Sul Fluminense – Prefeitos de sete cidades do Sul do estado se reuniram nesta sexta-feira (10) para discutir a proposta de reativação do eixo ferroviário que liga a região Sul Fluminense à Costa Verde e a reimplantação do Trem Turístico da Mata Atlântica. O encontro contou com as presenças do prefeito de Volta Redonda, Antônio Francisco Neto; de Barra Mansa, Luiz Furlani; de Quatis, Aluísio D’Elias; de Rio Claro, Babton Biondi; de Angra dos Reis, Claudio Ferreti; e de Piraí, Luiz Fernando Pezão. O deputado estadual Munir Neto também compareceu ao encontro.
O projeto apresenta a implementação da chamada ‘Rota do Café e Calcário’, que é o corredor ferroviário que liga Varginha, em Minas Gerais, a Angra dos Reis, com requalificação dos trechos Varginha/Bhering (Lavras, Minas) e Barra Mansa ao Porto de Angra. A ideia é que, com isso, seja agilizado o escoamento de commodities provenientes de Minas Gerais, incluindo o café, que tem cerca de 40% da produção nacional vinda do estado.
O presidente da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) do Sul Fluminense, Péricles Aguiar, explicou que a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) está devolvendo ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) vários trechos de linha ferroviária em seis estados do Brasil, sendo um deles no Rio de Janeiro.
“Para fazer essa devolução é necessário o pagamento de uma indenização, cujo valor gira em torno de R$ 3,5 bilhões. Então, existe um projeto para trazer o café da região de Varginha para ser exportado pelo porto de Angra dos Reis. Para que isso ocorra, é necessário reconstruir o trecho entre Barra Mansa e Angra. Isso nós estamos pleiteando, junto ao Dnit, que parte dessa multa indenizatória seja investida aqui na nossa região para recompor a linha. O investimento para esse trabalho está orçado em cerca R$ 600 milhões”, informou Péricles.
Delmo Pinho, assessor da presidência da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio), fez uma apresentação às autoridades presentes na reunião e destacou o impacto positivo que ela terá para o desenvolvimento econômico da região. “Essa ligação ferroviária vai transformar a realidade local e nossa região será realmente um espetáculo na questão da logística de carga e de passageiros também. Onde a logística é boa e econômica são atraídas muitas indústrias e empresas. Isso vai criar um salto de desenvolvimento para todo o Sul Fluminense”, contou Delmo.
Após a reunião, os prefeitos falaram por meio de ligação telefônica com o ministro dos Transportes, Renan Filho, sendo combinada, para o final de janeiro ou início de fevereiro, uma visita à região para que ele conheça mais detalhes do projeto.
6 comments
Só lamento muito que há muito deveriam ter lutado pelo menos para não abandonarem o trecho. Onde cada município ao longo do trecho também contribuíram para a erradicação do modal aterrando vários trechos e construindo ruas e avenidas sobre o leito da ferrovia. Foras os furtos de trilhos e dormentes que jamais foram anunciados. Vamos aguardar os próximos capítulos dessa saga.
O que não pode e ficar na mesmíssima por anos é anos a fila tem que andar, mesmos que de errado, tem que fazer diferente.
Parabéns aos prefeitos envolvidos nesse projeto. Como ferroviário, é triste ver aquele ramal abandonado pela VLi quando poderia estar ativo com pequenas cargas para o porto de Angra comi era no passado e turismo num lugar de uma riqueza natural e uma paisagem belíssima. Espero sinceramente que esse projeto saía do papel e torne realidade o mais breve possível.
Há muito tempo que medidas como essa deveriam ser implantadas em nosso Brasil, ao invés do governo socialista que aí está, ajuda a levar infraestrutura a outros países que levaram séculos para pagar esses recursos que fora para lá!
Espero que isto aconteça , pois é urgente.
Muito informativo e esclarecedor a respeito de fatos e acontecimentos na nossa região.
Obs: Sou um orgulhoso ferroviário aposentado.