Paraty – O primeiro município da região da Costa Verde a receber a tocha olímpica será Paraty, no dia 27 julho. Um dos condutores é o corredor medalhista em competições municipais e estaduais Domingos Lício de Oliveira, de 58 anos. Atleta há 37 anos, Domingos Lício sempre carrega o nome da cidade nas diversas corridas que participa pelo país e coleciona cerca de 500 troféus e 300 medalhas. Mas essa não é a primeira vez que ele tem o privilégio de participar de um evento de grande porte no meio esportivo. Em 2007, Domingos foi condutor da tocha olímpica dos Jogos Pan-Americanos, também sediados no Rio de Janeiro, em sua 15ª edição.
O atleta credenciado pela Acorpar – Associação de Corredores de Rua de Paraty é homenageado em uma corrida anual que leva o seu nome. A rotina e história do corredor, que mora na Várzea do Corumbê, revela o motivo pelo qual foi indicado a participar desse marco esportivo para o Brasil, e especialmente para o município. A cada dois dias, Domingos treina na Rodovia Rio-Santos percorrendo aproximadamente 20 quilômetros. Segundo ele, sua rotina era ainda mais intensa, no entanto, procura não se desgastar para manter o hábito de forma saudável. – Por eu praticar esporte, todo mundo acha que tenho entre 40 e 45 anos – brincou ele, que sempre morou em Paraty e além de atleta é gerente de camping na Praia do Pontal.
Com apoio de amigos, familiares e toda a população de Paraty, Domingos Lício está ansioso para carregar a tocha olímpica, que percorrerá ainda Angra dos Reis, Ilha Grande, Rio Claro, Resende, Barra Mansa, Volta Redonda, Piraí, Barra do Piraí, Vassouras, Paraíba do Sul e Três Rios até seguir para a região Serrana. Ele declarou que desde a pré-seleção se entusiasmou com a oportunidade e ao assistir a chegada da tocha ao Brasil, na última terça-feira, sentiu o gosto do que vivenciará daqui a dois meses.
– Quando eu vi a tocha chegando ao Brasil, pela televisão, me deu até um arrepio. É uma emoção muito forte representar Paraty, como sempre faço, mas dessa vez num evento tão importante como esse. Assim como todo mundo, estou muito ansioso e muito feliz, vai ser um momento único tanto para mim como corredor quanto para Paraty – destacou. O condutor frequentemente participa de maratonas na capital e em São Paulo, além de já ter ido a Florianópolis, Espírito Santo e Curitiba, enfatizando sempre o orgulho de representar Paraty.
O jovem Gabriel de Amorim Santos, de 18 anos, também foi confirmado pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer como condutor do símbolo das Olimpíadas Rio 2016. De acordo com o secretário adjunto, Nelson de Oliveira, ele foi escolhido devido à sua ativa participação nos eventos esportivos da cidade e, por ser anão, também representa as modalidade paralímpicas. Gabriel tem o esporte como hobbie desde criança e acredita que a participação em um evento de abrangência internacional pode abrir portas, porém, o mais importante para ele é mostrar que determinada condição física não é barreira.
– Sou anão e isso não é obstáculo. Pratico muitos esportes, como vôlei, basquete, futsal, futebol e futevôlei. Fiquei muito surpreso com a seleção para participar do revezamento da tocha e fiquei muito feliz, porque sempre admirei os condutores. Estou sendo privilegiado por ter essa oportunidade, participar de um grande evento como esse, que também é importante para a cidade – ressaltou, garantindo que está tranquilo para o dia 27 de julho.
Morador da Vila Dom Pedro, Gabriel reside em Paraty há quatro anos. Ele se mudou de São Paulo para a Costa Verde e se apaixonou pelo turismo da famosa cidade histórica que atrai pessoas de todo o mundo. Com o ensino médio já completo, o foco dele agora é ingressar no curso a distância de Turismo pelo Cederj, em Angra dos Reis. “Eu já trabalho com turismo, fazendo escuna, me apaixonei pela área e quero investir nisso”, disse.
