Volta Redonda – Atuando na região desde 2002, a Pastoral da Educação da diocese de Barra do Piraí – Volta Redonda, foi criada por solicitação de Dom João Maria Messi. Segundo Sônia Leite, que faz parte da equipe de coordenação da pastoral, ela foi criada na diocese com o objetivo de evangelizar o mundo da educação. “A preocupação da pastoral é com a humanização da educação, e sempre alicerçada na palavra de Deus”, diz.
Na opinião da pedagoga e orientadora educacional Maria Lúcia, e que também faz parte da coordenação, a pastoral da educação atua através de temas específicos ligados à educação.
– Através de fóruns diocesanos, a pastoral, juntamente com movimentos ligados à educação, debate temas sobre a educação. Neste primeiro fórum do ano realizado no sábado, dia 18, foi discutido políticas públicas para a educação, desafios e aplicabilidade – ressalta.
Durante o fórum, foi feita uma análise da conjuntura da educação no Brasil contemporâneo, estado e município. De acordo com Sônia Leite, a ação da pastoral não se pauta em ideologia política e sim no anúncio do evangelho, e a pastoral vê a atual situação da educação de maneira conflitante e preocupante.
– Para a pastoral, a educação tem que transcender o transitório. Na medida em que se tira as disciplinas do currículo necessário para a formação integral do ser humano, é preocupante porque vira uma educação tecnicista – opina.
Para a pedagoga Marylilia Lacerda, que também representa a pastoral da educação na diocese, o espaço de formação do ensino precisa ser adequado e as escolas aparelhadas, professores e funcionários capacitados para desenvolver novos projetos. “Como membro da pastoral, acredito que falta um projeto de educação do governo”, diz.
O próprio Papa Francisco, lembra Marylilia, orienta aos educadores a se pautarem em um tripé: humanizar a educação, promover a cultura do diálogo e semear a esperança.
– Precisamos mudar o foco e colocar o ser humano no centro das decisões e na elaboração das políticas públicas – opina.
Em relação ao ensino religioso nas escolas, a coordenadora afirma que é a favor. “Respeitando a pluralidade das religiões e lembrando que pela Constituição o ensino religioso é previsto como disciplina, mas é facultativo para o aluno”, explica.
Segundo a orientadora educacional Maria Lúcia, outro eixo do trabalho da pastoral é em relação a violência nas escolas.
– A pastoral está elaborando um projeto de atendimento no Colégio Estadual Manuel Marinho para que juntamente com psicólogos, pedagogos, professores e pais de alunos, possam realizar rodas de conversas. Serão abordados temas sobre os principais problemas dos adolescentes como a sexualidade, drogas, bullying, violência e gravidez na adolescência. E como a pastoral está se estruturando, a pastoral ainda está elaborando este trabalho e nem tudo está sendo cumprido ainda – conclui.
Posição do Sepe
Para Marina Inês do Nascimento, professora da rede estadual e coordenadora geral do Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação-núcleo de Volta Redonda), o Sepe defende a escola e o estado laicos.
– Religião aprende-se com a família. Até por entender que a proposta curricular do ensino religioso, enquanto disciplina, está contemplada no conteúdo de História, Geografia, Sociologia e Filosofia. No entanto, a partir da existência de cargos de Ensino Religioso, deve-se garantir aos professores que prestaram concurso o direito de exercer suas funções pedagógicas – comenta.