal fundado em 5 de outubro de 1992 | Site: desde 1996