Professores do MEP comentam sobre o Prêmio Camões de Literatura

by Diário do Vale

A agraciada com a honraria de receber o prêmio deste ano, foi a romancista Paulina Chiziane, de Moçambique – Foto: Divulgação.

Volta Redonda- Instituído pelos governos de Portugal e do Brasil em 1988 com o objetivo de consagrar um autor de língua portuguesa, o Prêmio Camões de Literatura 2021, anunciado no último dia 20 deste mês, provocou animadores olhares dos professores do MEP (Movimento Ética na Política) para a literatura.

A agraciada com a honraria de receber o prêmio deste ano, Paulina Chiziane, romancista de Moçambique, um dos cinco países de língua portuguesa inseridos na premiação pelo Protocolo Adicional ao acordo Cultural entre Portugal e Brasil, ganhou uma relevância especial entre os educadores do pré-vestibular cidadão.

Elisa Andrade, mestre em Literatura Brasileira, e voluntária no MEP, comentou a alegria ao saber do prêmio.

A professora do MEP ressaltou ter ficado muito feliz com a premiação, pois as obras de Paulina Chiziane são belíssimas e apaixonantes. Segundo Eliza afirmou que se percebe em seus escritos o amor pela cultura do país, a visão crítica em torno das dores vividas durante a colonização bem como as cicatrizes que ainda restaram após a independência.

– A observação sobre a situação da mulher permeia muitas de suas obras que associam um toque delicioso de poesia ao modo de contar as histórias, como era feito bem antigamente, nas raízes. Tive contato com a literatura africana na UFRJ, depois trabalhei com a disciplina na UGB, nas turmas de Letras, e a cada obra lida dos autores dos cinco países irmãos, fico mais encantada. Interessante que, esta semana, duas orientandas da UGB apresentaram na JORNIC, (Jornada de iniciação científica), um trabalho sobre ‘O alegre canto da perdiz’, lindo romance da autora – elogiou a voluntária do MEP.

Para o professor Alexandre Batista, doutor em Língua Portuguesa e voluntário no MEP, na área de redação, o prêmio coroou a expressão do povo negro na voz de uma mulher.

“A importância desse prêmio vai além da vitória pessoal de Paulina Chiziane. O Prêmio coroa a expressão do povo negro na voz de mulher cujo poder está no dizer. Mostra também que a Literatura, na sua maior expressão, pode vir da simplicidade de quem cozinha verdura para si mesmo”, destacou.

Já a professora Abigail Ribeiro, doutora em Literatura Brasileira, também voluntária no MEP, área de linguagem, afirmou que apesar de não conhecer a escritora, reagiu, destacando a mudança de paradigma na premiação.

“Eu não conheço a obra da escritora. Pelo seu relato, trata-se de uma mudança de paradigma, da premiação de alguém que não só retrata, mas representa uma população expropriada e marginalizada”, opinou.

Conforme Fernando Impagliazzo, doutorando em Literatura Brasileira e professor de literatura no Pré-Vestibular Cidadão,  a premiação de Paulina Chiziane é de profunda importância, num prêmio que é, tradicionalmente, embranquecido e masculino. “Seguindo o lastro de Mia Couto e José Craveirinha, Paulina constrói sua própria voz a partir de uma perpétua lição de ternura, empatia e afeto. De Moçambique para o mundo”, respondeu Fernando.

Segundo José Maria da Silva, Zezinho, o prêmio Camões, no novo milênio contemplou apenas duas mulheres, Maria Velho da Castro (Portugal), em 2002, e Lygia Fagundes Telles (Brasil), em 2005. Paulina Chiziane, foi a sétima desde a criação da honraria literária.

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