Sempre atuante nas competições da cidade, como Campeonato Paratiense de Futebol Sub 17, Campeonato Evangélico de Paraty, Paratiense de Futevôlei e Vôlei e Jogos Estudantis de Paraty, Gabriel é admirado por amigos, familiares e toda a população por sua determinação e por não usar como obstáculo sua limitação de condição genética, o nanismo.
Segundo ele, quando contou para família que vai ser um condutor da tocha olímpica, a felicidade tomou conta de todos. Além da felicidade em participar do evento, ele está ansioso para saber qual atleta do cenário esportivo nacional também revezará no mesmo trajeto.
Preparativos
O trajeto programado para o revezamento da tocha olímpica em Paraty terá como ponto de partida o trevo no Centro, seguirá pela Avenida Roberto Silveira, em direção ao Centro Histórico. O previsto é que o comboio de translado da tocha chegue à cidade entre 15h e 15h30 e todo o trajeto deve durar 1h30. O ponto final, onde haverá a recepção da tocha, com o respectivo condutor, será no estacionamento do Pontal. Para o evento, a Banda Marcial de Paraty fará uma apresentação ao final do percurso, em solenidade ao marco esportivo. Núcleos esportivos e alunos de todas as escolas da cidade acompanharão o revezamento.
Para garantir a segurança tanto dos participantes quanto do público, o local contará com a Força Nacional, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal e Defesa Civil. Segundo o secretário adjunto, Nelson de Oliveira, todas as secretarias estão envolvidas para receber a tocha olímpica e abrilhantar ainda mais a cidade turística.
– É um grande orgulho para nós não só receber a tocha, como ser a primeira cidade do Rio de Janeiro a ter essa satisfação. Fizemos parceria com todas as secretarias, para que seja um marco para a cidade. Só da população, acreditamos que mais de cinco mil pessoas prestigiarão e Paraty ficará ainda mais abrilhantada – destacou.
Tocha vai passar em 12 cidades da região
A tocha olímpica chegou ao Brasil na última terça-feira e em 95 dias, um total de 327 cidades de todo o país recebem o fogo olímpio, entre elas, 12 são da região da Costa Verde e Sul Fluminense. A primeira cidade será Paraty, no dia 27 de julho e seguirá a Angra dos Reis, onde a tocha pernoitará. No dia seguinte, é a vez da Ilha Grande, Rio Claro, Resende, Barra Mansa e Volta Redonda receberem o símbolo das Olimpíadas Rio 2016. Após passar a noite em Volta Redonda, ela continua o trajeto para Piraí, Barra do Piraí, Vassouras, Paraíba do Sul e Três Rios. Uma das condutoras do símbolo das Olimpíadas 2016 em Volta Redonda será a editora do DIÁRIO DO VALE, Sônia Paes.
Após percorrer a região, a tocha seguirá para a região Serrana, em Petrópolis. A escolha dos condutores foi feita através de seletivas e indicações dos municípios, através de comitês esportivos, e também por meio dos patrocinadores. Devido a critérios do Comitê Olímpico do Brasil, nem todos os nomes dos condutores podem ser divulgados ainda, bem como o número exato de participantes. Todo o revezamento conta com 12 mil condutores, entre pessoas comuns, celebridades, atletas e ex-atletas, sendo vedada a participação de ocupante ou candidato a cargos ou mandatos eletivos.
Modalidades
As Olimpíadas 2016 acontecem entre os dias 5 e 21 de agosto, após encerrar o trajeto do revezamento na capital do Rio, onde os jogos serão sediados. As modalidades desta edição são: Atletismo, Badminton, Basquete, Boxe, Canoagem – Slalom e Velocidade, Ciclismo – BMX, de Estrada, Montain bike e Pista, Esgrima, Futebol, Ginástica artística, de trampolim e rítmica, Golfe, Handebol, Hipismo – Saltos, CCE e Adestramento, Hóquei sobre grama, Judô, Levantamento de peso, Luta estilo livre e greco-romana, Maratonas Aquáticas, Nado sincronizado, Natação, Pentatlo Moderno, Polo Aquático, Remo, Rugbi, Saltos Ornamentais, Taekwondo, Tênis, Tênis de mesa, Tiro com arco, Tiro esportivo, Triatlo, Vela, Vôlei e Vôlei de praia.
História
Símbolo dos Jogos Olímpicos da Modernidade, a Chama Olímpica faz parte de um ritual realizado desde a Grécia Antiga. O fogo sempre teve caráter sagrado para os gregos: para eles, a história humana começa a partir da desobediência do titã Prometeu, que contrariou a ordem de Zeus, o deus supremo, e roubou os fogos dos deuses para dar aos homens, junto com as ciências e artes.O fogo permanecia aceso nos altares de seus principais templos, como o Templo de Hera, que recebia as competições dos Jogos Olímpicos na Antiguidade.
No passado, raios solares acendiam uma chama em uma pira de Olímpia, cidade que fica a 300 quilômetros da capital Atena. A técnica utilizada pelas sacerdotisas do templo para acender o chamado “fogo puro” requeria o uso da skaphia, uma espécie de espelho côncavo que converge a luz do sol em um só lugar. O rito simbolizava, então, a devolução do elemento divino ao deus mais poderoso para os gregos.
Uma tradição antiga que remonta às origens do revezamento da tocha era o envio de mensageiros a todas as cidades da Grécia Antiga, com a missão de anunciar a data de início dos Jogos. Junto com o anúncio era proclamada a trégua olímpica, que começava um mês antes do evento e se estendia até o fim das competições. Neste período, as guerras eram interrompidas para garantir o envolvimento de atletas e espectadores nos Jogos. Hoje, o trajeto também serve para anunciar que os Jogos estão chegando.
Na era moderna, a pira olímpica foi acesa pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de Amsterdã, em 1928. O escolhido para retomar o ato simbólico foi um funcionário da companhia elétrica da cidade. Mas foi nos Jogos Olímpicos de 1936 que atletas transportaram a chama em tochas até Berlim, cidade-sede dos jogos daquele ano, em um revezamento que só termina com a iluminação da pira olímpica, marcando o início oficial dos Jogos. O idealizador do revezamento foi o alemão Carl Diem: em sua primeira incursão por outros territórios, a tocha percorreu 3.075 quilômetros, passou por sete países e pelas mãos de 3.075 portadores.
Um dos momentos mais marcantes da história do fogo olímpico aconteceu em 1964, durante os Jogos de Tóquio. O jovem japonês Yoshinori Sakai, que nasceu em Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945, exatamente na hora em que a bomba nuclear devastou a cidade, foi o responsável por acender a pira. Ao longo dos anos, a Chama Olímpica se consolidou como símbolo de paz, união e amizades entre os povos.
Chama que não se apaga
A cada edição, diferentes tecnologias são empregadas para evitar que a chama se apague debaixo de chuva, por falta de combustível ou outra intempérie. Por garantia, ainda na Grécia, a equipe organizadora já acende uma chama reserva dias antes da chama principal nascer. O objetivo é evitar que um dia nublado estrague a festa, apague o fogo e haja dificuldade em acender o fogo, mesmo com a utilização de lentes especiais.
Da mesma forma, em cada cidade-sede, o comitê local mantém uma chama reserva para eventualidades. Em seu deslocamento nestes anos, o fogo olímpico já cruzou o Canal da Mancha de navio, enfrentou a neve, mergulhou até a Grande Barreira de Corais, na Austrália, chegou ao espaço, andou de cavalo e camelo e viajou em canoas indígenas.
Por Libânia Nogueira
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4 comments
Preferia hospitais funcionando pra populacao; segurança nas ruas pra andarmos tranquilos;
Parabens , que coisa boa né , essa tocha deve servir para queimar os mosquitos da dengue porque não serve pra mais nada, Brasil quebrado e um bando de doente achando isso lindo , mal sabem que a tocha ja esta dentro da sua b… a a muito tempo
A CIDADE SERÁ A PRIMEIRA VEZ, MAS O POVO JÁ LEVA TOCHA A MUITO TEMPO………
Itaperuna, em 16/05, será a primeira cidade do Estado do Rio.
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